ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Votos e dízimos.
2. Dízimos no Antigo Testamento.
3. Dízimos no Novo Testamento.
TEXTO ÁUREO
“No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor”. (Levítico 27:32)
Professor, nesta aula temos um desafio de ensinar que ofertas e dízimos não devem ser praticados por legalismo ou obrigação, os fariseus eram dizimistas, todavia eram exemplos que não deveriam ser seguidos...
Jesus disse: "porque vos digo que se a vossa justiça não exceder à dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus" (Mt 5:20).
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas" (Mt 23:23)
VERDADE APLICADA
A contribuição para a obra do Senhor deve ser feita com alegria e regozijo no coração, pois é um grande privilégio poder ofertar e dizimar para a causa do Mestre.
"Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria" (2Co 9:7).
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1 - Explicar a importância dos votos e dízimos;
2 - Ensinar que dizimar é honrar a Deus;
3 - Mostrar a necessidade de investir no Reino de Deus.
TEXTO REFERÊNCIA
Levítico 27.1-4, 32
1 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:
2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando alguém fizer particular voto, segundo a tua avaliação serão as pessoas ao Senhor.
3 Se for a tua avaliação dum varão, da idade de vinte anos até à idade de sessenta, será a tua avaliação de cinquenta ciclos de prata, segundo o ciclo do santuário.
4 Porém, se for fêmea, a tua avaliação será de trinta ciclos.
32 No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor.
INTRODUÇÃO
A santidade de Deus exige disciplina e padrões que o homem deve honrar e obedecer. No passado, para Israel, e no presente, para a Igreja, esses padrões são essenciais para viver em santidade, conforme Deus ordena.
1. Votos e dízimos.
O voto particular de uma pessoa era opcional e voluntário e de caráter muito especial. Uma vez votado, o israelita não poderia deixar de cumprir o voto. Já o dízimo não era opcional e sim uma determinação da parte do Senhor, que deveria ser obedecida pelo israelita com prazer, por poder contribuir para a obra do Senhor.
1.1. Os votos.
O voto era algo de suma importância e poderia ser feito em agradecimento por bênçãos recebidas, como também por necessidade de receber um favor da parte do Senhor. O voto deveria ser feito com entendimento, para que pudesse ser cumprido o que votou, procurando evitar votos precipitados. Salomão assim afirma:
“Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues.” (Ec 5.4-5).
O voto poderia ser com respeito a uma pessoa, um animal, uma casa ou campo. Tudo o que fosse dedicado a Deus deveria ser trazido ao sacerdote e poderia ser resgatado, conforme estabelecido pela lei.
O voto a Deus era uma prática comum entre o povo de Israel (Gn 28.20; Nm 30.2-16; 1Sm 1.11; 2Sm 15.8). Talvez um dos votos mais lembrados e debatidos seja o de Jefté (Jz 11.30-40). Existem duas correntes de interpretação: a que ele sacrificou a filha e outra que defende a manutenção da virgindade dela para sempre. No Novo Testamento não há orientação específica concernente à prática do voto, contudo alguns princípios são permanentes: cuidado para não usar a prática do voto com intuito de barganhar com Deus; Deus não se agrada de votos precipitados e promessas não cumpridas (Ec 5.4-6); o voto não é obrigatório para alcançarmos o favor de Deus (Mt 7.9-11; Tg 1.5); que todo o nosso ser seja oferecido em “sacrifício vivo, santo e agradável” (Rm 12.1-2).
(Revista do professor)
1.2. As bênçãos pela obediência.
Para iniciar este tópico pergunte para a classe: ”A obediência é o único motivo que os leva a ser um contribuinte da obra do senhor?”
Espera-se que os alunos respondam que é um dos motivos, mas quando contribuímos com uma obra de Deus somos movidos pela fé e alegria do Espírito Santo.
Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.(Mc 12:44)
O desejo de Deus sempre é de abençoar o Seu povo, mas a obediência é uma exigência divina para que isto ocorra (Lv 26.3). As bênçãos se multiplicariam sobre o povo e a abundância estaria presente na existência de Israel; mas, se o povo se afastasse do Senhor, então o castigo viria com graus de intensidade, como um aviso para que se voltasse para Deus. Essas bênçãos decorrentes da obediência levariam o homem a dizimar como um ato de reconhecimento de que tudo o que recebera era uma dádiva da parte do Senhor.
