sexta-feira, 27 de julho de 2012

LIÇÃO 05 - AS AFLIÇÕES DA VIUVEZ






TEXTO ÁUREO: “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas" ( I Timóteo 5.3).
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE: Lucas 2.35-38; Tiago 1.27

Publicado em 26 de Julho de 2012 as 09:39:37 AM 



INTRODUÇÃO


Dentre os temas sociais abordados na Bíblia, certamente os mais comentados estão relacionados com a orfandade e a viuvez, pois nos tempos bíblicos quando uma mulher se tornava viúva, além de sofrer a perda da companhia física e afetiva do seu cônjuge, ela também declinava vertiginosamente do ponto de vista social, passando à pobreza extrema. Por isso, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, Deus estabeleceu normas para o amparo dessas pessoas.

I - A VIUVEZ NO ANTIGO TESTAMENTO

Já havia uma atenção específica dedicada à viuvez no Antigo Testamento. Deus advertiu de forma contundente o povo de Israel para que não desprezassem tais pessoas. O texto de Ex 22.22-24 declara o profundo zelo do Senhor para com os órfãos e viúvas que, se fossem afligidos e clamassem, certamente seriam ouvidos e a ira de Deus se acenderia contra os opressores.
No texto de Dt 14.28,29 vemos o Senhor estabelecendo uma forma específica de arrecadação para os menos favorecidos, dentre eles, as viúvas. Interessante que se Israel não negligenciasse esse mandamento, o Senhor abençoaria o seu povo em todas as obras de suas mãos (Dt 14.29).
No caso de uma mulher, a viuvez seria extremamente penosa, principalmente se ela não tivesse filhos. Nesses casos, ela retornaria à casa de seus pais e ficaria sujeita a lei do levirato, segundo a qual um parente próximo do falecido a desposaria para lhe dar um filho (Dt 25.5-9).
Há vários exemplos de viuvez no Antigo Testamento e podemos observar as características de cada um:

1.1 A viuvez de Abraão. O grande patriarca perdeu a sua querida esposa Sara quando esta completou 127 anos de idade. Ela foi profundamente lamentada pelo nosso pai na fé (Gn 23.1,2), que adquiriu um valioso território para ali sepultá-la (Gn 23.16-18).

1.2 A viuvez de Ló. Essa foi uma trágica forma de perder o cônjuge. Certamente a mulher de Ló estava conformada com o estilo de vida mundano e pecaminoso de Sodoma, e se sentiu triste por ter que deixar aquela cidade, por isso olhou para trás e morreu tragicamente (Gn 19.26). Jesus fez menção dela como figura daqueles que não estarão preparados por ocasião da sua vinda (Lc
17.32-37). Lembremos que a viuvez precoce do patriarca deu ocasião ao terrível pecado de incesto, que deu ocasião aos terríveis inimigos do povo de Israel (Gn 19.31-37).

1.3 A viuvez de Rute e Noemi. Esse é um dos relatos mais tristes da Bíblia em termos de perdas familiares. Noemi e suas duas noras ficaram viúvas em um pequeno espaço de tempo nos campos de Moabe. Rute e Noemi regressaram vazias à terra de Judá. O Senhor, porém, demonstrou com o passar do tempo não estar alheio às aflições dessas duas mulheres e provou ser o seu amparo. Rute, mesmo sendo gentia, contraiu novas núpcias com o judeu Boaz e o fruto dessa nova relação passou a ser contado na linhagem messiânica, sem contar que sua sogra Noemi também foi beneficiada por tal relação (Rt 1-4);

1.4 A viuvez de Abigail. No caso dessa mulher, a viuvez acabou lhe trazendo um certo alívio, pois o seu marido Nabal era um homem ímpio, vil, avarento, egoísta e beberrão. Diante de tantos pecados, o próprio Senhor o feriu e ele acabou sem vida (I Sm 25.18-38). Vale salientar, porém, que em momento algum Abigail pediu a morte do seu marido, feri-lo de morte foi uma decisão divina. Convém clamar pela libertação e salvação do cônjuge, e não pela sua morte;

1.5 A viúva de Sarepta. Observamos que esta viúva era uma mulher piedosa, temente a Deus e humilde. Ela foi submissa ao homem de Deus mesmo atravessando a pior das crises. O resultado disso foi que o Senhor não a desamparou e encheu sua casa de provisões (I Rs 17.9-16). A fé de tal viúva era tão grande que Deus ressuscitou o seu filho, um dos únicos casos de ressurreição em todo o Antigo Testamento (I Rs 17.17-24).

