segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Estudo Bíblico sobre Namorar ou Ficar?



         A sociedade atual está em profundo estado de mutação constante. Termos novos são criados, termos antigos são reinterpretados. Não há verdades absolutas e sim opiniões e verdades particulares. "Cada ser é um universo", dizem, e todos devem criar para si os seus próprios padrões e verdades.
         Jovens e adolescentes estão sendo formados nesta sociedade mutante. Os conceitos aprendidos em família, por serem frágeis e apenas nominais, não sobrevivem à avalanche de deseducação encabeçada pela mídia e pelos formadores de opinião. Isto é igualmente válido para o lado afetivo do jovem.
 
O dicionário Aurélio define NAMORAR como:
1) Procurar inspirar amor;
2) Andar de namoro com;
3) Enamorar-se (que por sua vez significa deixar-se possuir de amor, apaixonar-se).
FLERTAR significa namoro rápido, namorico.

         Até bem pouco tempo o namoro era algo pré-nupcial, com regras bem definidas e padrão comumente aceito. Alguém, ao sentir-se atraído por outrem de sexo oposto, procurava-o, propondo-lhe namoro. Este consistia de encontros constantes, com diálogos sobre os dois, momentos de romance, abraços e beijos limitados, com considerável reserva e planos para o futuro.  
         Os encontros eram feitos na casa da moça, com a presença de familiares, na sala, ou no portão, até às 22 horas no máximo. Também constavam passeios, atividades mútuas e correspondência. Com o advento da era pós "Beatles"(conjunto de rock-and-roll inglês, que revolucionou a cultura ocidental após a década de 60) e o desenrolar do movimento "Hippie" (jovens americanos que lutavam pela liberação das drogas, extinção da família e amor livre), o namoro sofreu grandes mutações. Seus limites foram ampliados.
         Os encontros passaram a ser em cinemas, pizzarias, clubes, etc, sem a presença de familiares. No seu bojo as carícias íntimas e os atos pré-sexuais encontraram espaço livre. Como conseqüência, o número de jovens que se casaram grávidas ou ficaram sós aumentou vertiginosamente. Namoro passou a ser a "sala vip" do casamento, faltando apenas o chamado "papel passado".
         Por serem mal formadas muitas famílias tornaram-se desestruturadas, terminando em divórcios. Filhos cresceram deficientes psicologicamente, sem modelos paternos e maternos consistentes. Na década de 80 a chamada"AMIZADE COLORIDA" entrou em ação. Tratava-se de algo diferente do namoro. Rapazes e moças mantinham encontros libidinosos, com o compromisso de não terem quaisquer compromissos!
         Com o passar dos anos o namoro continuou em processo de mutação. O império da AIDS (doença fatal sexualmente transmissível), trouxe uma transformação na aceleração da libertinagem juvenil. Os preservativos entraram na lista de materiais comuns da lista de compras dos adolescentes, como a pílula na década de 70.
         Parte desta população resolveu "dar um tempo", "se cuidar". Nos Estados Unidos da América, uma igreja batista iniciou, junto aos seus adolescentes, uma campanha intitulada "QUEM AMA, ESPERA". Grande parte daquela região aderiu. Porém, uma nova modalidade de namoro surgiu. Como a adolescência é uma idade instável, o desejo de independência provocou um novo tipo de relação: FICAR. Pesquisando entre adolescentes, cheguei a 6 conclusões sobre o que significa para eles o FICAR:
  • Ficar é Namorar de Brincadeira
  • Ficar é praticar para ver se vai dar certo
  • Ficar é suprir provisoriamente a carência afetiva e sexual
  • Ficar é curtir todo mundo numa boa, sem compromisso
  • Ficar é namoro avançado, onde vale tudo
  • Ficar é a moda entre jovens e adolescentes

         Quero discutir estes conceitos com vocês, apontando o que a bíblia diz sobre os princípios envolvidos no assunto. Espero que com isto, possa haver um esclarecimento considerável e um sólido desejo de praticar o ensino das Escrituras Sagradas.

1) FICAR É NAMORAR DE BRINCADEIRA

         Você gosta de brincar com ratoeiras, cobras, bombas, botijões de gás ou facas? Não, não é mesmo? São brincadeiras perigosas e de mau gosto.
         Brincar com os sentimentos dos outros, ou mesmo arriscar os seus, também é errado. A Bíblia diz:
 
"Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" (Jr 17.9).
        Sentimentos são preciosidades. Não se gosta ou se deixa de gostar de brincadeira. Ademais, sempre se sai ferido de uma relação fingida.
         Tudo quanto o cristão faz, pensa ou intenciona é para a glória do Senhor, devendo ser feito com responsabilidade e dedicação. Diz a Bíblia:
 
"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios e sim como sábios"(Ef 5.15).
"Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens."(Cl 3.23).

2) FICAR É PRATICAR PARA VER SE VAI DAR CERTO

         Deus não criou a família pelo sistema empírico (experimental). Pelo contrário, o Seu desejo sempre foi agir em prol do homem, dando-lhe uma pessoa adequada para sua felicidade. Veja o exemplo de Adão (Gn 2.22) ou de Isaque (Gn 24.51). Deus tem um plano para a união de dois corações, e pode conceder bênçãos maravilhosas!
 
"Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á"(Mt 7.7,8).
        Cabe ao adolescente e ao jovem estar atento às pessoas ao seu redor, consultando o seu coração e a Palavra de Deus.
 
"Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim." (Salmos 40.1a).
        O jovem cristão deve escolher alguém debaixo da orientação de Deus e que seja também uma pessoa cristã. Do contrário, está pecando:
 
"Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? (II Co 6.14-16).

        ··Namorar é conhecer alguém no sentido básico da palavra:gostos, temperamento, procedimentos, personalidade, reações, etc. O restante está reservado para o casamento.
         ··Rapazes: como escolher uma namorada? Procure com sabedoria, lembrando que o que a garota é hoje com os pais dela ou em relação a Deus, ela o será amanhã com você também. Leia Provérbios 31.10-31 e repare nos sábios conselhos de uma mãe ao seu filho solteiro, para que se casasse com alguém digna. Procure uma moça cujos princípios sejam semelhantes a estes.
       ··Garotas: Como escolher um rapaz: O Salmo 1.1-3 aponta o comportamento do homem bem-aventurado. As bem-aventuranças trazem um perfil ideal para o esposo preparado por Deus: humilde de". Espírito, manso, parecido com Jesus, limpo de coração, pacificador (Mt 5.3-9). Peça ao Senhor, abra seus olhos e esteja atenta. Deus lhe mostrará e dará uma rica oportunidade de encontro.
 
"Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória"(Ef 3.20,21a)

3) FICAR É SUPRIR PROVISORIAMENTE A CARÊNCIA AFETIVA E SEXUAL

         Este argumento é falho. O ser humano sempre foi carente de afeto, seja pela falta sentida na infância, seja pela solidão circunstancial, e nunca houve necessidade de existir um relacionamento do tipo FICAR. Há um amor maior que nos conforta e supre a carência: O AMOR DE DEUS. Diz a Bíblia: Nós amamos porque Ele nos amou primeiro"(I Jo 4.19).
         Nosso amor por Deus deve ser maior que qualquer outro amor humano, mesmo por alguém que é objeto de nossos sentimentos:
 
"Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim."(Mt 10.37).
 
        Martinho Lutero, o mais importante líder da Reforma Protestante, declarou, em seu hino CASTELO FORTE: "Se temos de perder os filhos, bens, mulher, embora a vida vá, por nós Jesus está, e dar-nos-á Seu reino!".
         Para gozarmos constantemente deste abundante amor, devemos estar em comunhão constante com Ele, por meio da leitura bíblica, da oração e do testemunho diante de todos. Tenha certeza de que Ele é provedor:
 
"E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades". (Fp 4.19).

         Muito cuidado! Abraços e beijos podem se tornar uma armadilha do inimigo. Cumprimentar outrem com um ósculo santo, um beijo na face, é uma coisa. Exceder-se na saudação, dando lugar à licenciosidade e sensualidade, é outra. Cuidado! Fuja do pecado e da aparência do mal: "Abstende-vos de toda a forma do mal"(I Ts 5.22)

4) FICAR É CURTIR TODO MUNDO NUMA BOA, SEM COMPROMISSO

         Este pensamento é anti-cristão. É uma afirmação, no mínimo, irresponsável. É fruto da carência de normas no ambiente familiar. A palavra CURTIR tem diversos significados, mas aqui é utilizada no sentido de namorar, "transar".
         Sinceramente, você se casaria com alguém que já FICOU com todo mundo e que, na realidade, nunca "ficou" comprometida com ninguém? Você aceitaria que sua irmã ou sua mãe se comportasse deste jeito? Ora, se isto é escabroso quando imaginado em alguém que nos é preciosa, que nos é querida, por que faz e acha interessante com as pessoas de outras famílias?
         Lembre-se do sábio Salomão, que, em sua velhice, exclamou com veemência:
 
"Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer."(Ec 12.1).
        Igualmente o apóstolo Paulo lembra algo muito importante a Timóteo, o seu filho na fé:
 
"Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza."(I Tm 4.12)

         O cristão é um ser comprometido com Deus e com o ser humano. É alguém que "veste a camisa", que "lança mão do arado e não olha para trás.". Não ter compromisso efetivo com a pessoa querida é pecado, falto de caráter, fruto de uma educação distorcida e de um coração sem sentimentos. O que deve unir alguém à outro é o amor, e este é poderoso e permanente:
 
"O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta; o amor jamais acaba"(I Co 13.8,9a).

5) FICAR É NAMORO AVANÇADO, ONDE VALE TUDO

         Sendo um relacionamento mundano, fruto de uma sociedade sem Deus, FICAR não serve para nós. Simular um comportamento afetivo com quem não se ama? Ter comportamento de pessoas casadas estando solteiro? Fazê-lo com pessoas estranhas? Isto é perversão, hipocrisia e mentira. Tolo é aquele que crê nas mentiras, crê no carinho do estranho, no amor de quem não está nem aí com os sentimentos alheios.
         Tal pessoa está caindo na armadilha de Dalila, que trocou afetos, carinhos e atos conjugais pela destruição do infeliz Sansão (veja Juízes, capítulo 16). Quem age assim não merece você. Deus tem alguém especial, alguém que não lhe tenha como "estepe", como "quebra-galho", mas sim como alguém de fundamental importância. Se você já se comportou mal assim, Deus tem um remédio para seu erro: arrependimento!
 