Essas bênçãos que foram prometidas no capítulo vinte e seis do livro de Levítico, Israel as alcançará na sua plenitude na dispensação do milênio, , período em que Israel estará convertido ao Senhor como nação. Todas as bênçãos tinham o seu fundamento em só adorar a Deus (Lv 26.1), guardar o sábado (Lv 26.2), reverenciar o local da habitação de Deus (Lv 26.2) e obedecer a Palavra de Deus (Lv 26.3). Essa aliança de bênçãos foi dada a Israel, que Deus prometeu abençoar nesta terra. (Revista do professor)
1.3. Os dízimos.
O termo dízimo, do hebraico “ma’ aser ou ma’ asar (no plural) e no feminino ma’ asrah”, tem o sentido de décima parte, pagamento de uma décima parte. É uma doutrina da Palavra de Deus e muito questionada por aqueles que não servem ao Senhor, mas aceita com alegria por todos aqueles que, com um coração sincero, servem a Deus e são alcançados pela Sua benevolência e liberalidade. Tudo que o cristão faz para o Senhor deve ser feito com prazer. Portanto, contribuir com o dízimo é um grande privilégio que o Senhor concede aos Seus filhos.
Sendo a prática de dizimar alvo de questionamentos, levando muitos a difamar os pastores por causa do dízimo, não devemos nos envergonhar de sermos dizimistas, pois estamos obedecendo a Palavra de Deus. Observemos que Jesus disse: “Eu sou a porta”, isto é, quando O aceitamos, passamos “para o lado de dentro”. Fazendo uma ilustração, seria como se uma pessoa, estando do lado de fora da casa, quisesse discutir a respeito da disposição dos móveis dentro da casa. Ela não teria condição de dizer onde os móveis estariam melhor posicionados, mas quem tivesse dentro da casa teria condição de fazê-lo. Doutrina bíblica é para os que estão dentro, os que, “passaram pela porta”. Assim, nós, os que cremos, temos condição de saber que o dízimo é o melhor para nós, ainda que aqueles que estão do lado de fora nos critiquem.
Professor seria interessante esclarecer que vivemos dias difíceis com relação à credibilidade de algumas lideranças, todavia cada um prestará contas a Deus de tudo que fez ou está fazendo. Atualmente clamamos por transparência nas contas publicas e quando olhamos para algumas igrejas, lideres omitem de seus contribuintes a lisura na prestação de contas da Igreja local ou regional e tal fato é muito prejudicial.Oremos para que Deus nos dê um coração semelhante ao da viúva e aos nossos lideres a sabedoria para utilizar as contribuições.Que haja um retorno às prestações de contas à igreja como era feito a alguns anos atrás( por exemplo década de 80/90).
2. Dízimos no Antigo Testamento.
O dízimo é a parte do Senhor e foi dado para aqueles que exercem o ministério na casa do Senhor: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério da tenda da congregação.” (Nm 18.21). O dízimo também é dar honra a Deus.
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa.(Ml 3:10)
2.1. Abraão dizimou.
A primeira menção do dízimo na Bíblia foi quando Abraão se encontrou com Melquisedeque (Gn 14.20), depois de ser abençoado por ele (Gn 14.19). É importante observar a sequência dos fatos: primeiro Abraão é abençoado, depois ele dizima. Assim acontece com os que servem a Deus. Abraão é o pai da fé dos que creem e como filhos espirituais devemos seguir o seu exemplo e trazer o que é do Senhor para a Sua casa. Abraão foi um homem possuidor de muitas riquezas, mas não se tornou um avarento, não tendo assim nenhuma dificuldade de entregar o seu dízimo.
O discípulo de Cristo não pode ser regido por dois interesses, o dele e o de Deus. Um deve ter a primazia sobre o outro e Deus quer ser o principal de nossas vidas. Quando uma pessoa pensa mais no seu interesse, terá muita dificuldade para cumprir o que Deus estabelece, principalmente quando se trata da área financeira. O homem se torna um avarento, amante do dinheiro, um verdadeiro idólatra, mas quando seu interesse principal é o Senhor, ele se torna uma pessoa abençoada, um fiel dizimista, um exemplo na casa do Senhor. Abraão acabara de libertar Ló porque era um homem livre de toda a avareza, como ficou demonstrado diante do rei de Salém e ao recusar as riquezas de Sodoma e Gomorra. Quem tem as riquezas de Deus não tem dificuldade de agradar ao Senhor que o enriqueceu.