II - A VIUVEZ NO NOVO TESTAMENTO

Já nas páginas do Novo Testamento, Jesus condenou de forma contundente os escribas e fariseus, que desrespeitavam as viúvas e as exploravam financeiramente (Mt 23.14; Lc 20.47). Isso demonstra o zelo e o cuidado que ele tinha por esta classe tão sofrida. A Bíblia nos mostra que devemos honrar as verdadeiras viúvas (I Tm 5.3).
É importante também lembrar que o diaconato foi estabelecido, dentre outras coisas, por causa do desprezo que vinha sendo dispensado para com as viúvas dos gregos (At 6.1). O cuidado com essas mulheres aparece na definição do que vem a ser a verdadeira religião (Tg 1.27). Alguns exemplos de viuvez são mencionados no Novo Testamento:

2.1 A profetisa Ana (Lc 2.26-38). Tratava-se de uma mulher piedosa que nunca se afastava do templo, servindo a Deus em jejuns e orações de noite e de dia.

2.2 A viúva de Naim (Lc 7.11-17). Após perder o seu marido, esta pobre mulher também perdeu o seu único filho. A sua bem-aventurança foi ter se encontrado com Jesus, que não deixa desamparadas as viúvas. A Bíblia diz que ele olhou para ela e se moveu de íntima compaixão. Ele, então, consolou-a com as palavras: “Não chores”(Lc 7.13), mas principalmente com a operação de um grande milagre, pois disse ao defunto: “Jovem, eu te digo: Levanta-te”. (Lc 7.14);

2.3 A viúva pobre (Lc 21.1-4). Temos aqui um verdadeiro exemplo de fé, devoção e desprendimento das coisas materiais. Ela estava oferecendo o melhor ao Deus que podia ampará-la em meio às aflições da viuvez;

III - CRITÉRIOS PARA SE AJUDAR AS VIÚVAS

Dentre alguns textos no Novo Testamento que tratam da questão da viuvez, a primeira carta de Paulo à Timóteo estabelece alguns pré-requisitos para que se possa amparar as viúvas: “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas” (I Tm 5.3). É bom lembrar que naquela época não havia pensão alimentícia e nem outras políticas de amparo social como hoje se vê. Logo, a assistência que a igreja presta nos dias atuais é muito mais espiritual do que financeira, à exceção de alguns casos. Vejamos quem são as verdadeiras viúvas:

3.1 Aquelas que não têm quem as ampare. A Bíblia recomenda que se dê o apoio necessário àquelas que perdem o marido e não têm nenhum parente para ajudá-las. O texto é muito claro: “Mas, se alguma viúva tiver filhos ou netos, aprendam primeiro a exercer piedade para com a sua própria família e a recompensar seus pais; porque isto é bom e agradável a Deus” (I Tm 5.4);
3.2 Aquelas que não são relaxadas, preguiçosas e tagarelas. O apóstolo Paulo é enfático na sua recomendação à Timóteo quando fala de alguns tipos de viúvas: “E, além disto, aprendem também a andar ociosas de casa em casa; e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém” (I Tm 5.13). Tais mulheres demonstravam um total desinteresse pela obra do Senhor e uma vida de santidade. A igreja não poderia usar os o dinheiro dos santos irmãos para ajudar mulheres totalmente comprometidas com o mundo;

3.3 As que tivessem mais de sessenta anos de idade. Em I Tm 5.9 está escrito: “Nunca seja inscrita viúva com menos de sessenta anos, e só a que tenha sido mulher de um só marido”. A igreja não poderia sustentar mulheres que estavam mais preocupadas em conquistar um novo marido do que em se dedicar ao serviço de Deus. O apóstolo Paulo as chama no versículo 11 de “levianas”, e o termo grego usado no original significa “orgulhosas e cheias de luxúria”. Vale salientar que a Bíblia não condena que a pessoa viúva venha a contrair novas núpcias e recomeçar na vida ( I Co 7.8,9). O texto de I Tm 5.14 é claro: “Quero, portanto, que as viúvas mais novas se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência”.

3.4 Aquelas que têm bom testemunho. O texto de I Tm 5.10 nos mostra pelo menos cinco qualificativos que compõem o bom testemunho de uma verdadeira viúva, que é digna de ser amparada pela igreja.

CONCLUSÃO

O cristão que está enfrentando a viuvez deve fazê-lo consciente de que o Senhor não o desamparou.
Portanto, não deve entregar-se à inércia ou à melancolia, e sim, dedicar-se ao serviço divino onde encontrará consolo e graça, e poderá ser, mesmo em meio às aflições, um poderoso instrumento de Deus para abençoar a vida de muitos.



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