quarta-feira, 30 de maio de 2018

Apocalipse, Uma Mensagem Urgente Para a Igreja





Apocalipse 1.1-8
INTRODUÇÃO

1. Dois fatores contribuem para que muitos crentes evitem o livro de Apocalipse:

a) A idéia de que ele é um livro selado, que trata de coisas encobertas

- Na verdade o livro de Apocalipse é oposto disto. Apocalipse significa tirar o véu, descobrir, revelar o que está escondido. A ordem de Deus é: "Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo" (22:10). As coisas que em breve devem acontecer mostra que há uma tensão entre o futuro imediato e o mais distante; o mais distante é visto como que transparecendo do imediato. O Cordeiro é o executor do deve acontecer. Há duas atitudes em relação à segunda vinda: 1) Quem se acomoda diz: "Onde está a promessa da sua vinda?" 2) "Estai de sobreaviso, vigiai; porque não sabeis quando será o tempo".

b) A idéia de que ele é um livro que fala de catástrofe, tragédia e caos

- Esse é o significado da palavra hoje. Tornou-se sinônimo de tragédia. Mas Apocalipse não fala de caos, mas do plano vitorioso e triunfante de Cristo e da sua igreja.

I. O TÍTULO DO LIVRO DE APOCALIPSE

1. O Apocalipse é um livro aberto e não fechado

• A palavra "Apocalipse" significa descoberta, sem véu. Revelação não é especulação humana, é a Palavra de Deus e o testemunho fiel (v. 2). Ele revela o plano vitorioso, triunfante de Cristo e da sua igreja. Sua vitória absoluta contra todos os seus inimigos: a Meretriz, a besta, o falso profeta, o dragão, os incrédulos, a morte. O Apocalipse mostra que o último capítulo da história não será de tragédia, mas de uma retumbante vitória do Cordeiro de Deus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

• Apocalipse é um livro aberto em que Deus revela seus planos e propósitos para a sua igreja.

2. O Apocalipse não é revelação apenas das últimas coisas, mas sobretudo do Cristo vencedor e glorioso

• O Apocalipse não fala tanto de fatos, mas de uma pessoa. Apocalipse é fundamentalmente a revelação de Jesus Cristo (v.1), e não apenas de eventos futuros. Você não pode divorciar a profecia da Pessoa de Jesus. Apocalipse não é revelação de João, mas revelação de Jesus Cristo a João.

• Cristo veio ao mundo para revelar o Pai (Jo 17:6). No Apocalipse é o Pai quem revela a Jesus (Ap 1:1). E como o revela? Como o servo lavando os pés dos discípulos? Como uma ovelha muda que vai para o matadouro? Como aquele de quem os homens escondem o rosto? Como aquele que está pregado na cruz, com o rosto cheio de sangue? Como aquele que têm as mãos atadas e os pés pregados na cruz? Absolutamente não!

• A revelação do Noivo da Igreja pelo Pai é de um Cristo glorioso: Seus cabelos não estão cheios de sangue, mas são alvos como a neve. Seus olhos não estão inchados, mas são como chama de fogo. Seus pés não estão pregados na cruz, mas são semelhantes ao bronze polido. Sua voz não está rouca, porque a língua está colada ao céu da boca, por atordoante sede, mas é voz como voz de muitas águas. Suas mãos não estão cheias de pregos, mas ele segura a igreja e a história em suas onipotentes mãos. Seu rosto não está desfigurado, mas brilha como o sol.

• O objetivo do livro de Apocalipse não é nos dar uma tabela do tempo do fim, mas nos revelar o Noivo glorioso da igreja, o supremo conquistador. A igreja precisa olhar para a supremacia do seu Senhor. Durante a sua primeira vinda a glória de Cristo estava encoberta. Ele viveu se esvaziando da sua glória. Mas na segunda vinda de Cristo, sua glória será auto-evidente (Mc 14:61-62; Ap 1:7).