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça"(I Jo 1.9)

6) FICAR É A MODA ENTRE JOVENS E ADOLESCENTES

         Pode estar na moda, mas está errado. Aliás, este mundo está debaixo da orientação do Diabo, e nada tem de Jesus. Nós, os cristãos, não são mais deste mundo, por isso devemos sempre pedir ao Senhor para nos livrar do mal. Resta saber de que lado você está. Se você é um cristão nominal, que não se converteu, então a moda é sua.
         Mas, se você tem ao Senhor Jesus Cristo como seu Senhor e Mestre, então o pecado não pode exercer domínio sobre você, e a moda não o obrigará a agir como todos agem. Sabe o que muita moda é? Um disfarce do inimigo, de sua influência sobre o povo do mundo. Já percebeu que as modas geralmente trazem um ideal errado? Primeiro de abril trás a mentira. Verão forte trás top less e naturalismo (nudismo).
         Carnaval trás rebelião contra autoridades, homossexualismo, drogas, adultério, etc. Já ouviu falar de uma moda que trouxesse arrependimento, paz entre os povos, alimento aos famintos, distribuição de renda, perdão aos magoados? Claro que não. Portanto, fuja da moda! Seja esperto, seja jovem, seja atual, mas somente no que concerne à linguagem e socialização gerais; nunca às práticas nocivas.
 
"...Não sabeis que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus.. (Tiago 4.4);
"Não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele."(I Jo 2.15).
        Deus tem outra moda. A moda dele é melhor. Se ligue em Seus caminhos.

CONCLUSÃO

         Ficar é Fria. Ficar é coisa passageira. Busque a orientação de Deus em suas relações. Que sejam retas, adequadas, puras e duradouras.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Estudo Bíblico A inveja é Podridão dos Ossos


                                                                Provérbios 14.30 

O que é inveja? É possível que esse sentimento maléfico seja usado para o bem? Responder essas perguntas é um desafio e tanto, se alcançado terá se cumprido mérito “invejável”! Ôpa, olha a inveja ai! É que às vezes falamos dela de forma tão natural que de vilã, ela passa a ser boa moça. Mas de boa, ela não tem nada.

Inveja é igual veneno: mata, despedaça, corrói a alma do invejado e do invejoso. Esse terrível pecado acontece por vezes de forma tão sútil que nem costumamos comentá-lo nos diários de delitos. Ministérios entram em guerra por causa da inveja, homens, mulheres e até crianças são vitimados por esse mal que tão de perto nos ronda.

Por inveja entregaram Jesus para ser crucificado Mt 27:18

Movidos por inveja os fariseus perseguiram e tramaram a morte de Jesus. Eles não se conformavam com a perda de status provocada pelo Nazareno. Desde Seu surgimento os habitantes de Israel olhavam “atravessado” para os lideres religiosos tão bem vestidos e requisitados. A verdade é que Jesus havia se tornado muito mais importante que eles e aquilo era demais! Como um filho de carpinteiro que sequer estudara as Escrituras, havia chegando tão longe?

Jesus desmentia todo discurso “engessado” dos religiosos da época. Fariseu, havia se tornado sinônimo de hipócrita. O orgulho dos honoráveis mestres das sinagogas havia recebido golpe mortal. Inchados de inveja, sequer conseguiam dormir tranquilamente: Inveja. Era isso que o inimigo havia plantado no coração dos opositores de Jesus.

Porque onde há inveja e espírito faccioso aí há perturbação e toda a obra perversa. Tiago 3:16

Por mais normal que possa parecer, sentir inveja é pecado: destrói, mata. Se alguém se sente movido por inveja, esse “motorzinho” precisa ser convertido em moinho acionado pelo vento do Espírito Santo. A inveja faz com que anões, pareçam gigantes. Faz com que homens e mulheres capacitados se entreguem a inércia. Inveja promove contendas, excita o ódio e exalta o furor.

Inveja cobiça e ao cobiçar provoca insatisfação, murmúrio, não agrada a Deus. Esse mal está presente no homem desde sempre e foi a causa do primeiro homicídio na Bíblia: Caim matou Abel por inveja. Ele não se conformou que a oferta do irmão fosse melhor e mais agradável a Deus que a sua. A priori, o coração de Abel era mal e a inveja morava nele (Gn 4:8). Não deixe a inveja morar em seu coração, expulse-a.

“ Não cobiçaras nada do teu próximo” Ex 20: 17

inveja faz com que desejemos ter o que não temos, sem fazer o que os outros fizeram para conseguir. Os fariseus queriam o status de Jesus, mas estavam distantes do amor a Deus e ao próximo. Se admiramos alguém – é diferente de invejarmos- procuremos seguir seu exemplo. Foi isso que Jesus transmitiu aos seus discípulos: “Se alguém quer vir após mim, tome sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23) . Querem ser meus discípulos? Então façam o que eu lhes digo e o que eu faço.