Existe um mistério no ato de dizimar que não pode ser compreendido naturalmente, mas aqueles que o fazem entendem muito bem vivenciando tais experiências
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.(1 Co 2:14,15)
2.2. O voto de Jacó.
Jacó neto de Abraão, certamente ouvira seu pai Isaque o que seu avô fizera diante do rei de Salém e num momento de encontro com Deus faz um voto (Gn 28.20-22). É nítido que neste episódio, Jacó está tendo uma experiência com Deus em um momento marcante em sua vida. Notar que a expressão “dízimo” aparece no final do relato: Deus se revela, fala com ele e lhe faz promessas. A seguir vem a reação de Jacó: ele declara a grandeza e majestade de Deus e só então faz um voto. Porém, antes de mencionar o dízimo, ele declara: “O Senhor será o meu Deus”. O dízimo surge como consequência do Senhor ser o seu Deus!
Deus estabelece na lei a necessidade do ensino em família para que as gerações seguintes obedeçam aos mandamentos do Senhor. É essencial ensinar os filhos a serem dizimistas (Dt 6.6-7).
O melhor ensinamento continua sendo a prática, portanto não podemos negar que quando o assunto é continuidade o empirismo é fundamental.
Estamos sendo observados por nossos filhos em todos os aspectos.
Obs. O empirismo é o conhecimento que resulta de uma experiência.
2.3. A bênção de ser dizimista.
É importante sabermos que a prática de dizimar não era restrita a Israel no antigo Oriente Médio. Existia entre os gregos , egípcios e mesopotâmicos, entre outros, conforme citações da literatura arcadiana. Em tais culturas, os dízimos eram pagos a deuses ou a templos, fazendo parte, assim, da piedade religiosa, conforme comentário de R. N. Champlin. Portanto, pelos relatos acerca de Abraão e Jacó nos tópicos acima, o dízimo não foi estabelecido em Israel pela lei mosaica. A lei deu conteúdo e forma à prática do dízimo (Lv 27; Nm 18; Dt 12, 14, 26).
A partir dos textos bíblicos mencionados, encontramos orientações básicas quanto ao ato de dizimar; como observou J. G. S. S. Thompson (citado no Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento): 1 – Dízimo de quê? De todos os bens e frutos do trabalho (Lv 27.30-34); 2 – Dízimo a quem? Levitas e sacerdotes (Nm 18.21-32); e 3 – Onde entregar? No lugar que o Senhor escolheu (Dt 12.1-14; 14.22-29). Quando há um despertamento e restauração de comprometimento a partir das Escrituras, resulta, entre outras coisas, em retorno às contribuições financeiras e participação com bens materiais para a manutenção dos serviços religiosos (Ne 9.38; 10.28-29, 33-39; 2Cr 31.2-6). Porém, não havendo liderança e ensino, há abandono e desprezo, também, na aplicação dos bens e das finanças em relação ao serviço religioso (Ne 13.10-12).(Revista do professor)
3. Dízimos no Novo Testamento.
Não encontramos no Novo Testamento tantos textos que mencionam a prática de dizimar como no Antigo Testamento, conforme visto nos tópicos anteriores. Talvez, por esta causa, muitos consideram que não é uma prática legítima para a Igreja.
3.1. O tempo da graça.
Logo no primeiro livro do Novo Testamento, há o registro das palavras de Jesus sobre o dízimo (Mt 23.23). Lucas também registrou (Lc 11.42). Jesus censura os escribas e fariseus pelo fato de estarem desprezando a misericórdia, o juízo e a fé. E então o Senhor exorta que deveriam praticar o mais importante sem omitir a prática de dizimar. Portanto, não há suspensão dos princípios presentes no ato de dizimar, como: participação, proporcionalidade, generosidade, regularidade e objetivos bem estabelecidos.
