sexta-feira, 29 de maio de 2015

AS LIMITAÇÕES DOS DISCÍPULOS

                      
Lição 9





                       Texto Áureo Lc. 9.40  – Leitura Bíblica  Lc. 9.38-50


INTRODUÇÃO

A cristã está sujeita a altos e baixos, isso porque a condição humana é inconstante. Mas nem todos os cristãos estão conscientes dessa realidade, principalmente os adeptos do triunfalismo. Não existem supercrentes, é o que veremos na aula de hoje, ao analisar as limitações dos discípulos de Jesus. Dentre essas limitações destacamos:  a dúvida e a primazia, os valores invertidos e a necessidade do perdão.

1. A DÚVIDA E A PRIMAZIA

O liberalismo teológico tem incentivado à dúvida, para alguns estudiosos a dúvida é necessária à fé. No entanto, esse não é o posicionamento escriturístico, existem várias passagens bíblicas que censuram a dúvida (Mt. 14.31; 21.21; Lc. 9.41; Tg. 1.4-8). A dúvida faz parte da condição humana, os discípulos duvidaram, não apenas Tomé (Mt. 28.17). A dúvida pode ser explicada como uma condição existencial, e uma demonstração de falta de confiança em Deus, sobretudo na Sua Palavra (Rm. 10.17). Por isso motivo, ao contrário do que postula o neoliberalismo teológico, os cristãos devem assumir que duvidam, mas devem se envergonhar disso, e o orar ao Senhor, pedindo que os ajude nos momentos de incredulidade (Mc. 9.27).  Outra limitação demonstrada pelos discípulos, foi a intenção de ter primazia sobre os demais, debatendo entre eles a respeito de quem seria o maioral (Lc. 9.46,47). A mania de grandeza persegue o ser humano desde a queda (Gn. 3.5). Os discípulos não queriam ser apenas discípulos, eles estavam interessados na posição que teriam no reino. Várias vezes discutiram entre si a respeito desse assunto. Por isso Jesus os repreendeu, certa feita colocou uma criança no meio deles, e disse que quem quisesse ser o maior que fosse como uma delas (Lc. 9.45-50). Em outra oportunidade radicalizou, ao cingir os lombos com uma toalha, e lavar os pés dos seus discípulos (Jo. 13). A mania de grandeza está atingindo muitos ministérios, as divisões são perceptíveis em muitos arraiais evangélicos. O sentido do ministério como serviço está se desvirtuando, a hierarquia eclesiástica está destruindo muitos obreiros. Alguns deles iniciaram bem intencionados, mas não se conformam mais com a posição, há até aqueles que querem ser quase deus.

2. O PERIGO DA INVERSÃO DE VALORES

A inversão de valores entre os discípulos de Jesus é algo preocupante, por descaracterizar o significado do verdadeiro discipulado (Mt. 16.24). Há crentes, e até pastores, que defendem que a riqueza deve ser o alvo primordial do ministério, por causa disso muitos estão indo à ruina (I Tm. 6.10). De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma, o que poderá dar o homem em troca da sua alma? (Mt. 16.26). Muitos vivem demasiadamente ansiosos na modernidade, não consegue mais se satisfazer com o que têm. A doutrina bíblica do contentamento está sendo substituída pela ganância (I Tm. 6.6-8; Fp. 4.10-13; Hb. 13.4,6). Essa busca desenfreada pelo ter está levando até mesmo os cristãos a viveram debaixo da tutela da ansiedade (Lc. 12.22-34). Jesus foi contundente ao afirmar que ninguém pode servir a dois senhores, ninguém pode ser servo do Senhor, e ao mesmo tempo de Mamom, o deus-mercado (Mt. 6.24). Isso porque onde estiver o tesouro do ser humano, ali também estará seu coração (Mt. 6.21). As doenças psicossomáticas, que tem assolado muitas vidas, são decorrentes de um estilo de vida desequilibrado. A modernidade nos tornou consumidores, eternamente insatisfeitos com o que temos, buscando sempre mais, a fim de manter o círculo de um capitalismo selvagem. A alternativa do cristão diante desse estilo de vida é confiar cada vez mais em Deus, depositar sua esperança não nas coisas que são da terra, mas nas que estão no alto (Cl. 3.1,2).

