sábado, 31 de outubro de 2015

CAIM ERA DO MALIGNO

Lição 05:


Texto Áureo  I Jo. 3.11,12  – Leitura Bíblica  Gn. 4.1-10




INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a narrativa de dois irmãos, cujas vidas trazem implicações para a humanidade. A história de Caim e Abel ensina a respeito dos fundamentos das relações humanas, bem como sobre o verdadeiro culto a Deus. Inicialmente compararemos as intenções desses irmãos no que tange ao culto, em seguida, mostraremos que as motivações de Caim eram malignas, acarretando no assassinato do seu irmão, com o qual teve que arcar com as consequências.

1. CAIM E ABEL, DOIS IRMÃOS
O nascimento de Caim trouxe a Eva a expectativa de que esse filho seria a semente da mulher (Gn. 4.1), cumprimento da profecia de Gn. 3.15. Mas esse se tornou um discípulo do Diabo, tornando-se homicida do seu irmão Abel. A criação de filhos é sempre desafiadora, desde o princípio Deus ordenou a procriação (Gn. 1.28), e o ensino a partir da Torah (Dt. 6.4-7). A expectativa dos pais é a de que seus filhos se tornem bênçãos de Deus, e vivam para a glória dEle (Sl. 127.3). Os textos de sabedoria, como em Pv. 22.6, ensinam a orientar as crianças no caminho correto, para evitar que esses se desviem. No entanto, nada garante que um filho ensinado seguirá as orientações dos seus pais. Isso porque eles crescem com livre arbítrio, a possibilidade de buscar o Senhor, como fez Abel, ou de centrarem neles mesmo, como fez Caim. Este se tornou lavrador, enquanto aquele seguiu a profissão de pastor. Aproveitamos para ressaltar que nenhum trabalho deve ser considerado indigno, contanto que esteja de acordo com os princípios divinos,  que seja para a glória de Deus (Cl. 3.22; I Ts. 4.11) As opções profissionais de Caim e Abel não são determinantes para caracteriza-los quanto ao relacionamento com Deus. Tanto Caim quanto Abel viram seus pais cultuar a Deus, e decidiram fazer o mesmo. Cada um deles trouxe o produto do seu trabalho, Deus aceitou a oferta de Abel, mas rejeitou a de Caim. Segundo o autor da Epístola aos Hebreus, a oferta de Abel foi feita pela fé (Hb. 11.4). Faltou a Caim quebrantamento necessário na presença de Deus (Sl. 51.16,17). Ao invés de buscar a Deus em submissão, Caim seguiu seu próprio caminho, a vontade própria como manifestação da sua incredulidade (Jd. 11). Existem cultos antropocêntricos, que ao invés de glorificar a Deus, enfocam apenas o homem.

2. CAIM, O MALIGNO HOMICIDA
As intenções de Caim eram do Maligno, pois o seu caminho foi aquele de Satanás. Como Caim, muitos estão querendo se aproximar de Deus de forma vã. Ao que tudo indica, Caim ficou rancoroso com seu irmão. Ele não apenas entregou um culto superficial, sem o respaldo divino. O culto de Caim ainda acontece atualmente em muitas igrejas supostamente evangélicas. Há pastores que buscam a mera aprovação pessoal, transformam o culto em um espetáculo. O culto genuíno é feito pelos adoradores que Deus busca, e esses devem fazê-lo em espírito e verdade (Jo. 4.23,24). Algumas igrejas buscam apenas entreter o público, não têm compromisso com a Palavra de Deus, até parecem programas de auditório. Há líderes que fazem concessão dos princípios bíblicos, a fim de angariar mais adeptos, e aumentar seus lucros. O caminho de Caim também é marcado pela contenda, e pelo ódio. Precisamos ter cuidado, pois muitos pastores estão disputando espaço, e na ânsia de agradar ao público, escandalizam o evangelho de Cristo (I Tm. 2.8). A ira de Caim o levou a cometer um crime, premeditando detalhadamente sua ocorrência. Paulo admoesta a irar-se, mas a não pecar, o que não aconteceu com Caim (Ef. 4.26). A ira, ódio e rancor são sentimentos destrutivos, causados pela inveja, e que resulta em pecado. Caim era do Maligno porque ele cultivou a violência, ao invés do amor e sacrifício pelo seu irmão (I Jo. 3.11,12). Essa cultura da morte está impregnada na sociedade contemporânea, que não respeita mais o próximo. Há homicídios acontecendo a todos instante, geralmente por motivos banais. A mídia divulga diariamente crimes que aconteceram por razões torpes, com requintes de crueldade. Mas é preciso ter cuidado, pois o homicídio pode ocorrer também por meio das palavras (Mt.5.21-26). O ódio rancoroso, resultante da inveja, revela distanciamento de Deus (I Jo. 2.9-11).

3. CAIM, O ERRANTE
Caim era do Maligno porque, além de premeditar a morte do irmão, ainda mentiu a esse respeito (Gn. 4.9; I Jo. 3.12; Jo. 8.44). Por causa do seu pecado, tornou-se errante, isso mostra que as decisões erradas trazem consequências. Caim mostrou ser uma pessoa insensível, sem disposição para o arrependimento. Por esse motivo foi amaldiçoado por Deus, para que se torna-se andarilho, sem conseguir encontrar paz. É digno de destaque que ele, a fim de encontrar um lugar de abrigo, construiu uma cidade. O habitat de Deus para o homem começou no Jardim, mas o homem, na tentativa encontrar segurança, construí uma cidade. A cidade é uma metáfora da proposta humana de viver sem Deus. As cidades humanas fracassam porque falta Deus no centro delas. Os cristãos são cidadãos da terra, devem fazer o melhor que puderem para o bem da cidade. Porém,  devem estar cientes que são cidadãos dos céus (Fp. 3.20,21), e não podem perder o foco na cidade celestial (Hb. 11.9-16). A cidade construída por Deus é eterna, e tem como fundamento o próprio Cristo (21.11,23; 22.5). A cidade dos homens é resultante da queda, expressa a vontade de governar sem Deus (Sl. 127.1-5). O resultado, na maioria das vezes, é frustrante, pois, por causa do pecado, a maioria das cidades não funciona. Precisamos orar e trabalhar para o bem das cidades nas quais habitamos, participando do processo de reconstrução do reino de Deus. Mas precisamos ser realistas, e assumir que essas, a menos que sirvam a Deus, estarão fadadas ao fracasso.