Não é difícil constatar o declínio sofrido pela Igreja nos últimos séculos, um dos fortes motivos para essa queda no padrão de vida cristão é: Não fazer o que Jesus diz, nem o que Ele faz. Pelo contrário: A Igreja inveja o mundo e dá as mãos a um estilo de vida oposto ao cristianismo. O marketing das grandes empresas, invadiu literalmente as instituições eclesiásticas, por que? Eu diria que há inveja nisso tudo.

A Inveja e o olhar

Deixe-me contar-lhe algo. A palavra inveja tem sua raiz ligada ao “olhar”:inveja que provém do latim invidia, formada do radical ved, que encontramos em vedére = ver. Uma menção literária a inveja, pode ser encontrada na obra O Canto XII do Purgatório, de Dante Alighieri: "os invejosos são punidos com uma "orrible” costura ; um fio de arame unirá suas pálpebras." Sentença cruel essa imposta por Dante, mas a ilustração transmite bem o comportamento ( ou mal comportamento) da inveja: ela tem origem no olhar.

Inveja é concupiscência dos olhos que almeja mais do que deveria, é ganância descontrolada por possuir o que pertence a outro e como se não bastasse: inveja deseja que o outro perca o que tem. E você pergunta: Então os cegos não invejam, eles não têm como olhar?! Nossa alma tem olhos, tudo passa pelos nossos sentidos.

O que vemos “engorda” nossa alma e o que não vemos também. No espírito de um homem está sua vida, os cegos enxergam o que querem enxergar. Assim também somos nós, mesmo com olhos sãos, selecionamos o que nos convém e o que não nos convém “deletamos” dos sentidos, esquecemos ou pelo menos, nos esforçamos para esquecer.

“ Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” I Jo 2:16

Inveja, caminho dos maus

Por que Jesus sendo tão bom conquistou tantos inimigos? Resposta óbvia: Porque Ele (foi) e É bom. A inveja conspira contra os bons, mas para isso, primeiramente conquista os maus. Satanás manipulou legiões de homens soberbos que só pensavam em si mesmos. Fariseus e seus adeptos estavam sempre próximos de Jesus, observando seus passos, mas a medida que assim agiam, enchiam o coração de inveja . Os olhos são a janela da alma:

“ A candeia do corpo são os olhos, de sorte que se os teus olhos forem bons todo o teu corpo terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas” Mt 6: 22-23.

Imaginemos duas pessoas olhando para Jesus: Judas e João. Quem você chamaria de invejoso? Judas, claro. Foi ele quem se aliou aos fariseus para capturar Jesus. Lição: Bons e maus podem até olhar na mesma direção a visão porém não será a mesma. João olhava para Jesus e via Nele Seu Mestre, Sua vida. Judas olhava para Jesus e via uma ameaça, uma fonte de ganhar dinheiro, de explorar pobres e oprimidos. O mal está no interior do homem. Os olhos dos maus executam maldade e os dos bons transformação, cura.

“ O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é podridão dos ossos” Pv 14:30

Elimine a Inveja

Alimentar inveja é o mesmo que “criar cobra para lhe devorar”: O coração envenena , corpo e alma desfalecem. Inveja é de certa ( ou de errada) forma, confissão dos incapazes. Sente inveja quem se diminuí a ponto de pensar que tudo e todos são melhores, mais felizes, mais inteligentes e por ai vai (ou não vai). Foi por inveja que os irmãos de José o lançaram em uma cova: “ E os patriarcas, movidos de inveja, venderam a José para o Egito, mas Deus era com ele” At 7:9.

inveja não se contenta em cobiçar o que é do outro, ela quer ver o outro no fracasso. José sofreu um monte de injustiça, mas venceu e de maneira extraordinária deu a volta por cima, vindo a ser chefe de seus irmãos. Não perca tempo invejando, esse sentimento causará ações devastadoras em você. E mais, quem é do bem será sempre abençoado. Deus sempre, sempre erguerá escudo em defesa dos humildes e de bom coração. Se você sente inveja de algo ou de alguém: ore por cura, ocupe a mente em algo que te faça crescer. Inveja é atraso e isso não cabe na vida do cristão.

Deus o abençoe.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Estudo Bíblico Palavras Sem Conhecimento


O livro de Jó pode ser visto como o primeiro livro de filosofia da história humana. Jó foi um homem temente a Deus, citado pelo próprio Senhor como exemplo de fidelidade e justiça.

Mas esse homem sofreu terrivelmente. Perdeu posses, família e saúde, sem entender o motivo do sofrimento. 35 dos 42 capítulos do livro são dedicados aos debates filosóficos entre Jó e alguns amigos. Sem nenhuma palavra de explicação da parte de Deus, esses homens procuram compreender o que passava na vida de Jó. Embora algumas perguntas levantadas e comentários feitos demonstrassem seu entendimento correto de um ponto ou outro, os discursos desses homens, no geral, mostram as dificuldades de pessoas apalpando no escuro sem achar saídas. 