3. A NECESSIDADE DO PERDÃO

Outra limitação dos discípulos de Jesus é a indisposição para perdoar, mas esse sentimento negativo pode conduzir o cristão à destruição espiritual (Hb. 12.15). Inicialmente, é preciso destacar que somos alvos da graça maravilhosa de Deus, Ele nos alcançou quando nós não merecíamos, sendo ainda pecadores, provando Seu amor para conosco (Rm. 5.8). Porque Ele nos amou, devemos também amar nossos irmãos, e expressar esse amor através de atos perceptíveis (Jo. 3.16; I Jo. 3.16). Jesus contou uma parábola a respeito de um homem que devia uma quantia vultoso, cuja dívida foi perdoada, mas esse mesmo homem, não agiu de igual modo a ser procurado por um servo que devia uma quantia menor. Quando soube do ocorrido, o homem que havia perdoado a quantia maior puniu aquele que não fez o mesmo, por não ter agido também com graça (Mt. 18.21-35). O perdão de Deus não tem limites, o número sete não é restritivo na passagem de Lc. 17.3,4, trata-se de uma elaboração metafórica, Jesus destaca a misericórdia de Deus, que não põe limites para perdoar o pecador arrependido. Perdoar os outros, de acordo com Mt. 6.15, é a única condição para ser perdoado por Deus, se alguém pretende ser alcançado pelo perdão de Deus, deve está disposto, mesmo contra vontade, a perdoar os outros. Isso porque não adianta alimentar o sentimento de rancor, isso acarretará em maior mal. Existem pessoas que estão sofrendo desnecessariamente porque ainda não foram capazes de liberar perdão. O perdão dará oportunidade ao outro de seguir adiante, e o mais importante, a nós mesmos dias melhores no Senhor (Is. 40.31).

CONCLUSÃO

Os discípulos de Jesus não são supercrentes, são pessoas comuns que têm suas limitações. Mas esses devem se dedicar à vida espiritual, a fim de não sofrerem as influências negativas dos valores deste mundo (I Jo. 2.15). Como discípulos de Cristo, devemos viver em humildade, considerando sempre os outros maiores que a si mesmo (Fp. 2.3), não se deixando levar pela avareza (II Pe. 2.3), muito menos pela ganância (Tt. 1.11), antes cultivando o perdão, que é uma característica dos seguidores de Jesus (Lc. 23.34; At. 7.60), não esquecendo que sem o Senhor, nada podermos fazer (Jo. 15.5).

A Vestimenta Que Agrada aDeus

1 Pedro 1:13-16
13 Portanto, estejam com a mente preparada, prontos para agir; estejam alertas e ponham toda a esperança na graça que será dada a vocês quando Jesus Cristo for revelado.
14 Como filhos obedientes, não se deixem amoldar pelos maus desejos de outrora, quando viviam na ignorância.
15 Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem,
16 pois está escrito: "Sejam santos, porque eu sou santo".


A vestimenta mais importante do discípulo verdadeiro de Jesus é interna e espiritual. Ele já tem removido os panos sujos de pecado e maus   pensamentos, e tem os substituído por novas roupas de santidade e entendimento da vontade deDeus (veja Colossenses 3:1-16). Ele procura cada dia ser mais parecido com seu Senhor, e se esforça para desenvolver as atitudes piedosas que Jesus ensinou e demonstrou (Mateus 5:1-12). Essas transformações internas vão modificar seu comportamtento externo, é claro. Ele não vai mentir ou furtar como pessoas mundanas (Efésios 4:25-29). Todos os aspectos da vida dele são colocado sob controle do Deus santo a quem ele serve (1 Pedro 1:13-16).