II. O AUTOR DO LIVRO DE APOCALIPSE - V. 1-2,4

1. Deus tem planos distintos ao usar seus servos

• O Espírito Santo usou João para escrever o quarto evangelho, as cartas e o Apocalipse. O objetivo do evangelho é alertar as pessoas a crerem em Cristo (20:31). O objetivo das cartas é encorajar os crentes a terem certeza da vida eterna (5:13). O objetivo do Apocalipse era alertar os crentes para estarem preparados para a segunda vinda de Cristo (22:20).

2. Deus transforma tragédias em triunfo

• Domiciano, o segundo Nero, que arrogou para si o título de Senhor e Deus, baniu João para a Ilha de Patmos, a colônia penal da costa da Ásia Menor. Mas ao mesmo tempo em que se achava fisicamente em Patmos, achou-se também em espírito e Deus abriu-lhe o céu e revelou-lhe as coisas que em breve devem acontecer.

• Num tempo em que a igreja estava sendo massacrada e pisada, perseguida e torturada, João recebe a revelação de que o Noivo da Igreja, o Senhor absoluto dos céus e da terra, está no total controle da igreja e da história (1:1.3; 5:5).

3. Deus esclarece uns e confunde outros

• O livro de Apocalipse é um livro altamente simbológico. Por que? É como as parábolas: esclarece uns e confunde outros. Para a igreja era uma mensagem clara, mas para os ímpios uma mensagem indecifrável.

• Os símbolos não enfraquecem com o tempo. Em vez de falar do diabo como um ser maligno, falou de um dragão. Em vez de falar de um ditador, falou de uma besta. Em vez de falar de um sistema sedutor, falou de uma Meretriz, Babilônia, a grande.

III. OS LEITORES DO LIVRO DE APOCALIPSE

1. As sete igrejas da Ásia Menor

• O número sete é um número importante no livro de Apocalipse. Ele aparece 54 vezes neste livro. O livro fala de sete candeeiros, sete estrelas, sete selos, sete trombetas, sete taças, sete espíritos, sete cabeças, sete chifres, sete montanhas. O número sete significa completo, total. Havia mais de sete igrejas na Ásia Menor. Mas quando Jesus envia carta às sete igrejas, significa que ele envia sua mensagem para toda a igreja, em todos os lugares, em todos os tempos.

• Não há nenhuma indicação nas sete igrejas que elas representem sete períodos sucessivos da história da igreja. João escolheu estas sete igrejas para que elas servissem de representantes da igreja toda. O Apocalipse era e é para toda a igreja.

2. Este livro é destinado a todos os cristãos em todos os tempos

• Não podemos limitá-lo à visão preterista nem à visão futurista. Ele é um livro encorajador para os todos os cristãos em todos os tempos.

• Este livro devia ser lido em voz alta em culto público (v. 3). Há uma bem-aventurança para os que lêem, ouvem, e praticam a mensagem deste livro.

• Para todas as igrejas o Senhor que anda no meio dos candeeiros tem uma palavra de exortação e também de encorajamento. Ele os desafia a serem vencedores!

• A mensagem central de Jesus para a igreja é que nós não devemos nos aproximar da profecia apenas com curiosidade acerca do futuro.

Quando Daniel e João receberam a palavra da profecia, do plano de Deus, do futuro, ambos caíram aos pés do Senhor (Dn 10:7-10; Ap 1:17). Eles ficaram esmagados pela grandeza da manifestação do Senhor. É assim que nós devemos nos aproximar do livro de Apocalipse, como adoradores e não como acadêmicos.

IV. O REMETENTE DO LIVRO DE APOCALIPSE

1. Uma saudação de encorajamento e não de medo – v. 4

• Graça e Paz não é uma palavra de medo, mas de doçura, de encorajamento a uma igreja que passa pelo vale do martírio.

2. A Graça e a Paz são enviadas à Igreja pela Trindade - v. 4-5

• O Deus Pai, o Deus Espírito e o Deus Filho estão no completo controle da história e num tempo de sombras e provas, eles enviam à igreja sua graça e sua paz.