2. O Novo Testamento.
Os que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento precisam entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram. Mudou apenas a forma e a liturgia, mas não a sua função: a adoração a Deus deve ser em espírito e verdade! O culto levítico com seus rituais já não existe. Todavia, o princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2.9; Ap 1.6). O dízimo levítico pertencia à ordem de Arão, que era transitória. Todavia, o dízimo cristão pertence à ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à Lei de Moisés (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4).
Jesus não veio ab-rogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5.17). Ele não apenas reconheceu a observância da prática do dízimo, mas a recomendou (Mt 23.23). Nas epístolas, Paulo faz referência ao dízimo levítico para extrair dele o princípio de que o obreiro é digno do seu salário (1 Co 9.9-14; Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o apóstolo não reconhecesse a legitimidade da prática do dízimo, jamais teria usado esses textos do Antigo Testamento.
Todos os discípulos de Cristo podem observar esses princípios, independente de condição sócio-econômica. Pois se trata de expressão de amor a Deus, fé, gratidão, reconhecimento e privilégio de sermos participantes na manutenção das igrejas locais. É um dos sinais da nossa fidelidade a Deus e de reconhecimento da nossa dependência dEle.
(Revista do professor)
3.2. O caminho da prosperidade.
Conforme o homem se ocupa com as coisas de Deus, Deus cuida em abençoar a sua vida (Sl 37.4). Sabemos que a prosperidade espiritual é a bênção que Deus deseja para a Sua Igreja e essa prosperidade é acompanhada com o prazer de servi-Lo, ter saúde, ter a bênção sobre a sua família, desfrutar da comunhão com o Senhor e de contentamento, conforme o apóstolo Paulo escreve a Timóteo: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (1Tm 6.8). Como servimos a um Deus abençoador, temos sido agraciados com bem mais do que merecemos. Por essa razão, devemos abrir mais as nossas mãos para a obra do Senhor.
A bênção da provisão.
Na Antiga Aliança, o Senhor prometeu “derramar bênçãos sem medida” sobre o seu povo (Ml 3.10). Na Nova Aliança, Ele deseja que o crente tenha “toda suficiência” (2 Co 9.8). A prosperidade bíblica é viver na suficiência de Cristo (2 Co 3.5; 9.8). Tal suficiência é vista como sendo a provisão divina para os filhos de Deus. Deve ser lembrado, no entanto, que essa suficiência não deve ser confundida simplesmente com a aquisição de posses materiais, mas o ter o necessário para viver com dignidade e, principalmente, possuir paz com Deus e alegrar-se nEle (Fp 4.11; 2 Ts 3.16). Por toda a Escritura, observamos o cuidado do Senhor no sentido de prover para o seu povo aquilo que é necessário para o seu viver (Mt 6.25-33). Quando conscientizarmo-nos que estamos honrando o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão. (Lições CPAD Jovens e Adultos » 2012 » 1º Trim.)
3.3. Semeando muito.
A lei da semeadura é simples: quem planta muito colhe muito e quem planta pouco colhe pouco (2Co 9.6). Nessa lei também temos que observar a qualidade da semente, pois quem planta com semente ruim colherá o fruto do que plantou (Gl 6.7). Temos que ter uma boa semente e plantar com abundância para colher um fruto bom e com abastança. O diabo quer nos distrair, fazendo com que gastemos o nosso dinheiro e deixemos de investir no Reino de Deus, mas os que investem no Reino de Deus estão fazendo o correto, como nos ensina Jesus: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” (Mt 6.19.20).
Professor deixe claro que o termo “investir” utilizado sabiamente por nosso comentarista não tem o sentido de ofertar com intuito de receber de volta corrigido monetariamente. Ofertamos a Deus aquilo que já recebemos,como foi o caso de Abraão estudado nesta lição,portanto as bênçãos alcançadas ao dizimar são conseqüências da fidelidade de Deus à sua palavra,o que não pode ser confundido como uma exigência do ofertante,ou troca de favores.
CONCLUSÃO
O livro de Levítico nos ensina como Deus é santo e quer que Seus filhos sejam santos assim como Ele é, e que também devemos ser voluntários em ofertar para a Sua casa, para sustento dos que são chamados por Ele para servir na sua obra, manutenção do templo local e auxílio dos mais necessitados.
“No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor”. (Levítico 27:32)
Jesus disse: "porque vos digo que se a vossa justiça não exceder à dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos Céus" (Mt 5:20).
"Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas" (Mt 23:23)
VERDADE APLICADA
A contribuição para a obra do Senhor deve ser feita com alegria e regozijo no coração, pois é um grande privilégio poder ofertar e dizimar para a causa do Mestre.
"Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria" (2Co 9:7).
OBJETIVOS DA LIÇÃO
1 - Explicar a importância dos votos e dízimos;
2 - Ensinar que dizimar é honrar a Deus;
3 - Mostrar a necessidade de investir no Reino de Deus.
TEXTO REFERÊNCIA
Levítico 27.1-4, 32
1 Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo:
2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando alguém fizer particular voto, segundo a tua avaliação serão as pessoas ao Senhor.
3 Se for a tua avaliação dum varão, da idade de vinte anos até à idade de sessenta, será a tua avaliação de cinquenta ciclos de prata, segundo o ciclo do santuário.
4 Porém, se for fêmea, a tua avaliação será de trinta ciclos.
32 No tocante a todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o dízimo será santo ao Senhor.
INTRODUÇÃO
A santidade de Deus exige disciplina e padrões que o homem deve honrar e obedecer. No passado, para Israel, e no presente, para a Igreja, esses padrões são essenciais para viver em santidade, conforme Deus ordena.
1. Votos e dízimos.
O voto particular de uma pessoa era opcional e voluntário e de caráter muito especial. Uma vez votado, o israelita não poderia deixar de cumprir o voto. Já o dízimo não era opcional e sim uma determinação da parte do Senhor, que deveria ser obedecida pelo israelita com prazer, por poder contribuir para a obra do Senhor.
1.1. Os votos.
O voto era algo de suma importância e poderia ser feito em agradecimento por bênçãos recebidas, como também por necessidade de receber um favor da parte do Senhor. O voto deveria ser feito com entendimento, para que pudesse ser cumprido o que votou, procurando evitar votos precipitados. Salomão assim afirma:
“Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votes e não pagues.” (Ec 5.4-5).
O voto poderia ser com respeito a uma pessoa, um animal, uma casa ou campo. Tudo o que fosse dedicado a Deus deveria ser trazido ao sacerdote e poderia ser resgatado, conforme estabelecido pela lei.
O voto a Deus era uma prática comum entre o povo de Israel (Gn 28.20; Nm 30.2-16; 1Sm 1.11; 2Sm 15.8). Talvez um dos votos mais lembrados e debatidos seja o de Jefté (Jz 11.30-40). Existem duas correntes de interpretação: a que ele sacrificou a filha e outra que defende a manutenção da virgindade dela para sempre. No Novo Testamento não há orientação específica concernente à prática do voto, contudo alguns princípios são permanentes: cuidado para não usar a prática do voto com intuito de barganhar com Deus; Deus não se agrada de votos precipitados e promessas não cumpridas (Ec 5.4-6); o voto não é obrigatório para alcançarmos o favor de Deus (Mt 7.9-11; Tg 1.5); que todo o nosso ser seja oferecido em “sacrifício vivo, santo e agradável” (Rm 12.1-2).
(Revista do professor)
1.2. As bênçãos pela obediência.
Para iniciar este tópico pergunte para a classe: ”A obediência é o único motivo que os leva a ser um contribuinte da obra do senhor?”
Essas bênçãos que foram prometidas no capítulo vinte e seis do livro de Levítico, Israel as alcançará na sua plenitude na dispensação do milênio, , período em que Israel estará convertido ao Senhor como nação. Todas as bênçãos tinham o seu fundamento em só adorar a Deus (Lv 26.1), guardar o sábado (Lv 26.2), reverenciar o local da habitação de Deus (Lv 26.2) e obedecer a Palavra de Deus (Lv 26.3). Essa aliança de bênçãos foi dada a Israel, que Deus prometeu abençoar nesta terra. (Revista do professor)
Espera-se que os alunos respondam que é um dos motivos, mas quando contribuímos com uma obra de Deus somos movidos pela fé e alegria do Espírito Santo.
Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento.(Mc 12:44)
O desejo de Deus sempre é de abençoar o Seu povo, mas a obediência é uma exigência divina para que isto ocorra (Lv 26.3). As bênçãos se multiplicariam sobre o povo e a abundância estaria presente na existência de Israel; mas, se o povo se afastasse do Senhor, então o castigo viria com graus de intensidade, como um aviso para que se voltasse para Deus. Essas bênçãos decorrentes da obediência levariam o homem a dizimar como um ato de reconhecimento de que tudo o que recebera era uma dádiva da parte do Senhor.
1.3. Os dízimos.
O termo dízimo, do hebraico “ma’ aser ou ma’ asar (no plural) e no feminino ma’ asrah”, tem o sentido de décima parte, pagamento de uma décima parte. É uma doutrina da Palavra de Deus e muito questionada por aqueles que não servem ao Senhor, mas aceita com alegria por todos aqueles que, com um coração sincero, servem a Deus e são alcançados pela Sua benevolência e liberalidade. Tudo que o cristão faz para o Senhor deve ser feito com prazer. Portanto, contribuir com o dízimo é um grande privilégio que o Senhor concede aos Seus filhos.
Sendo a prática de dizimar alvo de questionamentos, levando muitos a difamar os pastores por causa do dízimo, não devemos nos envergonhar de sermos dizimistas, pois estamos obedecendo a Palavra de Deus. Observemos que Jesus disse: “Eu sou a porta”, isto é, quando O aceitamos, passamos “para o lado de dentro”. Fazendo uma ilustração, seria como se uma pessoa, estando do lado de fora da casa, quisesse discutir a respeito da disposição dos móveis dentro da casa. Ela não teria condição de dizer onde os móveis estariam melhor posicionados, mas quem tivesse dentro da casa teria condição de fazê-lo. Doutrina bíblica é para os que estão dentro, os que, “passaram pela porta”. Assim, nós, os que cremos, temos condição de saber que o dízimo é o melhor para nós, ainda que aqueles que estão do lado de fora nos critiquem.
2. Dízimos no Antigo Testamento.
O dízimo é a parte do Senhor e foi dado para aqueles que exercem o ministério na casa do Senhor: “E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu ministério da tenda da congregação.” (Nm 18.21). O dízimo também é dar honra a Deus.
2.1. Abraão dizimou.
A primeira menção do dízimo na Bíblia foi quando Abraão se encontrou com Melquisedeque (Gn 14.20), depois de ser abençoado por ele (Gn 14.19). É importante observar a sequência dos fatos: primeiro Abraão é abençoado, depois ele dizima. Assim acontece com os que servem a Deus. Abraão é o pai da fé dos que creem e como filhos espirituais devemos seguir o seu exemplo e trazer o que é do Senhor para a Sua casa. Abraão foi um homem possuidor de muitas riquezas, mas não se tornou um avarento, não tendo assim nenhuma dificuldade de entregar o seu dízimo.
O discípulo de Cristo não pode ser regido por dois interesses, o dele e o de Deus. Um deve ter a primazia sobre o outro e Deus quer ser o principal de nossas vidas. Quando uma pessoa pensa mais no seu interesse, terá muita dificuldade para cumprir o que Deus estabelece, principalmente quando se trata da área financeira. O homem se torna um avarento, amante do dinheiro, um verdadeiro idólatra, mas quando seu interesse principal é o Senhor, ele se torna uma pessoa abençoada, um fiel dizimista, um exemplo na casa do Senhor. Abraão acabara de libertar Ló porque era um homem livre de toda a avareza, como ficou demonstrado diante do rei de Salém e ao recusar as riquezas de Sodoma e Gomorra. Quem tem as riquezas de Deus não tem dificuldade de agradar ao Senhor que o enriqueceu.
Existe um mistério no ato de dizimar que não pode ser compreendido naturalmente, mas aqueles que o fazem entendem muito bem vivenciando tais experiências
Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.
Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.(1 Co 2:14,15)
2.2. O voto de Jacó.
Jacó neto de Abraão, certamente ouvira seu pai Isaque o que seu avô fizera diante do rei de Salém e num momento de encontro com Deus faz um voto (Gn 28.20-22). É nítido que neste episódio, Jacó está tendo uma experiência com Deus em um momento marcante em sua vida. Notar que a expressão “dízimo” aparece no final do relato: Deus se revela, fala com ele e lhe faz promessas. A seguir vem a reação de Jacó: ele declara a grandeza e majestade de Deus e só então faz um voto. Porém, antes de mencionar o dízimo, ele declara: “O Senhor será o meu Deus”. O dízimo surge como consequência do Senhor ser o seu Deus!