Através da História, homens e mulheres têm lutado com a questão de como essa transformação interna deve ser refletida exteriormente. Deve o servo de Deusse vestir de um modo diferente do que as pessoas do mundo? Respostas a essa pergunta são quase tão diversas como as modas numa loja de roupas. Alguns argumentam que a vestimenta dos servidores de Deus devem ser completamente diferentes do que as das pessoas do mundo. Resultados de tais pensamentos incluem as trajes tradicionais de ordens religiosas especiais e outras roupas peculiares, como as adotadas pelo povo Amish. Outros vão ao extremo oposto, dizendo que os cristãos devem ser iguais ao mundo e que eles podem seguir todas e quaisquer modas do mundo.

Deus nos ensina como nos vestir

Quando Deus fala sobre algum assunto em todas as épocas da história bíblica, devemos reconhecer que é importante. Por exemplo, ele ensina sobre a permanência de casamento no período dos patriarcas, na dispensação da lei de Moisés, e no Novo Testamento. Enquanto não adotamos do Antigo Testamento leis específicas sobre o casamento, nós entendemos os princípios do Novo Testamento com a ajuda do Antigo Testamento. Percebemos que são diversos os assuntos que são incluídos em todas as épocas de revelação divina: adultério, idolatria, a importância de sacrifícios apropriados, comer sangue, matar, etc. Desde o jardim de Éden, Deus tem orientado seu povo sobre roupas modestas. Vamos procurar entender esse ensinamento, e tenhamos a fé e o amor suficiente para aceitar o que ele diz, mesmo se não o compreendemos (Isaías 55:6-9).

Deus ensina seu povo a se vestir com modéstia

A dão e Eva. "Ora, um e outro, o homem e sua mulher, estavam nus e não se envergonhavam" (Gênesis 2:25). Na sua inocência, antes de cometer o primeiro    pecado, era normal para Adão e Eva estarem nus, mesmo andando no jardim na presença de Deus. A mesma inocência é vista em criancinhas ainda não corruptas pelo pecado. Mas, quando Adão e Eva conheceram a diferença entre o bem e o mal, ficaram envergonhados e imediatamente fizeram algum tipo de roupa mínima (Gênesis 3:7). A palavra usada aqui sugere que fizeram alguma coisa que foi embrulhada no corpo, evidentemente escondendo as partes mais íntimas do corpo. Mas Deus não aprovou esse tipo de roupa. Ele lhes fez uma vestimenta de peles (Gênesis 3:21). Essa palavra sugere um tipo de túnica. William Wilson, em seus Estudos de Palavras no Antigo Testamento, diz que essa vestimenta era um tipo de roupa usado por homens e mulheres que, tipicamente, tinha mangas e caiu até os joelhos, raramente aos tornozelos. O que podemos aprender desse primeiro caso? Deus quer que homens e mulheres usem roupas. Não somos como animais, que não sentem vergonha de sua nudez. Podemos entender, também, que a vontade de Deus desde o princípio é que usemos vestimentas que cobrem o corpo, não meramente alguma coisa embrulhada no corpo para esconder as partes mais íntimas. Cada servo de Deus precisa ser honesto e sincero aqui: as roupas de praia usadas hoje em dia seriam mais parecidas com as roupas que Deus fez, ou com as cintas que Adão e Eva fizeram?

Sacerdotes do Velho Testamento. Ninguém hoje tem motivo para dizer que nós devemos usar roupas iguais aos trajes sagrados usados pelos sacerdotes do Antigo Testamento. Mas, nós podemos aproveitar uma lição importante do motivo que Deus deu junto com algumas regras. Primeiro, ele proibiu altares elevados, para que a nudez do sacerdote não fosse exposta (Êxodo 20:26). Mais tarde, ele acrescentou outra instrução para melhor evitar esse tipo de problema. Ele ordenou que os sacerdotes usassem calção em baixo de suas túnicas para cobrir a sua nudez (Êxodo 28:40-42). Deus especificou que o calção iria "da cintura às coxas". Deus não queria que esses servos mostrassem as coxas expostas ao mundo. Hoje, homens do mundo tiram suas camisas e mostram suas coxas para todo o mundo na praia ou na rua. Homens que servem a Deusprecisam perguntar para si, honestamente, se isso é realmente o que Deuspretendia que o povo santo fizesse.

