quarta-feira, 26 de novembro de 2014

O PRENÚNCIO DO TEMPO DO FIM

                            







                                  Texto Áureo Dn. 8.19 – Leitura Bíblica 8.1-11





INTRODUÇÃO

O capítulo 8 de Daniel tem relação direta com os capítulos 2 e 7, mas diferentemente daqueles capítulos, estudaremos, nesta lição, que o profeta foi transportado em espírito até Susã, e também através do tempo. O caráter da revelação de Deus, consoante ao que estudaremos nesta lição, vai além da dimensão espaço-tempo. Na aula de hoje atentaremos inicialmente para as visões de Deus a Daniel, com ênfase no carneiro, o bode e o pequeno chifre. Mostraremos, ao final, que essas visões são prenuncio do tempo do fim, que alimentam a esperança da igreja.

1. A VISÃO DO CARNEIRO

A visão dada por Deus a Daniel aconteceu na história, no terceiro ano do rei Belsazar; em Susã, que era capital do reino da província de Elão, junto ao rio Ulai. A maioria dos estudiosos defende que essa não foi uma viagem literal, mas um translado espiritual, o profeta teria sido conduzido em espírito àquele lugar. Susã era uma cidade importante, mesmo depois da queda da Babilônia, isso porque os reis medo-persas habitavam naquela localidade três meses por ano. As visões dadas ao profeta apontam para o tempo do fim (Dn. 8.17), ao tempo que fora determinado por Deus para o desfecho de todas as coisas (Dn. 8.19), em dias distantes daqueles vivenciados por Daniel (Dn. 8.26). Nessa visão é revelado a Daniel o surgimento de um rei que é o protótipo de Anticristo, alguém que prefigura aquele que no futuro assim se manifestará. Inicialmente é preciso destacar que esse pequeno chifre do capítulo 8 é diferente daquele do capítulo 7. O anticristo do capítulo 7 é escatológico, ele emergirá do império romano, enquanto que o anticristo do capítulo 8 sucederá os quatro reis da queda do império grego. Diante da grandeza da revelação Daniel cai por terra, perdendo os sentidos, com o rosto por terra. Nessa visão Daniel trata a respeito de um carneiro, que aparece de três maneiras diferentes, com dois chifres (Dn. 8.3,20), descrevendo o império medo-persa, que sucederia para conquistar a Babilônia. O chifre mais alto descreve o poder dos persas, consolidado através de Ciro, o persa, que tomou o lugar de Dario, o medo. Esse carneiro descrito por Daniel é irresistível (Dn. 8.3,4), e que se engrandeceu (Dn. 8.4). Isso porque nenhuma força daquele tempo seria capaz de se opor ao governo medo-persa.

2. A VISÃO DO BODE

O bode da visão de Daniel revela um dos maiores governos da época antiga, trata-se de Alexandre o Grande, também denominado de Magno. Ele conquistou todo o mundo conhecido rapidamente (Dn. 8.5,21). Essa visão explicita o que historicamente é constatado em relação à história dos gregos. Alexandre expandiu o reino grego em pouco mais de dez anos, para isso destruiu o governo medo-persa. Em 334 a. C., Alexandre atravessou o estreito de Dardanelos e derrotou os sátrapas. Não muito tempo depois, em 333 a. C., derrotou Dario III na batalha de Issos. Em 331, venceu as forças medo-persas na batalha de Baugamela. Esse seria um líder poderoso, atestado na revelação de Daniel (Dn. 8.5). Por isso é descrito como “o chifre notável”, considerando sua disposição para a guerra. O profeta antecipa as vitórias de Alexandre sobre o império medo-persa (Dn. 8.6,7). Mas esse reino, como todos os outros que já passaram, também terá o seu fim. Daniel aponta para sua ruina (Dn. 8.8), destacando que esse governo findará em decadência. Alexandre morreu repentinamente em 323 a. C, justamente no momento que pretendia reconstruir a cidade da Babilônia. Em consequência da sua morte, o império grego foi dividido em quatro partes, para quatro reis, sendo eles Casandro (Macedônia e Grécia no ocidente), Lísimaco (Trácia e Bitínia no norte), Ptolomeu (Palestina, Arábia e o Egito, no sul), e Selêuco (Síria e Babilônia no oriente).

3. O PEQUENO CHIFRE

Em seguida Daniel reporta um pequeno chifre, conforme já destacamos anteriormente, diferente daquele do capítulo 7. Esse é apenas um protótipo daquele, prefigura sua atuação que será mais intensa no futuro. O pequeno chifre do capítulo 8 é descrito a partir da sua procedência (Dn. 8.8-22). Ele se origina do bode, que é o império grego, advindo, portanto, do império de Alexandre. Para nós, os conhecedores da história, esse pequeno chifre é conhecido, ainda que não o fosse para Daniel. Ele é um precursor do anticristo que se revelará no tempo do fim. Não podemos deixar de destacar que muitos anticristos já existiram, e muitos outros existem ou existirão (I Jo. 2.18). O pequeno chifre do capítulo 8 é reconhecido historicamente como Antíoco IV, chamado de Antíoco Epifânio, que reinou na Síria, entre 175 a a63 a. C. Como a maioria dos impérios humanos, se destaca pelo sentimento megalomaníaco (Dn. 8.11,25). Antíoco achou pouco ser um grande rei, quis fazer-se deus, por isso mandou fabricar moedas que tinha sua efígie. Além disso, destacou-se por ser um rei tirano (Dn. 8.9,10), um grande perseguidor do povo de Deus. Ele teve a audácia de profanar o templo do Deus de Israel, primeiramente se opondo a todos aqueles que considerassem o livro da Lei. Em 169 a. C., saqueou o templo e proibiu os sacrifício. O templo de Jerusalém foi denominado de Templo de Júpiter Olímpico. Ele colocou sua imagem no lugar santíssimo e determinou que um porco fosse sacrificado naquele lugar. Como se isso não bastasse, obrigou os judeus a comerem a carne do porco, dentro daquele recinto.

CONCLUSÃO

A apostasia de Antíoco Epifánio aponta para o fim, o tempo no qual o anticristo imperará na terra (II Ts. 2.3,4). A igreja do Senhor Jesus não passará por esse momento sombrio, pois estará nos ares, celebrando as bodas com o Noivo. A grande esperança da igreja é o dia no qual a trombeta soará, os mortos ressuscitarão primeiro, e os que estiverem vivos serão transladados (I Ts. 5.13-18). Essas palavras servem de conforto para a igreja, e para todos aqueles que amam a vinda do Senhor (II Tm. 4.8).

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