Por muito tempo, Deus ficou quieto e deixou Jó e seus amigos procurarem respostas entre si. Mas quando ele falou, a voz divina desceu como um trovão de repreensão. Ele disse a Jó: “Quem é este que escurece os meus desígnios com palavras sem conhecimento?” (Jó 38:2). Nos últimos capítulos do livro, Deus mostrou que o homem não tem condições de compreender nem questionar a sabedoria do seu Criador, e fortemente repreendeu os amigos de Jó por suas filosofias absurdas.

Aprendemos a lição? Observando a história humana desde então, podemos concluir que os homens, no geral, têm acatado e aplicado a mensagem de Jó? Quem dera!

Ao longo da história, os seres humanos têm inventado religiões baseadas em seus próprios pensamentos e introspecções, confiando nas ideias que vêm de dentro e negando qualquer noção de verdade revelada pelo Criador. Governantes se acham capazes de determinar padrões de moralidade e ética conforme as filosofias da época ou conforme a preferência da maioria ou dos partidos no poder. Até igrejas que dizem acreditar em Deus e na Bíblia frequentemente rejeitam suas palavras para criar suas próprias doutrinas e tradições.

Deus alerta sobre o perigo de tentar compreender o mundo e a vida na base de experiências e pensamentos humanos. Consideremos alguns avisos, começando no Antigo Testamento:

“Há caminho que parece direito ao homem, mas afinal são caminhos de morte” (Provérbios 16:25).

“Buscai o SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo, os seus pensamentos; converta-se ao SENHOR, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos” (Isaías 55:6-9).

“Eu sei, ó SENHOR, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos” (Jeremias 10:23).

E quando chegamos ao Novo Testamento, percebemos a mesma dificuldade do homem. Deus apresenta um contraste nítido entre a busca da sabedoria humana e a necessidade da misericórdia divina, pois o homem que continua tentando achar seu próprio caminho, apalpando no escuro, não reconhece sua principal necessidade. Paulo escreveu estas palavras aos gregos, um povo orgulhoso da sua tradição filosófica: “Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo? Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que creem pela loucura da pregação.... pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus. Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (1 Coríntios 1:18-25). 

Podemos continuar apalpando no escuro, ou podemos aceitar a luz revelada nas Escrituras.

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Estudo Bíblico As Bases do Casamento Cristão



                                   Texto Áureo: Ef. 5.25 – Leitura Bíblica: Ef. 5.22—28. 31.33

INTRODUÇÃO

Conforme temos estudado ao longo das primeiras lições, o casamento cristão está fundamentado na Bíblia, a Palavra de Deus. Na aula de hoje trataremos, especificamente, a respeito das bases que sustentam o casamento. A primeira delas é a graça, o favor imerecido, a disposição de aceitar o outro, com suas diferenças e particularidades. E não com menor importância, o amor que se sacrifica, que não busca apenas os interesses individuais.

1. O CASAMENTO CRISTÃO

Existe muito idealismo em relação ao casamento, até mesmo entre os cristãos, na maioria das vezes isso se concretiza em um romantismo exacerbado, que, ao invés de ajudar, atrapalha a relação conjugal. O casamento cristão é a união de duas pessoas, um homem e uma mulher, que não são perfeitas, por isso, precisam administrar cada situação, principalmente as mais adversas. Não podemos esquecer que existe uma propensão à carnalidade no ser humano, tanto no homem quanto na mulher (Gl. 5.17), por isso, ambos carecem de arrependimento, e sobretudo, das orientações do Senhor Jesus (Lc. 5.31,32). O casamento cristão, que está pautado em Cristo, busca, na Bíblia, e não nos padrões midiáticos, seu alicerce de sustentação (Jo. 14.6). Em Ef. 5, Paulo destaca que Cristo é a referência, não a sociedade, para as atitudes no casamento. As esposas devem submeter-se ao marido, “como ao Senhor” (v. 22). Os maridos, por sua vez, devem amar a esposa “como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela” (v. 25). Os maridos devem cuidar de sua esposa “como também Cristo o faz com a igreja” (v. 29). Em todas as circunstâncias, devemos considerar que se trata de um mistério, que está diretamente relacionado a Cristo e à igreja (v. 32). É um equívoco da nossa sociedade tentar fundamentar o casamento no sexo e no romantismo. Mesmo na igreja muitos cristãos foram contagiados por essa tendência. Evidentemente o sexo é necessário, e importante dentro do matrimonio (Hb. 13.4), mas não é uma base para o casamento. As pessoas envelhecem, a beleza física se esvai, o fervor sexual arrefece. O romantismo não deve ser desconsiderado, as palavras afáveis contribuem para o crescimento conjugal, mas nem só de romantismo vive o casamento. As pessoas podem perder o bom humor de vez em quando, principalmente nos momentos difíceis, quando filhos adoecem, e as contas chegam à caixa do correio. O casamento cristão é composto por um casal de pessoas pecadoras, uns mais ou menos espirituais, que são desafiados a permanecerem juntas, até que a morte as separe (I Tm. 1.15, 16).