Roupas peculiares ao sexo oposto. Em Deuteronômio 22:5, Deus disse: "A mulher não usará roupa de homem, nem o homem, veste peculiar à mulher; porque qualquer que faz tais cousas é abominável ao Senhor, teu Deus." Entendemos que não somos sujeitos às ordenanças dadas por meio de Moisés aos israelitas. Portanto, é esclarecedor entender o que Deus estava dizendo. Ele não estava proibindo que homens e mulheres usassem algum artigo de roupa semelhante. Na época, ambos os sexos usavam túnicas, como ambos homens e mulheres em muitas culturas hoje usam calças compridas. É errado usar esse versículo para condenar as mulheres que usam calças. Mas, Deus quer que mantenhamos distinções entre os sexos (veja, por exemplo, 1 Coríntios 11:14-15). Ele condena as perversões de homens que se vestem e se comportam efeminadamente (1 Coríntios 6:9).

A vergonha da virgem da Babilônia. Quando Isaías profetizou, a nudez era, ainda, associada com vergonha. Quando ele descreveu o povo da Babilônia como uma virgem abusada, um aspecto da humilhação dela era que o inimigo descobriu suas pernas e sua nudez (Isaías 47:1-3). Mas hoje em dia, mulheres do mundo voluntariamente mostram suas pernas e ousam expor sua nudez, sem sentir nem um pouco envergonhadas. Será que tornamos tão dessensibilizados ao pecado, devido à cultura corrupta, que já esquecemos como sentir vergonha? (Veja Jeremias 8:5,8,9,11,12.) Como servos de Deus, temos que ser diferentes, não conformados aos costumes errados do mundo (Romanos 12:1-2). Precisamos saber como sentir vergonha.

A modéstia e bom senso de mulheres cristãs

Agora, vamos ver duas passagens semelhantes no Novo Testamento. "Da mesma  sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom   senso, não com cabeleira frisada e com ouro, ou pérolas, ou vestuário dispendioso, porém com boas obras (como é próprio às mulheres que professam ser piedosas)" (1 Timóteo 2:9-10). "Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido" (1 Pedro 3:3-5). Esses trechos não são idênticos (1 Timóteo fala sobre mulheres em geral, enquanto 1 Pedro fala sobre a mulher cujo marido não é cristão), mas há vários pontos paralelos. Vamos estudar alguns pontos chaves.

Jóias. É comum ouvir alguém usar esses versículos para proibir absolutamente todos os tipos de jóias, enfeites de cabelo, etc. Mas esse não é o sentido do texto. A Bíblia, às vezes, usa essa construção (Não faça isso, mas faça aquilo) para enfatizar o que é mais importante, sem proibir o menos importante. João 6:27 é um exemplo claro: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que subsiste para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará...." Jesus não está proibindo trabalho honesto para suprir as necessidades da vida (compare 2 Tessalonicenses 3:10; 1 Timóteo 5:8), mas está dizendo que devemos dar muito mais importância às coisas espirituais. Da mesma forma, Paulo e Pedro não proibiram o uso de jóias ou estilos de cabelo, mas disseram que mulheres piedosas devem dar mais ênfase à pessoa interior. É interessante que tanto Paulo como Pedro usaram exemplos do Antigo Testamento para explicar seu ensinamento. No Velho Testamento, jóias eram comuns, até entre as mulheres fiéis a Deus (veja Isaías 61:10; Provérbios 1:9; Gênesis 24:22,30,53). Excessos devem ser evitados, mas esses servos de Deus não proibiram o uso modesto de jóias.