CONCLUSÃO
A geneologia de Caim teve um final trágico, termina com Lameque (Gn. 4.19-24), outro homicida prepotente. A maldade humana tem seu fundamento em Satanás, que desde o princípio se opõe a Deus. Caim é um exemplo de todos aqueles que seguem esse caminho, e se distanciam do Senhor. Os cristãos devem seguir o exemplo de Cristo, que é o verdadeiro caminho (Jo. 14.6). A ética de Cristo está fundamentada no amor a Deus e ao próximo, sem o qual nenhuma sociedade se sustenta (Mt. 22.34-40).


Ofertas de Primícias


 Primícias

Honre o Senhor
com todos os seus recursos
e com os primeiros frutos
de todas as suas plantações; os seus celeiros
ficarão plenamente cheios,
e os seus barris transbordarão de vinho.
"Também assumimos a responsabili­dade de trazer anualmente ao templo do Senhor os primeiros frutos de nossas colhei­tas e de toda árvore frutífera.
O melhor de todos os primeiros frutos e de todas as contribuições que vocês fizerem pertencerá aos sacerdotes. Vocês darão a eles a primeira porção de sua refeição de cereal moído, para que haja bênçãos sobre as suas casas.
"Diga o seguinte aos israelitas: Quando vocês entrarem na terra que dou a vocês e fizerem colheita, tragam ao sacerdote um feixe do primeiro cereal que colherem. O sacerdote moverá ritualmente o feixe perante o Senhor para que seja aceito em favor de vocês; ele o moverá no dia seguinte ao sábado. No dia em que moverem o feixe, vo­cês oferecerão em holocausto ao Senhor um cordeiro de um ano de idade sem defeito. Apresentem também uma oferta de cereal de dois jarros da melhor farinha amassada com óleo, oferta ao Senhor preparada no fogo, de aroma agra­dável, e uma oferta derramada de um litro de vinho. Vo­cês não poderão comer pão al­gum, nem cereal tostado, nem cereal novo, até o dia em que trouxerem essa oferta ao Deus de vocês. Este é um decreto perpétuo para as suas gerações, onde quer que morarem.
Por sua decisão ele nos gerou pela palavra da verdade, a fim de sermos como os primeiros frutos de tudo o que ele criou.
Nunca houve um momento que Deus não existisse. Ele era, é e será eternamente. Deus é imutável, não muda por nossa causa, mas nós devemos mudar para causa Dele.
“Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus”    Sl 90:2
Esse Deus Eterno age por princípios que são leis. Existem coisas que por um momento não concordamos, ou gostaríamos que fossem diferentes, mas não dá! Mandamentos são ordens de Deus para serem cumpridas, e se não obedecermos arcaremos com as conseqüências, ou deixaremos de viver a plenitude de Deus. Sempre que em nossas vidas algo não estiver de acordo que aquilo que queremos ou sonhamos, devemos em primeiro lugar fazer uma auto-análise e perguntarmos: Quais os princípios tenho quebrado? A poucos dias recebi uma multa por ter passado no pardal a 70km na via de 60KM. Não adianta reclamar! Tenho que pagar! Um princípio foi quebrado!
Falamos sobre princípios, existe um princípio que, como igreja, não estávamos cumprindo, todavia, não é tarde para confessarmos nossos pecados e fazer como Ele manda! Refiro-me a OFERTA DE PRIMÍCIAS. Este é um princípio criado por Deus para nós abençoar! Quando Deus pede os primeiros frutos, Deus queria ser distinguido no coração de seus filhos. A entrega das primícias é uma forma de honrar ao Senhor
“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.”   Pv 3.9-10
A definição que o Dicionário Aurélio dá acerca de primícias é:
“Primeiros frutos; primeiras produções; primeiros efeitos; primeiros lucros; primeiros sentimentos; primeiros gozos; começos, prelúdios”.
A Bíblia está repleta de histórias de gente que manteve Deus em primeiro lugar em suas vidas a despeito do preço a ser pago. Abraão se dispôs a sacrificar seu próprio filho, mas não se atreveu a deixar de dar a Deus o primeiro lugar. José foi para a cadeia para não pecar contra Deus numa relação adúltera. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego foram lançados na fornalha por se recusarem a dar a uma estátua o lugar que pertencia só a Deus. Daniel foi lançado numa cova de leões pela decisão de manter Deus em primeiro lugar. Os apóstolos foram presos e açoitados porque importava antes obedecer a Deus do que aos homens. Estes são exemplos positivos que nos inspiram a seguir as mesmas pegadas dos que agiram corretamente. Além destas figuras e exemplos, o ensino explícito de Jesus não deixa dúvidas sobre a importância do assunto:
“Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas.”   Mt 6.33.
Os israelitas receberam do próprio Deus a ordem de consagrar a Ele os primeiros frutos do ventre de suas mulheres, do ventre de seus animais e também os frutos da terra. Na hora da colheita, o primeiro feixe pertencia a Deus e deveria ser apresentado perante o Senhor pelo sacerdote.
Ao santificar a primeira parte (a mais importante) você santifica também o resto que vem depois dela. Quando alguém santificava as primícias (primeiros frutos) santificava também tudo o que seria feito depois, incluindo a massa da oferta de cereais e a dos pães que viriam a comer depois.
Este era o entendimento que os judeus receberam da Lei de Moisés: ao santificarem ao Senhor as primícias de sua renda, estavam santificando o restante da renda que ficava em suas mãos. Por isso Deus poderia fazer encher fartamente os seus celeiros e transbordar de vinho seus lagares!
As Primícias no Velho Testamento
Deus ordenou clara e explicitamente a entrega das primícias (primeiros frutos) por meio de Moisés:
“As primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à Casa do Senhor, teu Deus; não cozerás o cabrito no leite de sua mãe.”  Êx 34.26
As ofertas de Caim e Abel