2. SEM GRAÇA, É UMA DESGRAÇA

Diante das adversidades, o casamento precisa de graça, caso contrário, permitam-me o trocadilho, se transformará em uma desgraça. Quanto mais espirituais forem os cônjuges, maior será a propensão de andarem no Espírito, de não satisfazerem as concupiscências da carne (Gl. 5.17). Um casamento centrado apenas no eu, nos interesses individuais de apenas um dos cônjuges, resulta em sofrimento para o outro. Há uma tendência, alimentada pela mídia, de fazer com que as pessoas passem a vida inteira procurando uma alma gêmea. Por causa disso, muitos casamentos se desfazem, pessoas passam a vida inteira na busca pelo príncipe encantado. Essas pessoas que querem encontrar uma alma gêmea põem o foco demasiado em seus desejos, entram nas relações querendo sempre autossatisfação, que resulta em frustração (Tg. 4.1-3). Essa é uma tendência da natureza caída, que fará de tudo para minar o casamento, já que tem o egocentrismo como base. Se essa lei do pecado não for controlado pelo Espírito, a vida conjugal poderá ser arruinada (Rm. 7.21-23). Ao invés de sempre querer julgar o outro, o cristão deve antes olhar para si mesmo (Mt. 7.4,5). Muitos maridos e esposas encontram facilmente defeitos nos seus cônjuges, mas têm dificuldade de fazer o mesmo quando olham para eles mesmos. É bom lembrar que não conhecemos os outros, nem mesmo a nós mesmos em completude, apenas em parte (I Co. 13.12). Por isso, ao invés de julgar o outro, precisamos aprender antes a nos avaliar, isso porque se julgássemos a nós mesmos não seríamos julgados, mas quando somos julgados pelo Senhor, é para não sermos condenados com o mundo (I Co. 11.32). Quando abordado pelo Senhor, Adão quis, imediatamente, colocar a culpa sobre a sua esposa, fugiu da sua responsabilidade pela desobediência (Gn. 3.12). Davi precisou de um Natã para reconhecer o seu pecado e se voltar para o Senhor (II Sm. 12.13). Portanto, o casamento cristão deve basear-se na graça – charis em grego – que é um favor imerecido. Fomos alcançados pela graça e misericórdia de Deus, por isso devemos agir de igual modo em relação ao nosso cônjuge (Lc. 6.36; Tt. 2.11-14). Jesus compadeceu-se das nossas fraquezas, por isso devemos fazer o mesmo (Hb. 4.15), e lembrar que a misericórdia poderá triunfar sobre o julgamento (Tg. 2.13). Para o bem do casamento, todo cristão deve fortificar-se na graça que está em Cristo Jesus (II Tm. 2.1).

3. NÃO SÓ COM PALAVRAS, MAS COM AMOR SACRIFICIAL

A supervalorização do sexo na sociedade contemporânea tem causado muitos males ao casamento. O sexo foi criado por Deus, não apenas para reprodução, mas também para o prazer. O problema é que ele tem sido usado indiscriminadamente, e às vezes, confundido com amor. A expressão “fazer amor” tornou-se sinônima de fazer sexo, ainda que fora dos padrões bíblicos. Deus criou o sexo para a realização dos casais, e este é por ele estimulado (I Co. 7.1-5), mas ninguém deve basear o casamento exclusivamente no sexo. A palavra-chave do casamento, e o seu principal fundamento, é o amor. Isso não diz respeito a qualquer tipo de amor, mas ao agape – o amor sacrificial. Um casamento somente alcançará maturidade quando os cônjuges dependerem menos do eros – o sexo, e mais do agape – o amor desinteressado. É o amor agape que supera as incompatibilidades, pois, definitivamente, o casamento é uma composição de pessoas incompatíveis, ainda que essas possam ser atenuadas se os jovens forem sábios antes da decisão de dizer “sim” (Gn. 24). As imperfeições ficam evidentes antes mesmo da celebração do casamento. Aqueles que dizem “sim” devem estar cientes que precisam fazer concessões. E para ser mais realista, dificilmente as mudanças acontecerão de forma significativa depois do casamento. Por isso, como se costuma dizer aos jovens, “abram bem os olhos antes do casamento, mas feche-os um pouco depois de casados”. Isso porque o casamento é um pacto de sujeição, de disposição para viver não para si mesmo, mas para o outro (Ef. 5.22-25). Jesus é o maior exemplo, tendo em vista que não agradou a Si mesmo (Rm. 15.2,3). O casamento é plano de Deus, e um glorioso ministério, mas o alvo central não é a busca da felicidade. A meta do casamento não é a felicidade, ainda que essa, de uma maneira misteriosa, possa ser encontrada, mesmo na adversidade. O casamento é um ambiente de amor, no qual atitudes de paciência, benignidade, sacrifício, entrega e perdão são manifestas, elementos do fruto do Espírito (Gl. 5.21,22; I Co. 13.4,5). Dizer que se ama não é difícil, e mostrar interesses pelos outros para “fazer amor” também, mas a base cristã para o casamento é o amor-agape, que não se revela apenas em palavras, mas, sobretudo, em obras e em verdade (I Jo. 3.18).