3. Como a igreja deve ver o seu Noivo? – v. 5

a) Como a Fiel Testemunha - Jesus foi fiel durante todo o seu ministério. Nunca deixou de testemunhar sobre o Pai, mesmo na hora do sofrimento e da morte. "Eu vim para fazer a vontade do Meu Pai." = PROFETA.

b) Primogênito dos Mortos - Jesus foi o primeiro a ressuscitar em glória. Ele está vivo para sempre. Ele é o primogênito porque é o primeiro da fila e nós vamos logo atrás. Jesus matou a morte. Ele venceu nosso último inimigo. Uma igreja que está enfrentando o martírio precisa saber que o seu Deus vencer o poder da morte. A noiva do Cordeiro não tem mais a morte à sua frente, mas atrás de si = SACERDOTE.

c) O Soberano dos Reis da Terra - A igreja precisa ver Jesus como o presidente dos presidentes, diante de quem todos os poderosos vão se dobrar. Jesus está acima de Roma, dos imperadores. Ele está acima dos impérios, das nações soberbas, dos reis da terra, dos presidentes que ostentam o seu poder = REI.

4. Como a igreja deve se posicionar diante do seu Noivo? – v. 5-6

• Quando João vê a glória do Noivo, ele prorrompe numa doxologia suprema, diante da suprema glória de Cristo. Ele se encanta com o Cristo que lhe é revelado. Seu coração se derrama em adoração.

• Por que a igreja deve adorar o seu Noivo?
a) Porque ele nos ama - O verbo está no presente. O amor de Cristo é algo que permanece. Ele nos amou, ainda nos ama e nos amará até o fim.

b) Ele nos libertou dos nossos pecados - Fala de um ato de redenção concluído (5:9). A versão King James diz que ele nos lavou. Ele quebrou as amarras do pecado e nos limpa. O que é maravilhoso é que ele nos amou quando estávamos sujos e perdidos e depois nos libertou.

c) Nos constituiu Reinos e Sacerdotes – A igreja não foi amada e libertada para nada. O alvo do amor é nos constituir reis e sacerdotes para Deus. Ele nos ama. nos levanta da lama e depois nos coloca a coroa e a mitra. Já estamos assentados com Cristo nas regiões celestiais, mas haveremos de ser co-regentes com ele, pois reinaremos com ele. Somos um reino não apenas porque Cristo reina sobre nós, mas porque participamos do seu reinado. A mitra do sumo sacerdote tinha uma placa de ouro "Santidade ao Senhor’. Temos livre acesso a ele, pois somos uma raça de sacerdotes reais.

V. O TEMA DO LIVRO DE APOCALIPSE - V. 7-8

1. Há uma descrição das características da sua Vinda

• O grande tema do livro de Apocalipse é a glória e a vitória de Cristo na sua vinda. Esta verdade é apresentada nas sete seções paralelas. Cristo vem para estabelecer o juízo e triunfar sobre seus inimigos. Na primeira vinda a glória de Cristo não era auto-evidente, mas na segunda vinda será (Mc 14:61). A igreja triunfa com ele, enquanto seus adversários lamentarão (6:15-16; Zc 12:10). Os ímpios não se converterão (9:20; 16:9,11). Como Jesus virá?

• Aqueles que o amam se alegrarão na sua segunda vinda, mas aqueles que o rejeitaram se lamentarão. Como será a sua vinda?
a) Uma vinda Pessoal
b) Uma vinda Pública
c) Uma vinda Visível -
d) Uma vinda Poderosa
e) Uma vinda para juízo

2. Há uma descrição das características daquele que vem

• Essas características da sua eternidade e onipotência são dadas, para mostrar que Jesus é poderoso para executar o seu plano na história humana.

CONCLUSÃO

• Temos hoje uma visão da glória do Noivo da Igreja? Temos honrado o nosso Noivo? Estamos nos preparando para encontrar com ele, como as virgens prudentes? Nossas lâmpadas estão cheias de azeite?