Deus estabelece na lei a necessidade do ensino em família para que as gerações seguintes obedeçam aos mandamentos do Senhor. É essencial ensinar os filhos a serem dizimistas (Dt 6.6-7).
O melhor ensinamento continua sendo a prática, portanto não podemos negar que quando o assunto é continuidade o empirismo é fundamental.
Estamos sendo observados por nossos filhos em todos os aspectos.
Obs. O empirismo é o conhecimento que resulta de uma experiência.
2.3. A bênção de ser dizimista.
É importante sabermos que a prática de dizimar não era restrita a Israel no antigo Oriente Médio. Existia entre os gregos , egípcios e mesopotâmicos, entre outros, conforme citações da literatura arcadiana. Em tais culturas, os dízimos eram pagos a deuses ou a templos, fazendo parte, assim, da piedade religiosa, conforme comentário de R. N. Champlin. Portanto, pelos relatos acerca de Abraão e Jacó nos tópicos acima, o dízimo não foi estabelecido em Israel pela lei mosaica. A lei deu conteúdo e forma à prática do dízimo (Lv 27; Nm 18; Dt 12, 14, 26).
A partir dos textos bíblicos mencionados, encontramos orientações básicas quanto ao ato de dizimar; como observou J. G. S. S. Thompson (citado no Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento): 1 – Dízimo de quê? De todos os bens e frutos do trabalho (Lv 27.30-34); 2 – Dízimo a quem? Levitas e sacerdotes (Nm 18.21-32); e 3 – Onde entregar? No lugar que o Senhor escolheu (Dt 12.1-14; 14.22-29). Quando há um despertamento e restauração de comprometimento a partir das Escrituras, resulta, entre outras coisas, em retorno às contribuições financeiras e participação com bens materiais para a manutenção dos serviços religiosos (Ne 9.38; 10.28-29, 33-39; 2Cr 31.2-6). Porém, não havendo liderança e ensino, há abandono e desprezo, também, na aplicação dos bens e das finanças em relação ao serviço religioso (Ne 13.10-12).(Revista do professor)
3. Dízimos no Novo Testamento.
Não encontramos no Novo Testamento tantos textos que mencionam a prática de dizimar como no Antigo Testamento, conforme visto nos tópicos anteriores. Talvez, por esta causa, muitos consideram que não é uma prática legítima para a Igreja.
3.1. O tempo da graça.
Logo no primeiro livro do Novo Testamento, há o registro das palavras de Jesus sobre o dízimo (Mt 23.23). Lucas também registrou (Lc 11.42). Jesus censura os escribas e fariseus pelo fato de estarem desprezando a misericórdia, o juízo e a fé. E então o Senhor exorta que deveriam praticar o mais importante sem omitir a prática de dizimar. Portanto, não há suspensão dos princípios presentes no ato de dizimar, como: participação, proporcionalidade, generosidade, regularidade e objetivos bem estabelecidos.
2. O Novo Testamento.
Os que supõem estar a prática do dízimo restrita ao Antigo Testamento precisam entender que a natureza e os fundamentos do culto não mudaram. Mudou apenas a forma e a liturgia, mas não a sua função: a adoração a Deus deve ser em espírito e verdade! O culto levítico com seus rituais já não existe. Todavia, o princípio da adoração continua o mesmo (1 Pe 2.9; Ap 1.6). O dízimo levítico pertencia à ordem de Arão, que era transitória. Todavia, o dízimo cristão pertence à ordem de Melquisedeque que é eterna e, portanto, anterior à Lei de Moisés (Hb 5.10; 7.1-10; Sl 110.4).
Jesus não veio ab-rogar a lei, mas cumpri-la (Mt 5.17). Ele não apenas reconheceu a observância da prática do dízimo, mas a recomendou (Mt 23.23). Nas epístolas, Paulo faz referência ao dízimo levítico para extrair dele o princípio de que o obreiro é digno do seu salário (1 Co 9.9-14; Lv 6.16,26; Dt 18.1). Se o apóstolo não reconhecesse a legitimidade da prática do dízimo, jamais teria usado esses textos do Antigo Testamento.