CONCLUSÃO

O casamento cristão é um mistério, tão sublime como a relação entre Cristo e a Igreja, cujo fundamento é a graça e o amor. Como cristãos, não podemos nos deixar influenciar pelos valores que tentam sustentar o casamento, tais como o individualismo romântico e a sexualidade descompromissada. Um casamento genuinamente cristão aceita o cônjuge com as suas diferenças, e está disposto a sacrificar-se pelo outro, assim como Cristo amou e se entregou a Sua Igreja.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

A Face Desconhecida de Jesus



“Por aquele tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus, e disse a seus servos: Este é João Batista; ressurgiu dos mortos, e por isso nele operam estes poderes miraculosos” (Mt.14:1).

Depois de haver ordenado que João fosse degolado, Herodes passou a ser assombrado pela culpa. Depois de passado o efeito da bebida, ele se deu conta de que havia sido manipulado. Agora, ouvindo sobre os milagres que Jesus fazia, julgou que João havia voltado dos mortos para assombrá-lo.

Por que razão Herodes confundiu Jesus com João? Será por serem primos? Não! O fato é que Jesus, ao receber a notícia da morte de seu primo, foi para o deserto, lugar onde João desenvolvera seu ministério, e ali, realizou milagres, e alimentou uma multidão com cinco pães e dois peixinhos.

O cenário em que Jesus fizera tal milagre era o mesmo em que João conclamara seu povo ao arrependimento. Mesmo afastado da sociedade, frequentando lugares inóspitos como o deserto, a mensagem de João ecoou nos palácios e nas avenidas dos grandes centros urbanos da época.

O excêntrico profeta, que se alimentava de mel e gafanhotos, e se vestia como um eremita, tornou-se uma ameaça ao status quo. Principalmente, quando passou a denunciar os erros praticados pelas autoridades. Nem o rei fora poupado, pois tomara por esposa Herodias, a mulher de seu próprio irmão.

Alguém teria que calá-lo a qualquer custo. Porém, Herodes deparava-se com outro problema: a grande popularidade de João. Mandar matá-lo poderia provocar uma reação inusitada na população. Portanto, executar o profeta seria um suicídio político.

A alternativa foi tirá-lo de circulação por algum tempo, até que sua popularidade caísse. E para isso, Herodes ordenou sua prisão. Aparentemente, o problema estava resolvido. Mas havia alguém que ainda não estava satisfeito: Herodias. Para ela, o problema não era apenas político, mas pessoal. Sua honra precisava ser lavada.

“Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante de todos e agradou tanto a Herodes, que este prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse. Então ela, instruída por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João Batista” (6-8).

Era agora ou nunca!
Herodes caiu como um pato! Encantado pela sensualidade de sua enteada, o rei prometeu lhe dar qualquer coisa. Em outra passagem correlata, diz-se que Herodes ofereceu até metade do seu reino, caso ela quisesse. Havia algo mais valioso do que a metade do seu reino: A cabeça daquele anunciava a chegada do reino de Deus. O próprio Jesus dissera que dentre os nascidos de mulher, ninguém era maior do que João. Mesmo triste em ter que tomar uma decisão que lhe custaria a popularidade, Herodes, o rei fantoche, “mandou degolar a João no cárcere. A cabeça foi trazida num prato e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe. Então chegaram os seus discípulos, levaram o corpo e o sepultaram. Depois foram anunciá-lo a Jesus” (10-12).

Qual seria a reação de Jesus? Uma explosão de raiva? Não! Amaldiçoaria Herodes? Nem pensar. Em vez disso, Jesus retirou-se para o lugar onde tivera Seu primeiro encontro com João, depois de adulto. Naquele momento de dor,Jesus preferiu o silêncio e a solidão. Era a hora de revelar Sua outra face. E sabe qual foi a resposta de Jesus a Herodes?

O texto diz que quando o povo soube onde estava Jesus, “seguiu-o a pé desde as cidades.” Jesus poderia ter dito: Deixem-me em paz! Respeitem o meu luto! Em vez disso, quando viu a multidão, “possuído de grande compaixão para com ela, curou os seus enfermos” (v.14). Eis a resposta que Jesus deu a Herodes. No mesmo cenário onde João desenvolvera seu ministério, Jesus agora fazia obras ainda maiores. Herodes até poderia calar a voz de um profeta, mas não poderia impedir a expansão do Reino de Deus. Mas não pára aqui.

Como Rei, Cristo demonstrou possuir um perfil completamente diferente de Herodes e dos demais reis deste mundo. Herodes estava preocupado era com sua popularidade. Jesus se preocupava com o bem-estar dos que O seguiam. São motivações completamente opostas. Herodes era movido pelo amor-próprio.Jesus era movido por compaixão.

Veja o que diz o texto:
“Chegada a tarde, os seus discípulos aproximaram-se dele, dizendo: O lugar é deserto, e a hora é já avançada. Despede a multidão, para que vão pelas aldeias, e comprem comida para si” (15).

Quem ousaria dizer o que Jesus deveria ou não fazer?
Jesus não era marionete nas mãos de ninguém, nem mesmo dos Seus discípulos. O Jesus que tem sido difundido em nossos dias não passa de uma caricatura, uma espécie de Cristo Genérico, que vive em função dos caprichos dos seus seguidores. E muitos crentes acham que podem até “seduzi-lo” com suas danças e performances. Se agradá-lo suficientemente, a ponto de deixá-Lo ‘fora de si’, pode-se pedir o que quiser, que Ele atende imediatamente.