Aqui, é bom observar que os escritos inspirados do Novo Testamento usaram exemplos do Velho Testamento para mostrar como o povo de Deus se veste.

A modéstia começa no coração. Os dois autores, Paulo e Pedro, fazem uma ligação importante entre o coração e as roupas. Algumas mulheres vão insistir em usar o tipo de roupas que elas querem, dizendo que ninguém pode mostrar onde Deus especificamente proibiu mini-saias, ou mini-blusas, ou biquinis, ou roupas muito justas. O problema nesses casos não é a falta de alguma regra específica nas Escrituras, mas a ausência de uma atitude certa no coração. Regras no vestuário não fazem a mulher modesta. Se o coração estiver errado, a mulher não será mansa e modesta.

A modéstia e bom senso. Em vez de dar uma lista de regras sobre vestimenta, Paulo apela à modéstia e bom senso das mulheres. Uma mulher (ou homem!) cujo entendimento é baseado nos princípios das Escrituras e cujo coração é dedicado a Deus, se vestirá decentemente. Ela não vai procurar chamar atenção por meios carnais, pelo uso de roupas dispendiosas ou que mostram o corpo.

Manso e tranqüilo. Pedro fala do espírito "manso e tranqüilo" como a base das roupas apropriadas. Paulo disse que nós todos devemos procurar viver uma vida "tranqüila e mansa" (1 Timóteo 2:2). O espírito manso e tranqüilo de cristãos — homens, mulheres e jovens — vai determinar o tipo de roupa que realmente agradará a Deus. Os cristãos farão diferença entre as roupas que refletem um espírito piedoso e as que sugerem carnalidade (veja Provérbios 7:10 — roupas fazem uma diferença!).

Vestindo-se para agradar a Deus

Muitas igrejas erram por inventar regras humanas sobre roupas. Mas, muitas  outras erram por recusar a estudar e ensinar, cuidadosamente, o que Deus tem  dito, para ajudar cada filho de Deus pensar e se vestir de uma maneira que glorifica o nome dele. Que possamos nos vestir para ele, começando com o próprio coração.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

PODER SOBRE AS DOENÇAS E MORTE

Lição 07

     Texto Áureo Lc. 7.16  – Leitura Bíblica  Lc. 4.38,39; 7.11-17 



INTRODUÇÃO
O Evangelho segundo Lucas destaca o poder de Deus sobre as doenças e a morte. Na aula de hoje nos voltaremos para esse importante assunto. Inicialmente estudaremos essas duas realidades no contexto bíblico. Em seguida, enfatizaremos esses temas especificamente na teologia lucana. Ao final, mostraremos que o Deus da Bíblia continua tendo poder sobre doenças e a morte.

1. DOENÇAS E MORTE NA BÍBLIA

As doenças e enfermidades resultam do pecado, por causa da desobediência dos primeiros pais, herdamos essa condição (Gn. 3.19; Rm. 5.12). Apesar dos esforços da sociedade moderna, no intuito de evitar que as doenças cheguem, e que a morte seja postergada, essas são inevitáveis (Hb. 9.27). Em algumas passagens bíblicas há fundamento para a existência de enfermidade como consequência do julgamento divino (Dt. 28.21; Jo. 5.14), ou mesmo por Satanás, quando permitido por Deus (Jó. 2.7). Mas essa realidade não pode ser generalizada. Nem todas as doenças são decorrentes de algum tipo de pecado, esse foi justamente o equívoco dos amigos de Jó (Jó. 42.7). Ao contrário do que defendem alguns movimentos, a Bíblia não se opõe à consulta aos médicos (Jr. 8.22; Mt. 9.12; Lc. 4.23). Mas devemos também buscar a cura divina, confiar que o Deus da Bíblia ainda cura (II Rs. 20.1-3; Tg. 5.14; Hb. 13.8). Em relação à morte, conforme já apontamos anteriormente, teve seu início a partir do pecado de Adão (Gn. 3.19; I Co. 15.21,22), sendo, portanto, consequência do pecado (Gn. 2.17; Rm. 5.12). A morte representa o final dos projetos humanos na terra (Ec. 9.10), e o distanciamento dos bens terrenos (I Tm. 6.7), a morte nivela todas as pessoas (Jó. 3.17-19). Cristo foi o Único a vencer a morte (Rm. 6.9; Ap. 1.18). Por isso Ele mesmo aboliu a morte (II Tm. 1.10), sendo esta a última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26). Por isso não temos mais motivos para temer a morte, pois Cristo a venceu na cruz (Hb. 2.15). Mesmo aqueles que morreram ressuscitarão, para viverem eternamente com Cristo (I Ts. 4.13-18).

