Superando os Traumas da Violência
Social
Texto Áureo: Gn. 6.11
- Leitura Bíblica: Gn. 6.5-12
INTRODUÇÃO
Um dos problemas
sociais mais sérios da sociedade, e que não é recente, é a violência. A Bíblia
fala de violência e orienta os cristãos a responderem a essa dura realidade. Na
aula de hoje, estudaremos a esse respeito, inicialmente, definiremos violência,
tanto da perspectiva sociológica quanto bíblica. Posteriormente, avaliaremos a
violência à luz da Bíblia, e final, mostraremos encaminhamentos espirituais
para a superação da violência.
1. DEFINIÇÃO DE VIOLÊNCIA
A violência, de
acordo com a perspectiva sociológica, é um comportamento que causa algum tipo
de dano físico ou moral às pessoas. O termo vem do latim vil, que tem a ver com
força, por conseguinte, a violência é sempre um ato de força extrema, uma
agressão de alguém que se coloca impositivamente sobre o outro. A violência se
concretiza de maneiras diversas, através de assassinatos, mortes, agressões,
sejam elas verbais ou físicas ou econômicas. Dentro da abordagem relativista, a
violência é relativa, isto porque não há absolutos. Sendo assim, um
comportamento considerado violento em uma sociedade pode não ser em outra. Na
Bíblia, a violência é um conceito que está relacionado ao pecado, que não é
relativo. Em hebraico, o termo é Hamas que diz respeito à impiedade do ser
humano contra outro e contra Deus (Gn. 6.11). No Antigo Testamento a violência
toma a forma através de assassinatos (Gn. 49.5) e da pressão psicológica (Sl.
35.11,12). A violência é resultado do pecado, já que os seres humanos perderam
o respeito pela vida e se distanciaram de Deus (Jr. 13.22; Ez. 7.11; Is. 59.6;
Jr. 6.7). No Novo Testamento, o substantivo grego bia significa violência e
força. Há uma passagem bíblica em At. 5.26 em que essa palavra aparece no
contexto da violência político-religiosa. É nesse contexto que Paulo foi vítima
de perseguição e violência por seguir a Cristo (At. 21.35). Existem poucas
referências bíblicas à violência no Novo Testamento, tendo em vista que a
mensagem de Cristo é de paz, não de agressão, ainda que Ele tenha sido vítima
da violência social.
2. A VIOLÊNCIA NA BÍBLIA
Na Bíblia, a
violência tem sua origem na Queda de Adão e Eva, quando esses decidiram trilhar
caminho próprio, ao invés de irem após a orientação divina (Gn. 3.4-24; 6.5).
Após a Queda, os filhos de Adão e Eva perderam o respeito pela vida, Caim, com
inveja do seu irmão Abel, o assassinou (Gn. 4.3,4). Lameque retrata a condição
atual humana decaída, pois, além de matar dois homens, ainda se vangloriou do
seu feito (Gn. 4.23). A expansão da violência foi tamanha na antiguidade que,
de acordo com o relato de Gn. 6, Deus precisou punir a humanidade, salvando
apenas a família de Noé (Gn. 6.7). O Antigo Testamento está repleto de
histórias de violência, o contexto das sociedades daquele tempo estava
respaldado na guerra. Mas Deus não incentiva à violência, nem mesmo em relação
“à vara” para a correção das crianças, criticada infundadamente, pois nada tem
a ver com espancamento (Pv. 29.15). A Bíblia não aprova a violência contra
crianças, cônjuges, idosos, ou de natureza sexual. Jesus se posicionou contra
todo tipo de violência (MT. 5.21-23; 7.1-5). A violência contra a mulher é
reprovada na instrução de que o homem deve amar sua esposa como Cristo amou a
Sua igreja (Cl. 3.19). A violência de pais contra filhos é censurada, já que
esses são orientados a não irritá-los (Cl. 3.21). Os patrões não devem
subverter os direitos dos seus empregados, pois isso é abuso, e também
violência (Cl. 4.1). Na perspectiva bíblica, a violência tem raízes profundas,
seus frutos são manifestos em palavras de ira e blasfêmias (Ef. 4.31,32), não
condizentes com aqueles que expressam a fé em Cristo.
3. SUPERANDO OS TRAUMAS DA VIOLÊNCIA
Existem casos
distintos de violência na sociedade, por isso, cada um deles deve ser tratado
em suas especificidades. Há situações em que os cuidados de um psicólogo podem
ser descartados, muito menos a orientação espiritual. A princípio, é preciso
compreender os estágios pelo qual passa aqueles que foram vítimas da violência.
O primeiro deles é o do impacto, caracterizado por choque, ansiedade e medo. O
segundo é o da negação, a vítima tenta voltar à vida normal, negando a realidade.
O terceiro é o processo, quando o sentimento da violência não pode mais ser
reprimido. O quarto e último é o da integração, quando a vítima percebe que não
é mais controlado pelo efeito da violência. Todos os dias pessoas são vitimas
da violência social, crianças são abusadas sexualmente, mulheres são
estupradas, outras agredidas pelos seus cônjuges e idosos são injuriados em
diversos contextos. Existem diversas maneiras de evitar a violência social. Uma
delas é a educação, os casos de violência costumam estar atrelados à falta de
formação. Não por acaso, os bolsões de violência se encontram em contextos em
que as pessoas foram privadas da ascensão educacional e econômica. As famílias
também precisam ser protegidas, cada vez mais crianças e adolescentes têm
acesso à violência, essa está se naturalizando. Os meios de comunicação em
massa, inclusive os jogos eletrônicos, favorecem a violência. O uso de drogas
está destruindo a juventude, o crack é uma substância que causa dependência
imediata. Os efeitos das drogas não são apenas no organismo dos dependentes,
mas na sociedade como um todo, causando um ciclo de destruição e criminalidade.
CONCLUSÃO
No contexto da
violência social, a cultura da não-violência, que é bíblica, deve ser
propagada, não apenas em palavras, mas também em atos (MT. 5.38,39; Rm. 12.19).
O perdão é o antídoto contra a violência, o agressor, principalmente aquele que
assim age por ter sido vítima da violência, é desconstruído diante do
comportamento misericordioso (MT. 5.38-48; Rm. 12.20,21). Todos aqueles que
foram vitimas da violência social devem lembrar que Jesus também o foi, e que
Ele reagiu com amor, repreendendo aqueles que cultivavam a violência (MT.
26.52).
FONTE: www.subsidioebd.blogspot.com
Paz irmao, Que benção. Ótimo assunto e tratado com muita sabedoria. Não pare. Esses textos irão abençoar muitas pessoas. Deus te guarde.
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