O diferencial encontrado nas ofertas de Caim e Abel está diretamente ligado à entrega das primícias. Muita gente acha que o erro de Caim foi trazer uma oferta dos frutos da terra, em vez de ofertar um cordeiro (tipo do sacrifício de Cristo). Esse não era o verdadeiro problema. A Lei das Primícias fazia com que cada um trouxesse os primeiros do seu trabalho, e a Bíblia nos revela qual era o trabalho de cada um deles: Abel foi pastor de ovelhas, e Caim, lavrador (Gn 4.2). Logo, as primícias de Caim teriam que ser do fruto da terra! A Bíblia diz que Deus atentou na oferta de Abel, a oferta correta. E a primeira menção das primícias nas Escrituras é encontrada justamente nesta oferta:
“Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe das PRIMÍCIAS do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou.”  Gn 4.3-5a
Note que Caim trouxe sua oferta NO FIM DE UNS TEMPOS. Independentemente de quais tempos sejam estes a que a Bíblia se refira (tempo de colheita, de ofertas etc.), Caim não honrou a Deus com os primeiros frutos. A entrega das primícias é uma forma de reconhecer Deus em primeiro lugar. Por outro lado, deixá-lo para o fim significa não dar a Ele o primeiro lugar. E o Senhor não aceitou isto de Caim, como não aceita isto de nós hoje.
Agora veja bem, se Caim não soubesse a forma correta de oferecer algo ao Senhor, não poderia ser culpado, mas ele sabia a forma correta de fazer. Vemos isto na conversa que Deus teve com ele depois de rejeitar sua oferta:
“Irou-se, pois, sobremaneira, Caim, e descaiu-lhe o semblante. Então, lhe disse o Senhor: Por que andas irado, e por que descaiu o teu semblante? Se procederes bem, não é certo que serás aceito? Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”  Gn 4.5b-7
O Senhor falou que Caim sabia que se procedesse bem seria aceito e que se procedesse mal o pecado estava à sua porta. Abel procedeu bem ao fazer de Deus o primeiro e trazer as primícias, enquanto Caim procedeu mal ao deixar Deus por último, para o fim.
Semente de Bênçãos
Na verdade, a entrega das primícias é uma semente para entrar nas bênçãos de Deus. O Senhor fez uma promessa a Abraão e sua descendência. Mas, como Paulo escreveu aos romanos, a forma de santificar o resto de alguma coisa, é santificando ao Senhor as primícias daquilo. Portanto, Deus, que se move por seus princípios, pediu a Abraão as primícias de sua descendência: Isaque. E depois, passa a defender toda a descendência de Abraão como se todos fossem aquele primogênito entregue. Veja a mensagem que Deus deu para Moisés entregar ao Faraó egípcio:
“Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito.” Ex 4.22-23
Deus mandou dizer que Israel era seu primogênito (fruto da consagração das primícias de Abraão), e que se Faraó não o libertasse, então os primogênitos do Egito é que sofreriam. E foi o que aconteceu. Mas num registro posterior, no livro de Salmos, observe como é descrito o juízo divino sobre os primogênitos egípcios:
“Feriu todos os primogênitos no Egito, as primícias da virilidade nas tendas de Cam.” Sl 78.51
“Também feriu de morte a todos os primogênitos da sua terra, as primícias do seu vigor.” Sl 105.36
Em ambos os casos eles são chamados de as primícias dos egípcios. Isto faz com que entendamos aquela mensagem de Moisés a Faraó mais ou menos assim: “Assim diz o Senhor: Israel é o meu primogênito, as primícias consagradas de meu servo Abraão. Deixa ele livre para que me sirva, senão eu julgarei os seus primogênitos, primícias de sua força.”
A questão das primícias sempre traz conseqüências espirituais. Honrar ao Senhor com a entrega delas traz bênçãos, mas brincar com Deus no tocante a isto gera juízo!
Deus pediu aos israelitas a consagração de todo primogênito:
“Disse o Senhor a Moisés: Consagra-me todo primogênito; todo que abre a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, tanto de homens como de animais, é meu.” Êx 13.1-2.
E explicou a razão disto:
“Quando o Senhor te houver introduzido na terra dos cananeus, como te jurou a ti e a teus pais, quando ta houver dado, apartarás para o Senhor todo que abrir a madre e todo primogênito dos animais que tiveres; os machos serão do Senhor. Porém todo primogênito da jumenta resgatarás com cordeiro; se o não resgatares, será desnucado; mas todo primogênito do homem entre teus filhos resgatarás. Quando teu filho amanhã te perguntar: Que é isso? Responder-lhe-ás: O Senhor com mão forte nos tirou da casa da servidão. Pois sucedeu que, endurecendo-se Faraó para não nos deixar sair, o Senhor matou todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito do homem até ao primogênito dos animais; por isso, eu sacrifico ao Senhor todos os machos que abrem a madre; porém a todo primogênito de meus filhos eu resgato.” (Êx 13.11-16.)
Além de ensinar-lhes um princípio, o Senhor se movia por meio de um ato de legalidade. Na verdade, quando protegeu e guardou os primogênitos dos filhos de Israel, Deus os comprou. Usando a linguagem bíblica, podemos dizer que o Senhor os resgatou e se fez dono deles. Dali em diante, todo primogênito era dele e a consagração ao Senhor era o meio de reconhecer isto.
Para ficar com seus filhos, os pais deveriam resgatá-los de volta por meio de ofertas. Mas ao consagrarem o primogênito, estavam santificando a Deus o restante de sua descendência.
Conseqüências Espirituais
Porque Israel perdeu a batalha contra Aí? O que aconteceu de fato com Israel pelo pecado de Acã em Jericó? Vejamos: Jericó era a primeira cidade a ser conquistada em Canaã. Portanto, de acordo com o princípio das primícias, o despojo de guerra não era deles, e sim do Senhor