2. DOENÇAS E MORTE NO EVANGELHO DE LUCAS

No Evangelho segundo Lucas, Jesus é Aquele que tem poder sobre as doenças e a morte. Há passagens em sua narrativa que explicam o poder do Senhor sobre a doença e a morte. Em Lc. 4.38,  Jesus curou a sogra de Simão, que estava enferma com muita febre, de modo que essa pode começar a servi-LO. Indo a cidade chamada Naim, Jesus encontrou uma mãe angustiada, com a morte de seu único filho, sendo esta também viúva. Jesus, movido de íntima compaixão, a consolou, em seguida tocou o esquife, e ressuscitou o seu filho (Lc. 7.11-13). Em Lc. 8 lemos a respeito de Jairo, um oficial da sinagoga, que sofria com a doença e possibilidade de morte da sua filha, de apenas doze anos (Lc. 8.40). Mesmo sendo uma autoridade, Jairo se humilhou aos pés de Jesus, implorando para que Ele resolvesse sua situação (Lc. 8.40-42). Ao mesmo tempo, uma mulher que estava próxima de Jesus, tinha uma doença, que causava sangramento, e que duravam doze anos (Lc. 8.43). A situação dessa mulher era de desespero, ela já havia gastado muito dinheiro com os médicos, nenhum deles havia conseguido curá-la (Mc. 5.26; Lc. 8.43). Aquela enfermidade a tornava impura, por causa do cerimonial de purificação judaico. Mesmo assim, ela decidiu tocar em Jesus, e encontrou cura nele. Jairo também recebeu a providência divina diante da doença da sua filha, ainda que o pensamento humanista da época, dizia que o Mestre não deveria ser incomodado, pois a menina já estava morta (Lc. 8.49,50). Mas Jesus, que tem poder sobre as doenças e a morte, ressuscitou a menina (Lc. 8.51-53).

3. PODER DE DEUS DIANTE DAS DOENÇAS E MORTE

Jesus continua tendo todo poder sobre as doenças e a morte, milagres ainda podem acontecer nos dias atuais. Por isso, os crentes podem clamar ao Senhor, pedindo cura das enfermidades, os presbíteros da igreja devem ungir e orar pelos enfermos (Tg. 5.15). Na Antiga Aliança o Deus de Israel era reconhecido como o Jeová-Rafah, ou seja, o Senhor-que-Cura (Ex. 15.26). Jesus de Nazaré foi ungido por Deus, para curar as pessoas, inclusive àquelas que eram oprimidas pelo Diabo (At. 10.38). O salmista reconhece que o Deus de Israel é Aquele que cura as pessoas de todas as enfermidades (Sl. 103.2,3). As curas são possíveis porque Jesus, o Servo Sofredor de Jeová, foi ferido pelas nossas enfermidades (Is. 53.5; Mt. 8.16,17; I Pe. 2.24). A cura pode ser recebida através da oração da fé (Sl. 30.2), ainda que somente sejam curadas as pessoas a quem Deus soberanamente decide curar (II Co. 12.9). Os crentes devem ser estimulados a buscar a cura divina através da oração (Mt. 14.15,16). A fé em Jesus, não a fé na fé, como apregoa a Teologia da Saúde, é a causa da cura (At. 3.16). É preciso saber também que a cura, às vezes, não acontece imediatamente, precisamos “andar” um pouco mais, e ter paciência (Lc. 17.12). Isso acontece porque o desenvolvimento do nosso caráter, a produção do fruto do Espírito é mais importante que a cura divina (Gl. 5.21,22). A ressurreição, ainda que não seja comum em nosso meio, pode acontecer. Vários irmãos e irmãs têm testemunhado essa experiência em suas vidas.