Fonte:| Autor: Pastor Josias Moura |

domingo, 27 de maio de 2018

ESCOLA DOMINICAL BETEL ESBOÇO - Subsídio da Lição 8


                                             LIÇÃO 8


Tema: Os propósitos de Deus nos milagres

Texto Áureo: Jo 6.26


Professor deixo como sugestão para o inicio da aula o comentário bíblico abaixo que de forma sintética introduz o nosso tema e é ideal para o primeiro contato com a classe:

“O dia prolongado
O evento do dia prolongado (vv.12-14) não é facilmente explicado pela ciência. É preciso reconhecer que Aquele que fez as leis da Natureza tem o direito de usá-las. Aquele que usou a saraiva como arma de destruição contra seus inimigos também poderia usar a luz e as trevas para servirem aos seus propósitos. A soberania de Deus sobre a natureza o capacita a promover seu reino espiritual pelo uso do mundo físico. O salmista enfatizou que todo o universo visível existe para propósitos espirituais. Ele afirmou que 'os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite' (Sl 19.1,2). Também declarou que 'do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam' (Sl 24.1). Josué não demonstrou hesitação ao chamar as forças do universo para ajudá-lo contra aqueles que se opunham a Deus (12).
A declaração de que não houve dia semelhante a este, nem antes nem depois dele (14) reafirma a singularidade deste evento. Também destaca o fato de que Deus usa milagres com grande reserva. Ele evita que os homens se tornem dependentes deles. Deus insiste que devemos depender Dele próprio, que realiza os milagres".

TEXTO ÁUREO

“Jesus respondeu-lhes, e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes”(Jo 6.26).

VERDADE APLICADA
Precisamos perceber nos milagres, à luz da Palavra de Deus, além dos benefícios imediatos e temporais, pois há sinal no milagre.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
1 - Lembrar que Deus operou e ainda opera milagres;
2 - Mostrar a relação entre milagres e sinais;
3 - Enfatizar que os milagres não substituem a Palavra de Deus.

TEXTO REFERÊNCIA
Marcos 16.20
E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram. Amém.
Atos 4.14
E, vendo estar com eles o homem que fora curado, nada tinham que dizer em contrário.
Atos 8.6
E as multidões unanimemente prestavam atenção ao que Filipe dizia, porque ouviam e viam os sinais que ele fazia.
Atos 9.41-42
E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor.



INTRODUÇÃO
Reduzir o significado e o propósito dos muitos milagres operados por Deus no passado, e também no presente, é não refletir sobre as consequências e a influência dos mesmos em outras áreas da vida.

1. Deus, o Operador de milagres.
Iniciaremos o estudo deste tema lembrando que o Senhor Deus operou milagres e os realiza ainda hoje, pois o Seu poder não diminuiu, Ele é o mesmo (Tg 1.17; Hb 13.8). Para Deus nada é impossível (Lc 1.37). Uma prova disso é que encontramos na Bíblia o registro de centenas de milagres.

1.1. O que é um milagre?
Segundo o dicionário, “milagre” é definido como “feito ou ocorrência extraordinária, que não se explica pelas leis da natureza”. Biblicamente a ênfase recai sobre os atos maravilhosos de Deus, que retratam Sua atividade na criação e na história. Estamos usando a expressão “ênfase”, pois a Bíblia também registra sinais e prodígios operados por espíritos enganadores (2Ts 2.9-10; Ap 13.3-4, 12-15). No Antigo Testamento o termo em hebraico “´ôt” em várias passagens se refere a “sinais miraculosos”, como as pragas que vieram sobre os egípcios. Também há o termo “môpet”, no sentido de “maravilhas” ou “milagre”.

Os termos citados designam os muitos acontecimentos extraordinários produzidos pelo poder de Deus ao longo da história (Êx 7.3; Dt 4.34; Sl 135.9; Jr 33.20, entre outros textos). C. S. Lewis assim definiu milagre: “Milagre é uma interferência na natureza por um poder sobrenatural”. Os milagres de Deus em favor do Seu povo demonstram, assim, atos salvíficos e apontam para uma salvação ainda mais abrangente no futuro, como se expressou o professor de Teologia Sistemática na Califórnia, C. Brown. Os propósitos de Deus para o Seu povo alcançam a eternidade. Não se limitam à existência debaixo do sol.(Revista do professor)

1.2. Os milagres de Cristo.
No novo testamento a expressão grega “semeion” indica “sinal”, “maravilha”, “milagre” (Jo 2.11, 18, 23; 4.48). Também é utilizado, dentre outros, o termo “dunamis”, ou seja, “poder”, para indicar ações sobrenaturais (At 2.22; 8.13; entre outros). A passagem de Jesus Cristo aqui na terra, desde a concepção até a Sua ascenção, foi marcada por milagres e maravilhas. Gerado no ventre de Maria pela ação do Espírito Santo, efetuou curas, ressurreições e expulsão de demônios, ressuscitou ao terceiro dia e foi elevado aos céus à vista de Seus discípulos (Mt 1.20; 4.23-24; 28.1-6; At 1.9-10; 2.22).