“Tão-somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais. Porém toda prata, e ouro, e utensílios de bronze e de ferro são consagrados ao Senhor; irão para o seu tesouro.” Js 6.18-19.
Os israelitas estavam proibidos de apropriar-se de qualquer coisa em Jericó. Os tesouros deveriam ir para o templo e as demais coisas (chamadas de coisas condenadas) deveriam ser destruídas. Traduções bíblicas como a versão Corrigida de Almeida, traduzem esta palavra como “anátema” passando uma idéia de que a razão pela qual não se poderia tocar naqueles bens de Jericó eram por ser malditos. Mas a definição bíblica era de algo consagrado para a destruição. Poderia trazer maldição pela quebra de um princípio, mas não eram coisas malditas em si mesmas. Assim, como o primogênito da jumenta que não podia ser sacrificado e tinha que ser resgatado ou desnucado, assim também Deus especificou o que queria que fosse dedicado a Ele e o que fosse destruído. O importante não era achar um uso para aquelas coisas, e sim não tocar nas primícias do Senhor.
E o exército de Israel obedeceu à ordem que lhes fora dada
“Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no; tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro deram para o tesouro da Casa do Senhor.” Js 6.24.
Mas um soldado chamado Acã desobedeceu à ordem divina: Prevaricaram os filhos de Israel nas coisas condenadas; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. A ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel. Josué 7.1.
A conseqüência de se quebrar este princípio, foi que a bênção para as demais conquistas foi retirada de sobre Israel. Eles foram derrotados na próxima batalha que exigia muito pouco deles, pois a Lei das Primícias não foi obedecida. Quando se santificam ao Senhor as primícias de algo, santifica-se, também, o restante. Quando se rouba a Deus nos primeiros frutos, perde-se a sua bênção no restante.
Este princípio funciona em todas as áreas. Ao separarmos um tempo pela manhã para buscarmos a Deus, e oferecermos em nosso devocional as primícias do dia, estamos santificando o restante dele ao Senhor. Quando separamos o dízimo, e aplicamos a Lei das Primícias dando a Deus a PRIMEIRA décima parte da renda, estamos santificando as outras nove partes restantes que ficam em nosso poder.
Alguns pregadores fazem diferença entre as primícias e o dízimo; ensinam o cristão a doar o equivalente ao ganho de seu primeiro dia de trabalho (além do dízimo). Outros ensinam a prática das primícias na entrega do dízimo. A idéia das primícias não se prende tanto ao fato de se é o ganho do primeiro dia ou o primeiro décimo da renda. O importante é dar primeiro a parte de Deus antes de gastarmos com as outras coisas.
Acredito que as primícias e o dízimo deve ser nosso item número um no plano de contas do orçamento. Além de ser dado primeiro, deve refletir o fato de que Deus vem em primeiro. Quando honramos ao Senhor com as primícias de nossa renda, Ele também nos honra em nossas finanças.
Por outro lado, quando pensamos somente em nós mesmos, e não nos preocupamos com as coisas do Senhor, ferimos sua primazia e perdemos suas bênçãos. É o que ocorreu nos dias de Ageu, quando ele profetizou que o povo só se preocupava com suas casas enquanto a Casa do Senhor estava em ruínas. E justamente por colocarem-se a si mesmos em primeiro lugar e deixar Deus por último (ou de fora) é que perderam as bênçãos divinas.
Acredito que o mesmo se dá com o ato de dar e ofertar ao Senhor. Foi por isso que Paulo instruiu os coríntios
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.” 2Co 9.7
“Eis que, agora, trago as primícias dos frutos da terra que tu, ó SENHOR, me deste. Então, as porás perante o SENHOR, teu Deus, e te prostrarás perante ele.”  Deuteronômio 26:10
“E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.”  Romanos 11:16
“Elias lhe disse: Não temas; vai e faze o que disseste; mas primeiro faze dele para mim um bolo pequeno e traze-mo aqui fora; depois, farás para ti mesma e para teu filho. Porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel: A farinha da tua panela não se acabará, e o azeite da tua botija não faltará, até ao dia em que o SENHOR fizer chover sobre a terra. ”   I Reis 17:13 e 14
“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. ”   1 Coríntios 15:20
Temos que nos libertar de pensamentos e argumentos que vão contra o conhecimento de Deus para sermos liberais em dar. Melhor é dar do que receber. Quando se fala e mais uma contribuição para o Reino, começam a vir os pensamentos: Para quem ganha duzentos reais talvez seja até fácil das prmícias, dízimos e ofertas. Mas, quem ganha mil reais talvez já começa a dizer: “será que isso é de Deus?”. Quem ganha cinco mil clama até o sangue de Jesus. Quem ganha 20 mil fala até em línguas e diz “Senhor, repreende esse negócio!”. Não pode ser assim: Sê fiel no pouco, para que você seja colocado no muito de Deus.
Como calcular o seu investimento no Reino de Deus:
Tudo que temos vem do Senhor para nós! Portanto daquilo que vem Dele, temos que entregar: Primícias, dízimos e ofertas.
* Primícias: Divida todos os seus rendimentos mensais por 30, para saber quanto você ganha por dia. O resultado deverá ser entregue como prímicia para Deus.
* Dízimo: 10% de tudo que você ganha.
* Ofertas: Valor livre!
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria.” 2Co 9.7.
Exemplo de uma pessoa que ganha R$ 1.000,00:
* Primícia: R$ 1.000,00 dividido por 30 = R$ 33,33
* Dízimo: R$ 1.000,00 – R$ 33,33(primícia) = 966,67 X 10% = R$ 96,67
Porque que você deve tirar as primícias do total do seu salário? Porque elas não são suas, são do Senhor, e você não pode dizimar sobre algo que não é seu.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