CONCLUSÃO

A cura das doenças, e a ressurreição dos mortos, é algo que ainda pode acontecer nos dias atuais. Mas esses acontecimentos, que devem ser buscados pelos crentes, e submetidos à soberania de Deus, apontam para uma dimensão escatológica. Isso porque aqueles que são curados das doenças, ou mesmo ressuscitados, passarão pela morte, a menos que sejam arrebatados. Mas quando Deus cura ou ressuscita alguém, está apontando para o futuro, no qual não haverá mais morte nem dor (Ap. 21.3,4).


sábado, 2 de maio de 2015

JESUS ESCOLHE SEUS DISCÍPULOS

JESUS ESCOLHE SEUS DISCÍPULOS

    Texto Áureo Lc. 14.27  – Leitura Bíblica  Lc.14.25-35



INTRODUÇÃO
O ensino é uma das principais tarefas da igreja cristã, para isso Jesus enviou Seus discípulos (Mt. 28.19,20). Na aula de hoje veremos que Jesus é o Modelo de Mestre, na verdade Ele é o Mestre dos mestres. Em seguida, destacaremos a realidade do discipulado, o chamado e a vocação para esse ministério. Ao final, ressaltaremos a missão dos discípulos de Jesus, que é prioritariamente, fazer novos discípulos de Cristo.

1. O MESTRE DOS MESTRES
Jesus, como reconheceu Nicodemos, foi um Mestre vindo da parte de Deus (Jo. 3.1). Por esse motivo Seus ensinos estão fundamentados na autoridade divina. Conforme Ele mesmo expressou, nEle se encontra a Verdade, a expressa revelação de Deus (Jo. 14.6). Por essa razão, as pessoas que O ouviam ensinar distinguiam a forma e o conteúdo, que se diferenciava daquela dos escribas da sua época (Mc. 1.22). O fundamento do ensinamento de Cristo era o serviço, Ele expressou em palavras e ações que veio para servir, não para ser servido (Mt. 20.29; Jo. 13). Existem muitas passagens bíblicas que identificam Jesus como pregador, mas na verdade Ele se destacou mais pelo ensino, não por acaso costumava ser chamado de Rabi (Jo. 3.2). Ele mesmo ressaltou Seu ministério de ensino (Jo. 13.13), os Seus seguidores eram identificados como alunos, o mais apropriadamente, discípulos (Mt. 5.2). O principal fundamento para o ensino de Jesus era as Escrituras, Ele apontava para os Escritos Sagrados como fonte de autoridade divina (Lc. 24.47). Como Mestre por excelência, Jesus conhecia o ser humano, Ele perscrutava a intimidade das pessoas (Mt. 9.4; 12.15). Essas características de Jesus, enquanto Mestre dos mestres, devem ser buscadas por todos aqueles que exercem o ministério do ensino na igreja. Não podemos esquecer que um dos dons ministeriais da igreja é o do mestre (Ef. 4.11), e aqueles que são vocacionados para tal devem demonstrar esmero (Rm. 12.7).