Tais atos sobrenaturais socorreram necessitados, atraíram multidões, provocaram invejas, atestaram a missão messiânica de Jesus e levaram pessoas a glorificar a Deus. E evidente que os evangelhos não registram todos os milagres operados por Jesus (Jo 20.30), pois muitos livros precisariam ser escritos (Jo 21.25). Contudo, o que chegou até nós testifica que o Deus que operava sinais e maravilhas no período do Antigo Testamento continuou operando maravilhas por intermédio de Jesus Cristo (At 2.22). E Jesus Cristo, ressuscitado e à direita de Deus, é o mesmo para sempre (Hb 13.8).(Revista do professor)

1.3. Milagres após a ascenção de Cristo.
A continuidade dos milagres tem sido uma realidade ao longo da história da Igreja. O próprio Jesus, antes de retornar ao céu, disse aos Seus discípulos que sinais seguiriam aos que cressem (Mc 16.17). A Bíblia registra que, após a ascensão, o Senhor cooperava com os discípulos confirmando a Palavra pregada com sinais (Mc 16.20). Alguns dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja são os dons de curar e a operação de maravilhas (1Co 12.9-10).

No livro de Atos encontramos diversos relatos acerca da operação de milagres por intermédio dos discípulos, enquanto ocorria a proclamação do Evangelho. Palavras e atos; pregação e sinais (At 3.9-12, 19; 8.5-6; 14.3; 15.12; 19.11). Interessante refletir que a ausência de milagres não significa que findou a “era dos sinais de maravilhas”, até porque não há base bíblica para afirmarmos que os milagres se restringiram ao período apostólico. Notemos dois motivos para a não operação de muitas maravilhas: incredulidade (Mt 13.58; Mc 6.1-6) e curiosidade (Lc 23.8). Até mesmo no tempo do Antigo Testamento houve períodos nos quais o povo não estava testemunhando sinais e mensagens proféticas (Sl 74.9).(Revista do professor)

2. A relação entre milagres e sinais.
Neste tópico vamos considerar a palavra “sinal” de acordo com os significados que encontramos no dicionário da língua portuguesa, entre outros: “aquilo que serve de advertência; que possibilita conhecer; demonstração exterior duma intenção; aceno”.

2.1. A importância de perceber os sinais.
Devemos refletir na importância de enxergarmos nos milagres, maravilhas e prodígios do Senhor, sinais de Deus para nós. Ou seja, olhar além do milagre em si. O próprio Cristo lançou em rosto da multidão que o buscava o fato de que O procuravam “não pelos sinais”, mas porque haviam desfrutado do milagre da multiplicação dos pães e peixes (Jo 6.26). Não haviam enxergado no milagre o sinal de Deus: Jesus Cristo é o verdadeiro pão do céu. Ele é o pão da vida (Jo 6.32, 35).

Os milagres operados por Cristo não eram o objetivo final em si, mas, sim, fazer com que os beneficiados passassem a crer em Cristo como o messias prometido e que veio para “buscar e salvar o que se havia perdido” (Jo 4.48; Lc 19.10). Há sinal em cada milagre! Desse modo, podemos dizer que a realização de um milagre não é sinônimo de que Deus está aprovando o modo de vida do beneficiado ou da pessoa por quem o milagre e as maravilhas estão sendo realizadas (Mt 7.21-23).(revista do professor)