A QUEDA DA RAÇA HUMANA

Lição 04


                              Texto Áureo  Rm. 5.12  – Leitura Bíblica  Rm. 5.12-19


INTRODUÇÃO
Deus criou o homem e a mulher com livre arbítrio, possibilidade de escolher entre o certo e o errado. Mas como veremos na aula de hoje, eles optarem pela desobediência, trazendo sobre eles consequências drásticas. Inicialmente mostraremos a realidade do Éden, o paraíso perdido pelos nossos pais, em seguida, como aconteceu o processo da tentação e queda. E ao final, as consequências da Queda, mas sem esquecer-se do plano divino para  redenção humana.

1. ÉDEN, O PARAISO PERDIDO
Após a criação dos céus e da terra Deus plantou um jardim, o qual foi denominado de Éden, e ali colocou o homem e a mulher, coroa da Sua criação (Gn. 2.8). Uma das missões de Adão, em relação àquele Jardim, deveria ser guardá-lo, cultivando-o com vistas à produtividade (Gn. 2.15). Alguns estudiosos acreditam que o Jardim do Éden se encontrava onde atualmente está o sul do Iraque, ainda que existam controvérsias quanto a essa localização. O mais importante é saber que esse local deveria ser cultivado, Adão teria a oportunidade de exercitar sua criatividade. Infelizmente, conforme veremos mais adiante, por causa da Queda, o ser humano perdeu o acesso ao Jardim. A terra, como a conhecemos atualmente, sofre as consequências do pecado de Adão e Eva (Rm. 8.22) A destruição do habitat humana é uma demonstração da condição de Queda. Por causa da ganância famigerada do ser humano a criação de Deus está sendo destruída. Os cristãos, que foram alcançados pela graça de Deus, devem se envolver integralmente na construção do Reino de Deus, incluindo a preservação do meio ambiente. Estamos cientes que o Jardim de Deus somente estará completo na dimensão escatológica, pois o próprio Cristo é a Árvore da Vida (Ap. 22.2). Enquanto isso, temos a responsabilidade de preservar a natureza, sem adorá-la como fazem alguns ambientalistas, antes assumindo nosso compromisso com a manutenção do espaço no qual vivemos. O Paraíso começou em um Jardim, mas a consumição dos séculos ocorrerá em uma Cidade. O projeto de Deus envolve tanto a esfera rural quanto urbana, pois na Cidade Celestial também haverá um Jardim, para a saúde das nações (Ap. 2.7).

2. TENTAÇÃO, QUEDA E PECADO
Deus colocou Adão e Eva no Jardim, recebendo de Deus a missão de se multiplicar (Gn. 1.28), antes mesmo da Queda. A esse respeito é importante esclarecer que o pecado original nada tem a ver com o sexo. O relacionamento sexual é uma dádiva de Deus, e deveria ser usufruído pelo homem e pela mulher. Uma ala da filosofia grega que proíbe o casamento, e o relacionamento sexual, foi inserida na igreja, resultando em uma percepção negativa do ato sexual, tal ensinamento nada tem a ver com a Bíblia (I Co. 7.5; Hb. 13.4). O ato sexual é pecaminoso quando esse é praticado fora do casamento, desrespeitando os princípios estabelecidos pela Palavra de Deus (I Co. 6.18; I Ts. 4.3-5). O homem e a mulher caíram quando decidiram desobedecer ao mandamento divino, ou seja, não poderia comer da árvore do conhecimento do bem e dom mal. O desconhecimento, às vezes, é uma dádiva divina, não precisamos experimentar todas as coisas. Há pessoas que estão envolvidas em vícios, e tem dificuldade para abandoná-los, melhor seria que não tivessem se iniciado em tais práticas. Satanás foi astuto e sagaz, ele se apropriou da serpente, e aproveitou um momento solitário de Eva para tenta-la. Ao que tudo indica, Eva não ouviu o próprio Deus dizer que não deveria comer do fruto, Adão repassou essa informação para ela. A mensagem de Satanás é sempre no intuito de contrariar a Palavra de Deus. Quando Deus diz que não se deve comer, ele diz que se comer não causa mal, e até apresenta vantagens. Eva sabia que não deveria comer o fruto, até exagerou na proibição, dizendo que “não deveria sequer tocá-lo”. Mas não resistiu aos apelos do Inimigo, pois viu que o fruto era “agradável aos olhos”, “desejável”, “comeu” e “deu também ao seu marido”. (Gn. 3.16). O pecado começa causando atração, apelando à concupiscência da carne, à concupiscência dos olhos e a soberba da vida (I Jo. 3.16).  Em Adão toda a humanidade caiu, os primeiros pais se tornaram responsáveis pela introdução do pecado no mundo, mas isso não quer dizer que nós não somos inescusáveis perante Deus. A humanidade herdou de Adão a natureza pecaminosa, mas cada pessoa é culpada pelos seus pecados (Rm. 5.12).

3. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA
O pecado trouxe sérias consequências para a humanidade, e para a criação como um todo. A serpente seria obrigada a comer o pó da terra (Gn. 3.14). Ela se tornaria inimiga da mulher, principalmente da Sua semente, uma alusão ao Ungido de Deus, que viria como Salvador do mundo. Maria foi escolhida como a mãe do Salvador (Lc. 1.46-56), e Jesus, no calvário, pisou a cabeça da antiga serpente. Como diziam os reformadores, esse é o primeiro texto profético, que antecipa a vinda de Cristo, uma espécie de protoevangelho. A mulher teria filhos, mesmo antes da Queda, mas por causa da desobediência, o parto se tornaria mais doloroso (Gn. 3.16). Mesmo assim, não podemos deixar de ressaltar a dádiva de se tornar mãe. As filhas de Israel sempre tiveram a expectativa de se tornarem a mãe do Messias prometido. A criação de filhos é uma responsabilidade, pais e mães devem assumir esse papel, ensinando seus filhos a temerem o Senhor (Pv. 22.6). Evidentemente, não estamos isentos das consequências da Queda, os filhos poderão se desviar por outros caminhos, e se distanciarem do Senhor, optando pela desobediência. O homem, que trabalhou desde o princípio, agora comeria o pão do suor do seu rosto. Isso quer dizer que o trabalho se tornaria mais pesado, seus dias de vida também seria diminuídos na terra. É importante ressaltar que em Cristo o trabalho, ainda que seja pesaroso, é uma forma de glorificar a Deus (I Co. 10.31). Em relação aos dias de vida na terra, sabemos que a morte não é o fim, pois aqueles que creem em Cristo, ainda que morram, viverão (Jo. 11.25).

CONCLUSÃO
A Queda foi uma tragédia para os seres humanos, a opção pelo pecado continua acarretando consequências terríveis. O desejo por uma suposta liberdade resulta em libertinagem, ocasionando sofrimento e miséria. Mas nem tudo está perdido, Deus preparou um plano para a salvação da humanidade, para que todo aquele que crê em Cristo não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo. 3.16). Todos aqueles que O recebem tornam-se filhos de Deus (Jo. 1.12), passando a condição de nova criatura (I Co. 5.17), e súdito no Reino de Deus que terá sua completude no porvir.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Frases Que Devem Ser Evitadas Nos Púlpitos



Cada dia que passa a falta de conteúdo dos pregadores contemporâneos fica mais evidente. Parece que os pregadores modernos inventaram o "jeitinho brasileiro" de pregar, onde vale a lei do menor esforço. Nessa onda de repetição, os pregadores jovens copiam os clichês dos "mega"-pregadores, os super-stars do evangelho, e nem sequer avaliam se o que eles estão dizendo tem embasamento bíblico. Por causa dessa realidade tão patente, o Panorama Cristão visa alertar o leitor acerca dos famosos chavões, que apesar de possuírem um forte apelo emocional, não são bíblicos.

Nessa postagem, apresento 5 chavões muito comuns nos círculos pentecostais e neo-pentecostais:

"TEM SAPATO DE FOGO?"

Pregadores que não se preocupam em expor a Palavra — pois a sua missão é movimentar as massas — se valem de perguntas como esta: "Tem sapato de fogo aí, irmão?" Com muita tristeza assisti a um vídeo em que alguém que já foi considerado, unanimemente, o maior expoente da Assembléia de Deus no Brasil participa de um espetáculo deprimente..

No tal vídeo, o pregador é chamado por um animador de auditório, que, apertando a sua mão, pergunta-lhe: "Pastor fulano, tem sapato de fogo? Tem sapaaato?" E ele balança a cabeça, em sinal de aprovação. Quer saber o que aconteceu? Bastou um sopro — e não um soco — para levá-lo à lona, quer dizer, ao chão...

Fiquei pensando: Meu Deus, um homem que já foi um referencial para muitos jovens pregadores, um defensor das verdades centrais da fé cristã, alguém que admirei, cujos livros e comentários bíblicos para escola dominical eu li, caído ao chão... E ainda acreditando que está certo. Que Deus nos guarde, e que vigiemos, a fim de que jamais apostatemos da fé.

"ESSA É UMA GERAÇÃO DE APAIXONADOS"

Você já notou como os jovens costumam empregar o verbo "adorar" para quase tudo de que gostam, menos em relação a Deus? "Adoro cantar", "Adoro dançar", "Adoro ouvir música", "Adoro chocolate", etc. Mas, quando vão falar do SenhorJesus, o único de fato digno de adoração, dizem: "Estou apaixonado". Isso ocorre principalmente por influência de cantores-ídolos que "adoram" empregar frases de efeito, como: "Essa é uma geração de apaixonados" ou "Deus não rejeita um coração apaixonado".

Paixão, por definição, é irracional, passageira e não leva em conta princípios. A adoração, ao contrário, é racional (Rm 12.1), verdadeira (Jo 4.23,24) e envolve tudo o que há em nós: espírito, alma e corpo, principalmente o nosso espírito, que é a parte mais profunda de nosso ser (1 Ts 5.23; Lc 1.46,47; Sl 57.7).

Alguém poderá perguntar: "O que vale não é a intenção?" Na verdade, não podemos, ainda que bem intencionados, aceitar todas e quaisquer influências do mundo. E o clichê em análise, conquanto para muitos seja apenas uma simples questão de semântica, tem levado os jovens à concepção distorcida da verdadeira adoração a Deus, acima de todas as coisas, o que é muito mais que estar apaixonado!

Sei que alguém, ao ler esta abordagem, pode não estar muito apaixonado por este livro e seu autor. Mas espero, sinceramente, que reflita sobre a importância de adorar somente ao Senhor Jesus e segui-lo, abandonando a postura de fã (Lc 9.23). Não adianta nada alguém usar uma camiseta com os dizeres "Apaixonado por Jesus" ou viver cantando "Apaixonado, apaixonado, apaixonado...", se não andar como Jesus andou (1 Jo 2.6)!