2. O CHAMADO AO DISCIPULADO
Jesus vocacionou algumas pessoas para permanecerem mais próximas dEle, a quem chamou de discípulos. É possível afirmar que existem os discípulos em sentido restrito, aqueles que foram vocacionados para uma missão mais específica, mais especificamente os doze. E os discípulos em sentido amplo, ou seja, todos aqueles que são chamados a ir após o Mestre. Em relação ao sentido restrito, os discípulos de Jesus foram chamados em momentos distintos, e de formas variadas. Jesus os chamou enquanto pregava e ensinava (Mc. 1.16-20), através da indicação de João Batista (Jo. 1.35-39), oferecimento pessoal (Lc. 9.57-62), desses Jesus compôs seu corpo de discípulos, os doze (Lc. 6.13-16). Para ser discípulo de Jesus seria preciso pagar um preço, o custo do discipulado implicava em custo. Jesus deixou claro que aqueles que quisessem ser Seu discípulo deveriam viver em renúncia (Mc. 16.24). Muitos queriam segui-Lo baseado na emoção, na empolgação do momento (Lc.14.25-27), sem atentar para a necessidade de carregar a cruz do discipulado. Isso ainda acontece nos dias atuais, muitos querem ser identificados como discípulos de Jesus, mas não se submetem aos ensinamentos dEle (Lc. 12.22-30). Ainda hoje, os verdadeiros discípulos de Jesus não fazem o que querem, mas o que o Senhor deseja que façam. Ser discípulo de Jesus significa viver a partir das declarações do Mestre, que se encontram reveladas nas páginas do evangelho. Há noções variadas a respeito de Jesus, a maioria delas distante do que expressa os evangelhos. Aqueles que querem conhecer Seu Mestre devem ler e reler os evangelhos, para compreenderem e viverem com base nos ensinamentos de Cristo (Jo. 15.14).

3. A MISSÃO DOS DISCÍPULOS
Os discípulos de Jesus têm uma missão a cumprir, a de propagar a mensagem do Reino de Deus (Mt. 4.23; Lc. 4.44). Viver a partir do Reino de Deus, e da sua justiça, deve ser o grande alvo de todo seguidor de Jesus (Mt. 6.33). Como seguidores de Cristo, não podemos mais adorar a nós mesmos, muito menos os valores do mundo, devemos viver para glória de Deus (Mt. 4.10). A ênfase no materialismo terreno, que é um dos principais valores da sociedade contemporânea, não é compatível com os valores do Reino de Deus (Mt. 6.20,21). A produção de frutos espirituais é o alvo principal daqueles que seguem após Cristo (Jo. 15.7-8). Isso se torna possível quando permanecemos nEle, quando ouvimos Suas palavras (Mt. 7.24,25), e nos dispomos a obedecê-la (Jo. 10.27; 14.23). O amor a Jesus acima de qualquer coisa, até mesmo de qualquer pessoa, é uma das características do verdadeiro discípulo (Mt. 10.37). A cruz do discipulado não pode ser desprezada, não existe um discípulo genuíno de Cristo sem cruz (Mt. 10.38,39). Alguns deles serão sacrificados por causa da sua disposição para segui-LO, mas como uma semente depositada na terra, gerarão muitos frutos (Jo. 12.24-25). O discipulado, como o próprio termo o determina, é uma vida constate de aprendizado, a fim de tomar o jugo de Jesus (Mt. 11.28-30). E finalmente, os discípulos de Jesus têm expectativas em relação ao futuro, eles não perdem a esperança mesmo nos momentos difíceis (Lc. 12.35-37).

CONCLUSÃO
Os discípulos de Jesus foram chamados para uma missão, a de proclamar e viver a partir dos valores do Reino de Deus. De igual modo, todos aqueles que seguem após Ele, devem viver com base nas palavras do Mestre. O custo do discipulado continua posto, os que quiserem segui-Lo devem continuar carregando a sua cruz, sobretudo negando a Si mesmo, submetendo-se ao senhorio de Cristo.

Quem pode tomar a Santa Ceia?

  De acordo com a Bíblia, se você é salvo, você pode tomar a Santa Ceia.   Cada um deve examinar a si mesmo antes de participar da Santa Cei...