O MILAGRE ABRE A PORTA DA PALAVRA 
Realizado o milagre, o que fizeram os apóstolos? Certamente não trabalharam o seu marketing pessoal nem foram abrir uma igreja independente. Sabendo que a excelência estava em Cristo e não em si, aproveitaram a ocasião a fim de proclamar o evangelho. Como tem você agido quando Deus usa-o na realização de um milagre ou prodígio? Chama a glória toda a si? Ou glorifica o Senhor da glória? Observe o modo como os apóstolos trataram o prodígio.
A proclamação da Palavra é mais importante que o milagre. Não resta dúvida de que um portento fora realizado. Era notório a todos (At 4.16). Era algo simplesmente inegável. Todavia, os apóstolos estavam prestes a mostrar que aquela ocasião era mais do que propícia à proclamação da Palavra de Deus. Hoje, temos muitas terças e quintas-feiras de milagres. Mas que todos os dias sejam dedicados à pregação do evangelho. O Senhor Jesus estará presente entre nós operando sinais e prodígios diariamente.
A proclamação da Palavra deve ser feita a tempo e a fora de tempo. É o que recomenda Paulo a Timóteo: “Conjuro-te, pois diante de Deus e do Senhor Jesus, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.1,2).
Por conseguinte, Pedro e João aproveitaram a oportunidade a fim de proclamar o Evangelho de Cristo tanto para o povo quanto para os sacerdotes. Leia com vagar os capítulos três e quatro de Atos dos Apóstolos. E veja quantas portas a pregação da Palavra foram abertas através do milagre operado pelos apóstolos na Porta Formosa. Tem você aproveitado as oportunidades para anunciar a mensagem da cruz? Ou acha que o milagre não passa de um espetáculo? É chegado o momento de se pregar a tempo e fora de tempo que Cristo Jesus morreu e ressuscitou para salvar o pecador.

2.2. Milagres e relacionamento com Deus.
É muito comum a associação entre a operação de maravilhas e milagres com a aprovação divina. Contudo, Jesus operou muitos prodígios em Cafarnaum, mas disse que no juízo vindouro aquela geração sofreria mais rigor do que os de Sodoma, pois, apesar de tantos milagres, não se arrependeram (Mt 11.20-24). O Senhor estava dizendo que os habitantes daquela cidade deveriam ter se voltado para Deus, pois ele estava se manifestando de maneira tão poderosa. Porém, eles demonstraram que estavam interessados tão somente em desfrutar dos milagres produzidos pelo poder de Jesus. Eles não queriam relacionamento ou compromisso. Queriam continuar vivendo suas vidas do mesmo jeito.

Muitos hoje também só querem ser beneficiados pelos milagres, mas não querem mudança de vida e passar a viver como discípulos de Jesus. Querem receber e ouvir sobre milagres, contudo, não estão interessados em serem confrontados pela Palavra de Deus. No tempo de Jesus muitos creram nEle pelo que viam Ele fazer, mas não havia mudança no coração. O apóstolo João registrou acerca destes, dizendo que o próprio Jesus “não confiava neles” (Jo 2.23-25).(revista do professor)
E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome.
Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia;
E não necessitava de que alguém testificasse do homem, porque ele bem sabia o que havia no homem.(João 2:23-25)

2.3. Lições a partir dos milagres.
Considerando três expressões do significado da palavra “sinal”, conforme exposto no início do tópico, podemos extrair preciosas lições sobre como lidar com os milagres e maravilhas de Deus: advertência, conhecimento e aceno. Deus tem utilizado meios para advertir, se revelar e acenar para o ser humano acerca da Sua existência, do Seu interesse por nós, da Sua providência, do Seu plano de salvação e de Seus propósitos. Precisamos procurar conhecer os caminhos do Senhor (Sl 103.7) e não apenas desfrutar dos Seus feitos. Apesar de ter visto e desfrutado das obras de Deus, toda uma geração pereceu no deserto, porque não conheceu os caminhos do Senhor (Hb 3.9-10).