Quanta tolice.
Mas a culpa não é deles. Como a culpa não era da enteada de Herodes. Ela foi apenas massa de manobra nas mãos de sua mãe. A culpa é dos líderes, que se acham detentores do monopólio do reino dos céus. Mais duro juízo virá sobre eles. São guia de cegos! E por causa deles, muitos profetas genuínos têm sido calados em nossos dias.

Anos atrás, tínhamos um programa de rádio no Rio de Janeiro, que estava alcançando uma grande audiência. O dono de umas dessas indústrias religiosas, mandou chamar o dono da emissora em sua catedral em SP para uma reunião. Lá ofereceu-lhe uma maleta com trezentos mil dólares para que fôssemos tirados do ar. O dono da rádio, nosso amigo há muitos anos, perguntou a razão que o levara a fazer tal proposta. Sabe o que ele ouviu do tal líder?

- Neste ramo de negócios só há duas maneiras de se manter. Primeiro é fazendo-se ouvir, e segundo é fazendo calar a concorrência.

Este mesmo líder tinha um programa nesta emissora que era precedido por uma programação espírita afro-brasileira. O dono da rádio ofereceu-lhe aquele horário, dizendo que os espíritas não conseguiriam pagar por causa do aumento no preço. Sabe o que ele fez? Ofereceu pagar pela manutenção da programação espírita, para que seu programa não perdesse aquela audiência. Por vários anos, o programa de macumba foi mantido pelas ofertas e fogueiras santas daquela ‘igreja’.

Tenho pena das filhas de Herodias! Elas dançam conforme a música. Mas não tenho pena de Herodes, nem tampouco de Herodias. Em vez disso, glorio-me na valentia dos profetas cuja cabeça acaba num prato, por não negociarem com a verdade.

Os discípulos de Jesus acharam que poderiam ditar o que Jesus deveria fazer naquele instante. Foi, de fato, um momento decisivo em Seu ministério. Se Jesus cedesse, Ele Se tornaria mais uma marionete nas mãos dos Seus seguidores. Em vez de despedir da multidão, Jesus lhes disse: “Não é preciso que se retirem. Dai-lhes vós de comer” (16).

E há quem se atreva a querer colocar Deus contra a parede!

Se Ele é Deus, Ele é quem dá as ordens.

Ele não é rei de enfeite. Nem fantoche de ninguém.

Quando nos sentamos no banco carona de um carro, vemos a face direita de quem o conduz. Esta é a face da autoridade. Mas se a pessoa que conduz o veículo trocar de lugar com a que está no carona, em vez da face direita, sua face esquerda é que será vista. Nos acostumamos tanto com a face esquerda de Cristo, isto é, com o Cristo que Se entrega, que Se faz servo, que acabamos estranhando, quando O vemos de outro ângulo, em Sua majestade e poder.

De fato, Cristo Se fez servo. Revelou-nos a Sua face de compaixão e amor. Mas isso não nos dá o direito de achar que Ele viva em função de nossos caprichos, e que nossos pedidos lhe soem como uma ordem.

O mesmo Cristo que esvaziou-Se, deixou Sua glória para caminhar por nossas ruas empoeiradas, agora está assentado em Seu trono de glória. O mesmo Cristo que nasceu numa manjedoura, foi também o parteiro das estrelas. As mãos que foram fixadas pelos cravos no madeiro, são as que sustentam as galáxias, e mantém presos os planetas em suas órbitas.

Não podemos nutrir uma visão míope de Cristo. Ele é 100% Homem, mas também é 100% Deus.

Quando os discípulos disseram que só tinham cinco pães e dois peixinhos que um menino oferecera, Jesus disse: “Trazei-mos.”

Não sei o que Herodes fez com o prato contendo a cabeça de João. Mas sei o que Jesus fez com aquele punhado de pães e peixes. Quem vai querer levar uma cabeça humana pra casa? Que serventia teria?

A resposta de Jesus àquele prato infame foram os doze cestos cheios de pães e peixes que sobraram depois que alimentara a multidão. Imagino o que os convidados de Herodes devem ter sentido quando viram aquela cena repugnante. Talvez tenham até vomitado sobre a mesa. Porém, a multidão alimentada por Jesus saiu satisfeita, arrotando peixe e palitando os dentes.

Dois reis. A qual deles servimos?

O rei fantoche ou Rei dos reis?

Duas igrejas, a que entretém o rei e seus convidados, e a que busca agradar ao rei, alimentando os famintos de justiça. Não quero estar num palácio onde se perde a cabeça. Prefiro estar no deserto, onde multidões são alimentadas.

Aquele menino que oferece seu lanche a Jesus é a antítese da enteada de Herodes. A propósito, Deus não tem enteados. A menina pede... o menino oferece o que tem. Ela quer ser atendida, ele quer servir.

O resultado do evangelho que tem sido pregado em nossos dias, é o surgimento de uma igreja pirracenta, mimada, que não reconhece a outra face do Seu Rei.

Quem pode tomar a Santa Ceia?

  De acordo com a Bíblia, se você é salvo, você pode tomar a Santa Ceia.   Cada um deve examinar a si mesmo antes de participar da Santa Cei...