Todos os discípulos de Cristo podem observar esses princípios, independente de condição sócio-econômica. Pois se trata de expressão de amor a Deus, fé, gratidão, reconhecimento e privilégio de sermos participantes na manutenção das igrejas locais. É um dos sinais da nossa fidelidade a Deus e de reconhecimento da nossa dependência dEle.
(Revista do professor)
3.2. O caminho da prosperidade.
Conforme o homem se ocupa com as coisas de Deus, Deus cuida em abençoar a sua vida (Sl 37.4). Sabemos que a prosperidade espiritual é a bênção que Deus deseja para a Sua Igreja e essa prosperidade é acompanhada com o prazer de servi-Lo, ter saúde, ter a bênção sobre a sua família, desfrutar da comunhão com o Senhor e de contentamento, conforme o apóstolo Paulo escreve a Timóteo: “Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (1Tm 6.8). Como servimos a um Deus abençoador, temos sido agraciados com bem mais do que merecemos. Por essa razão, devemos abrir mais as nossas mãos para a obra do Senhor.
A bênção da provisão.
Na Antiga Aliança, o Senhor prometeu “derramar bênçãos sem medida” sobre o seu povo (Ml 3.10). Na Nova Aliança, Ele deseja que o crente tenha “toda suficiência” (2 Co 9.8). A prosperidade bíblica é viver na suficiência de Cristo (2 Co 3.5; 9.8). Tal suficiência é vista como sendo a provisão divina para os filhos de Deus. Deve ser lembrado, no entanto, que essa suficiência não deve ser confundida simplesmente com a aquisição de posses materiais, mas o ter o necessário para viver com dignidade e, principalmente, possuir paz com Deus e alegrar-se nEle (Fp 4.11; 2 Ts 3.16). Por toda a Escritura, observamos o cuidado do Senhor no sentido de prover para o seu povo aquilo que é necessário para o seu viver (Mt 6.25-33). Quando conscientizarmo-nos que estamos honrando o Senhor com nossos dízimos e ofertas, Ele derramará sobre nós sua provisão. (Lições CPAD Jovens e Adultos » 2012 » 1º Trim.)
3.3. Semeando muito.
A lei da semeadura é simples: quem planta muito colhe muito e quem planta pouco colhe pouco (2Co 9.6). Nessa lei também temos que observar a qualidade da semente, pois quem planta com semente ruim colherá o fruto do que plantou (Gl 6.7). Temos que ter uma boa semente e plantar com abundância para colher um fruto bom e com abastança. O diabo quer nos distrair, fazendo com que gastemos o nosso dinheiro e deixemos de investir no Reino de Deus, mas os que investem no Reino de Deus estão fazendo o correto, como nos ensina Jesus: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam.” (Mt 6.19.20).
Professor deixe claro que o termo “investir” utilizado sabiamente por nosso comentarista não tem o sentido de ofertar com intuito de receber de volta corrigido monetariamente. Ofertamos a Deus aquilo que já recebemos,como foi o caso de Abraão estudado nesta lição,portanto as bênçãos alcançadas ao dizimar são conseqüências da fidelidade de Deus à sua palavra,o que não pode ser confundido como uma exigência do ofertante,ou troca de favores.
CONCLUSÃO
O livro de Levítico nos ensina como Deus é santo e quer que Seus filhos sejam santos assim como Ele é, e que também devemos ser voluntários em ofertar para a Sua casa, para sustento dos que são chamados por Ele para servir na sua obra, manutenção do templo local e auxílio dos mais necessitados.
1. O desejo de Deus sempre é de abençoar o Seu povo, mas qual a Sua exigência para que isso ocorra?
R: A obediência (Lv 26.3).
2. Qual é a primeira menção do dízimo na Bíblia?
R: Quando Abraão se encontra com Melquisedeque (Gn 14.20), depois de ser abençoado por ele (Gn 14.19).
3. Quem, num momento de encontro com Deus, fez um voto?
R: Jacó (Gn 28.20-22).
4. O que a lei deu à prática do dízimo?
R: Conteúdo e forma (Lv 27; Nm 18; Dt 12, 14, 26).
5. Porque a lei da semeadura é simples?
R: Porque quem planta muito colhe muito e quem planta pouco colhe pouco (2Co 9.6).