Não conheceram por não terem atentado para a Palavra de Deus. Não procuraram obedecer às orientações divinas. Ou seja, não perceberam que Deus estava operando tantas maravilhas não apenas para suprir necessidades físicas (fome, sede, proteção, etc.), mas, também (e principalmente), atraí-los a Si para ensinar-lhes verdades espirituais (Nm 14.11, 22). Desfrutaram dos milagres e prodígios, “mas Deus não se agradou da maior parte deles” (1Co 10.5). É preciso perceber o sinal no milagre.
Quando Jesus curava um enfermo normalmente ele primeiro perdoava os pecados para posteriormente atender a necessidade física, por exemplo:
E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, perdoados estão os teus pecados.
Qual é mais fácil? dizer ao paralítico: Estão perdoados os teus pecados; ou dizer-lhe: Levanta-te, e toma o teu leito, e anda?
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra poder para perdoar pecados (disse ao paralítico),
A ti te digo: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.
Marcos 2:5,9-11

3. Os milagres e a Palavra de Deus.
Antes de Deus falar com Moisés no monte Horebe, primeiro lhe mostrou uma sarça que ardia e não se consumia. Moisés ficou maravilhado com o que via e decidiu chegar mais perto para ver. Então, quando o Senhor viu que ele estava chegando mais perto, o chamou e começou a falar com ele sobre Seus planos e propósitos (Êx 3.1-4).

3.1. Impactados pela ação divina.
A sarça que ardia e não se consumia era tão somente um sinal para despertar a atenção de Moisés sobre o que Deus queria falar com ele. Podemos observar, novamente, o impacto da ação divina nos dois relatos encontrados no Evangelho de João sobre os samaritanos (Jo 4.39-42) e os galileus (Jo 4.43-45). Ambos os povos receberam e tiveram um encontro com Jesus. A diferença é a ênfase que o apóstolo João dá sobre os samaritanos. Considerando os quatro versículos citados acima, as expressões que se destacam para descrever este encontro são que eles creram pela palavra, primeiro do testemunho da mulher e depois do próprio Cristo, a tal ponto que testemunharam que haviam crido em Jesus porque ouviram e, assim, passaram a conhecer que Ele verdadeiramente era o Salvador do mundo.

Não há no texto de João 4.39-42 menção da realização de milagres de curas e libertação dos possuídos por demônios. Podemos crer que o grande milagre foi produzido pela Palavra de Jesus no coração dos samaritanos. Enquanto que os galileus “o receberam, porque viram” (Jo 4.45).(Revista do professor)

Amados vale a pena fazermos esta comparação entre os samaritanos e os galileus sugerida por nosso comentarista:
Indo, pois, ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que ficasse com eles; e ficou ali dois dias.
E muitos mais creram nele, por causa da sua palavra.
E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.
E dois dias depois partiu dali, e foi para a Galiléia.
Porque Jesus mesmo testificou que um profeta não tem honra na sua própria pátria.
Chegando, pois, à Galiléia, os galileus o receberam, vistas todas as coisas que fizera em Jerusalém, no dia da festa; porque também eles tinham ido à festa.
João 4:40-45

3.2. A relevância da Palavra.
Tendo em vista as palavras de Jesus para o oficial do rei que foi procurá-Lo (Jo 4.48), podemos extrair uma importante lição: o milagre e os sinais podem despertar a atenção e o interesse das pessoas, mas somente a Palavra de Deus produz a fé e o conhecimento necessários para a salvação (Jo 17.3; 20.30-31). Por isso, Jesus não atendeu o pedido do homem para acompanhá-lo, mas o estimulou e desafiou a crer em Sua Palavra: “Vai, o teu filho vive” (Jo 4.50). E aquele servo do rei creu na Palavra de Jesus e testemunhou o milagre. Ou seja, o milagre, os prodígios e as maravilhas não substituem a Palavra de Deus. A Bíblia diz que a fé é pelo ouvir (Rm 10.17).