Abandone, pois, essa canoa furada da geração dos apaixonados! Embarque no navio cujos passageiros são os verdadeiros adoradores, que seguem ao SenhorJesus, que disse: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás..." (Mt 4.10).

"OLHE PARA DENTRO DE VOCÊ"

Pregadores berram esse clichê com naturalidade, e crentes o assimilam, reconhecendo que de fato têm valor... Sabia que essa frase é cem por cento humanista e contrária à Palavra de Deus? No entanto, como as pregações, nos grandes congressos, têm sido, em geral, palestras motivacionais ministradas na base do grito, poucos se apercebem do perigo que há na supervalorização do ser humano.

Temos algum valor em nós mesmos, à luz da Bíblia? Que é o homem mortal? Em nossa carne não habita bem algum (Rm 7.18). Somos considerados miseráveis, sujeitos a satisfazer os desejos da carne (Rm 7.19-24). O que faz a diferença em nosso pobre vaso de barro? O precioso tesouro que nele está (2 Co 4.7). Por isso, caro leitor, não acredite nesses animadores de auditório! Quanto a você, pregador, lembre-se de que não foi chamado para massagear egos. Não faça massagem; entregue a mensagem! A sua missão — se é que tem compromisso com a Palavra de Deus e com o Deus da Palavra — é falar a verdade (Jo 10.41). Leve o povo a olhar para Jesus, autor e consumador da fé (Hb 12.2), e não a olhar para dentro de si. Nada temos; nada somos. Humilhemo-nos debaixo da potente mão do Senhor, a fim de que Ele nos exalte (1 Pe 5.6; Tg 4.6).

"LIBERE UMA PALAVRA RHEMA"

Certo escritor, já falecido — cujas iniciais do seu nome são K.H. —, fez muitos discípulos (e alguns fanáticos) no Brasil, apesar de nunca ter demonstrado amor e fidelidade à Palavra de Deus. Alguém pode até duvidar do que Jesus disse, mas, se criticar as falácias do papai H., prepare-se para os ataques dos triunfalistas de plantão!

No Brasil, estão entre os fiéis seguidores de K.H. um famoso telemissionário, cantores-ídolos e outros telepregadores. Ah, os animadores de platéia também têm bebido dessas fontes escuras e turvas. Resultado: todos eles mandam o povo liberar uma palavra rhema, pela qual podem pretensamente trazer à existência o que não existe...

"Isso é uma questão de fé", alguém argumentará. Não obstante, a fé também deve ser controlada pela Palavra de Deus, a nossa regra de fé, de prática e de viver. A origem de uma profecia — profecia mesmo, e não confissão positiva — não é a nossa fé. Afinal, não é a declaração do crente que é viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e sim a Palavra de Deus (Hb 4.12), não é mesmo?

"PROFETIZE PARA VOCÊ MESMO".

Há algum tempo, participei de uma escola bíblica no Nordeste do Brasil, e lá estava um conhecido pregador de massa. Suas principais características: brincalhão, contador de piadas, cortejador, oferecido, imodesto e sem compromisso com a Palavra de Deus. Quer saber como foi sua pregação? Um festival de gritos, tal qual uma maritaca. Mas o povo vibrou com os seus gracejos.

O que mais me chamou atenção na performance do tal animador foi a frase: "Profetize para você mesmo". Ora, com quem ele aprendeu tamanho absurdo? Qual foi o profeta, nas páginas sagradas, que profetizou para si mesmo? NemJesus fez isso! E a regra bíblica de que devem falar apenas dois ou três profetas — e não todos, ao mesmo tempo —, enquanto os outros julgam? Nada vale o que está escrito em 1 Coríntios 14?

Quem julga uma auto-profecia? E se ela tiver origem no coração humano ou provier do Maligno? A Palavra de Deus não diz que o coração é enganoso (Jr 17.9)? Ela não nos alerta quanto aos espíritos enganadores (1 Tm 4.1)? Como, pois, alguém pode mandar os crentes profetizarem para si mesmos? Só mesmo um irresponsável para fazer uma coisa dessa.

"...Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" - Mateus 22.29

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

GÊNESIS, O LIVRO DA CRIAÇÃO DIVINA




Lição 01

Texto Áureo  Gn. 1.1  – Leitura Bíblica  Gn. 1.1-26

INTRODUÇÃO
Neste trimestre estudaremos Gênesis, o livro dos princípios. Nessa primeira aula nos voltaremos para os aspectos contextuais do texto. Inicialmente abordaremos o tema central, a data em que foi escrito, e quem foi seu autor.
Em seguida, trataremos a respeito dos objetivos, temas principais e estrutura do livro. Ao final, destacaremos o conteúdo, e principalmente, a relevância desse livro para os dias atuais.

1. TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
O tema central do livro de Gênesis se encontra em Gn. 1.1: “No princípio criou Deus os céus e a terra”.
Esse livro trata, portanto, dos começos, o próprio título do livro vem de genesis que em grego significa origem. Em hebraico, é o livro do bereshit, do princípio de todas as coisas, exceto de Deus, que não tem início, muito menos fim.
A data provável de escrita é 1500 a. C., sendo esse um dos textos mais antigos da Bíblia.
Para os estudiosos esse livro foi escrito durante a peregrinação dos filhos de Israel rumo à Terra Prometida, entre o Egito e o Deserto do Sinai (Ex; 24.4).
Um dos temas bastante controvertidos do Gênesis diz respeito a sua autoria Mas A maioria dos estudiosos concorda que Moisés foi o escritor.
Essa posição é confirmada no Novo Testamento por Jesus (Mt. 19.4-6; Lc. 11.51; Lc. 24.44). Há quem defenda que esse livro não é factual, isto é, não pode ser interpretado como verdade, mas apenas como mitologia.
No entanto, a mensagem de Gênesis é revelação divina, somente podemos saber o que aconteceu no princípio porque Deus decidiu comunicar.
Por outro lado, o livro, como as demais Escrituras, não se propõe a ser científico. O relato de Gênesis objetiva a edificação dos leitores (II Tm. 3.16,17), não a constatação cosmológica, a fim de sustentar a ciência.
Ler Gênesis como um livro de ciência é um desserviço à fé cristã, pois esse não é seu primeiro objetivo.
Precisamos ler Gênesis como Palavra de Deus, a revelação expressa do Deus que se manifesta, não apenas na criação, mas também na Palavra.
Isso porque Ele não é apenas o Elohim, Deus Criador de todas as coisas, mas também o Yahweh, o Deus que se identifica com a humanidade.

2. OBJETIVOS, PERSONAGENS E ESTRUTURA
O livro de Gênesis revela um Deus criador, por isso céus e terra não são obras do acaso, como pressupõe a filosofia materialista.
O livro identifica Deus como O Todo Poderoso, que vai além do entendimento humano. Os principais personagens do livro são: o próprio Deus - como Criador e Senhor; Adão e Eva - os primeiros humanos, criados por Deus, a serpente – que tentou Adão e Eva para pecarem; Caim e Abel – os primeiros filhos de Adão e Eva, tendo o primeiro assassinado o segundo; Noé – um homem justo, que construiu um arca, em obediência ao Senhor; Abraão – escolhido por Deus para ser pai de uma grande nação; Sara – a esposa infértil de Abraão, que se tornou a mãe de Isaque; Jacó – também chamado de Israel, pai de doze filhos, que compôs as tribos da nação escolhida; e José – o filho favorito de Jacó, que foi vendido como escravo para o Egito.
O livro de Gênesis tem seu início no Crescente Fértil, que nos dias atuais é o Iraque, e se desenrola até a terra de Canãa, Israel atualmente, e finda no Egito. Esse livro não se propõe a explicar Deus, nem mesmo provar Sua existência, pois essa é pressuposta, já no primeiro versículo (Gn. 1.1). Os capitulo 1 e 2 descrevem como Deus criou o universo e tudo que nele há, simplesmente por meio da palavra (Gn. 1.6-15).
A criação do homem teve um tratamento diferenciado, pois Deus o formou do pó da terra, e soprou em suas narinas, dando-lhe o fôlego da vida (Gn. 2.7), sendo a mulher retirada da costela do homem.
Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher, viviam em harmonia no Jardim do Éden, mas caíram em pecado, por desobedecerem ao Senhor.
A serpente, figura de Satanás, conduziu o primeiro país à ruina (Gn. 3).
O pecado levou a humanidade à Queda, isso é demonstrado no assassinado de Caim, que matou seu irmão Abel.
Ao optar pelo pecado o ser humano decidiu viver distanciado do Seu Criador, trazendo sobre si as consequências da desobediência.

3. CONTEÚDO E RELEVÂNCIA
O livro de Gênesis trata com propriedade a respeito do problema do mal, declara que inicialmente a humidade foi criada em perfeição, mas se voltou contra Deus em pecado.
Essa rebelião desestruturou as condições favoráveis para a existência humana na terra. A morte foi o resultado espiritual da maldade.
Quando o pecado se alastrou pela terra, fez-se necessário que Deus enviasse um dilúvio, sendo salvo Noé e sua família. Após o dilúvio, o Senhor escolheu um homem, chamado Abrão que se tornaria o patriarca da nação escolhida, que viria a ser reconhecida como Israel.
O livro de Gênesis termina com Jacó, e José, seu filho, que através de uma sucessão de eventos miraculosos, tornou-se um dos regentes do Egito. Além da problemática do mal, o livro de Gênesis aborda vários outros temas, relevantes para os dias atuais, dentre eles destacamos: 1) a origem do universo – ao contrário do que postula o materialismo, o universo não é obra do acaso, mas criação de um Deus poderoso, que também manifesta seu amor pela humanidade; 2) a criação da humanidade – o ser humano foi especialmente criado por Deus, que soprou em suas narinas o fôlego da vida, sendo assim, a dignidade humana se fundamenta na relação com a divindade; 3) a rebelião da humanidade – os homens se revoltam contra o Criador, resultando em consequências trágicas, que afetam a condição humana, tanto individual quanto coletiva, abrangendo o meio ambiente; 4) a redenção divina – apesar da Queda, e do mal residente na humanidade, Deus preparou um plano para a salvação, Cristo é aquele que pisou a cabeça da serpente, o Salvador do mundo; e 5) a providência divina – Deus está no comando da situação, às vezes não compreendemos o desenrolar da história, mas ao Seu tempo, o Senhor cumprirá seus desígnios.

CONCLUSÃO
Paulo destaca em Rm. 15.4 que tudo que dantes foi escrito, o foi para nosso ensino, para que mantenhamos o ânimo, através da leitura das Escrituras, principalmente para que tenhamos esperança.
A leitura de Gênesis, ao longo deste trimestre, fundamentará nossa fé em Deus, alicerçará nossa esperança em Cristo, e a convicção de que o Senhor está no comando de todas as situações.
O Deus do Gênesis não é apenas o Criador dos céus e a da terra, mas também Aquele que se relaciona, e busca alcançar a humanidade caída, em amor e misericórdia.










Quem pode tomar a Santa Ceia?

  De acordo com a Bíblia, se você é salvo, você pode tomar a Santa Ceia.   Cada um deve examinar a si mesmo antes de participar da Santa Cei...