A fé firme e consistente, que está centrada em Cristo e conduz o discípulo de Jesus a uma vida perseverante, é produzida pela Palavra de Deus. Acima do milagre está a Palavra de Deus (Dt 13.1-4). Deus alertou o povo de Israel quanto a possibilidade de surgir um profeta no meio da congregação e operar um sinal ou prodígio, buscando, assim, desviar o povo da palavra revelada por Deus. Lembremo-nos de que os magos do Egito também fizeram sinais diante de Faraó (Êx 7.11, 22; 8.7).(Revista do professor)

3.3. Analisar o milagre a luz da Palavra.
Deuteronômio 4.34-40 é outro texto que demonstra a relação entre sinais e Palavra de Deus. O Senhor Deus revela que mostrou ao povo sinais e milagres para que soubesse que não há outro Deus, para ensinar e para que guardasse os estatutos e mandamentos. O inimigo sabe da tendência do ser humano de supervalorizar um milagre e interpretá-lo somente à luz dos acontecimentos imediatos e dos benefícios recebidos. Mas Deus deixou revelado em Sua Palavra, a Bíblia, sobre o perigo de se desprezar a Palavra. A Bíblia diz que, aos que não receberam a Palavra, será enviada a operação do erro, com poder, sinais e prodígios de mentira (2Ts 2.9-12).

Jesus, em Seu sermão profético, disse que se levantarão falsos profetas operando sinais e prodígios (Mc 13.22). O inimigo fará até mesmo descer fogo do céu à terra (Ap 13.13) e enganará com sinais. Precisamos atentar para os milagres e refletir junto com a Palavra de Deus. Não podemos analisar o milagre isoladamente. Devemos procurar perceber qual é a fonte, o propósito visado e o resultado produzido. O Doutor em Teologia e professor Otfried Hofius assim comentou acerca dos numerosos milagres registrados nos evangelhos: “De modo geral, as narrativas prestam pouca atenção ao processo milagroso propriamente dito; concentram sua atenção no encontro entre Jesus e o homem inteiro, com suas necessidades físicas e espirituais”.

Como identificar a fonte do milagre? (Dt 13.2). A primeira e mais segura regra de autenticação dos prodígios realizados por alguém é a sua coerência bíblica. É impossível alguém operar milagres da parte do Senhor e, ao mesmo tempo, adotar uma teologia contrária à Bíblia, ou seja, quem ensina ao povo a seguir a um deus estranho está incitando a rebelião contra Deus (Dt 13.5). Jesus disse: “[...] por seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16). O termo “frutos” não diz respeito apenas ao testemunho pessoal, pois há ateus e praticantes de doutrinas ocultistas que têm um excelente testemunho junto à família e diante da sociedade. Ao falar dos “frutos”, o Senhor Jesus Cristo referiu-se mais ao conteúdo teológico do pregador milagreiro e enganador.

Deus usa o falso profeta para provar os seus servos (Dt 13.3). Como já foi dito, uma das formas mais simples de avaliação de um falso profeta é o conteúdo de sua mensagem. Se a cosmovisão religiosa e filosófica do profeta, ou sonhador, acerca de Deus, do ser humano e do mundo afasta-se das Escrituras, contrariando a doutrina bíblica, ainda que ele faça descer fogo do céu à nossa vista e impressione o povo, devemos continuar firmes em nosso lugar, pois tais manifestações são de fonte estranha. Conforme vimos na leitura bíblica, Deus permite que essas coisas aconteçam para nos provar (13.3). Isso é ainda mais válido para os dias atuais com tantos inovadores milagreiros, falsos cristos e pregadores de “outro Jesus, outro espírito e outro evangelho” (2 Co 11.4).

CONCLUSÃO
Os milagres, prodígios e as maravilhas de Deus são ações de socorro e providência, bem como sinais de advertência e acenos do Senhor para nós. Ainda não terminou o período da Igreja na terra, portanto precisamos permanecer crendo, proclamando e esperando o agir sobrenatural de Deus.


1. O que a expressão grega “semeion” indica?
R: “Sinal”, “maravilha”, “milagre” (Jo 2.11, 18, 23; 4.48).

2. O que Jesus, antes de retornar ao céu, disse aos Seus discípulos?
R: Que sinais seguiriam aos que cressem (Mc 16.17).

3. Por que toda uma geração pereceu no deserto?
R: Porque, apesar de ter visto e desfrutado das obras de Deus, não conheceu os caminhos do Senhor (Hb 3.9-10).

4. O que o milagre, os prodígios e as maravilhas não substituem?
R: A Palavra de Deus (Rm 10.17).

5. O que o texto de Deuteronômio 4.34-40 demonstra?
R: A relação entre sinais e palavra de Deus.

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