LIÇÃO 9ª
A angústia das
dívidas
26 de agosto de 2012
TEXTO ÁUREO
“Bem-aventurado
aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho
das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem”(Sl 128.1,2). – As bênçãos descritas
em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de adoração muitas vezes
ignorado: o temor do Senhor (v.1).
VERDADE PRÁTICA
Para ter uma vida
financeira equilibrada e bem-sucedida, o crente deve administrar seus recursos
com sabedoria, prudência e comedimento (Moderação,Prudência.).
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
1 Timóteo 6.7-12.
7 - Porque nada
trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
8 - Tendo, porém,
sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
9 - Mas os que querem
ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e
nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
10 - Porque o amor do
dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram
da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
11 - Mas tu, ó homem
de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
paciência, a mansidão.
12 - Milita a boa
milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado,
tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
Compreender quem é o dono do nosso
dinheiro.
Discutir a respeito dos efeitos
maléficos do consumismo e das dívidas.
Saber que é possível livrar-se das
dívidas com sabedoria e planejamento.
Palavra Chave
Dívida: (latim
debita, neutro plural de debitum, -i, dívida) s. f. 1. Coisa que se deve. 2.
Dinheiro devido. 3. [Figurado] Dever
(que se cumpre ou por cumprir). 4. Ofensa (de que se espera tirar desforra). 5.
Pecado. dívida ativa: a que nos é devida. dívida consolidada: a pública que
vence juros sem prazo para reembolso do capital. dívida flutuante: a pública
que tem vencimento determinado. dívida passiva: a que devemos. dívida pública:
a do Estado.[a] Nesta lição: Quantia que se tem de pagar.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Vivemos numa
sociedade extremamente consumista e não tem sido fácil lidar com o dinheiro,
principalmente quando ele vem em doses homeopáticas e as despesas são enormes.
Há uma grande pressão da sociedade consumista com um apelo visual que se dinamiza
diariamente para atrair a atenção dos compradores, gerando em nós necessidades
e até mesmo uma compulsão por coisas supérfluas e não essenciais. Uma verdade
estampada em nossa leitura bíblica em classe é a de que um desejo inquieto de
consumir sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual. “Mas tu, ó homem de
Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a
paciência, a mansidão”(v.11). No grego, o termo praotes significa uma
disposição que é equilibrada, tranquila, balanceada em espírito,
despretensiosa, que tem as paixões sob controle. O termo é melhor traduzido
como “serenidade”, não como uma indicação de fraqueza, mas de poder e força sob
controle. Não há termo melhor para descrever o homem ou a mulher crente, que
sabe como administrar suas finanças para não incorrer na “bancarrota” das
dívidas. Não é que o crente não possa contrair dívidas, aliás, não encontramos
nenhuma diretiva condenando o ato de contrair dívidas, como se fosse um pecado.
Na lei dada através de Moisés, que “é santa; e o mandamento, santo, justo e
bom” (Rm 71.2), os empréstimos são normalmente regulados, o que não aconteceria
se fossem pecado (Êx 22.25, Dt 24.6, 10-13), mas que o faça quando necessário e
sob os auspícios da mansidão. O crente precisa ter alguns princípios
elementares que devem reger a sua vida e hoje, temos a graça de compartilhar
como utilizar nosso salário com sabedoria, a fim de honrarmos nossos
compromissos, e glorificar ao Senhor em todas as áreas de nossa vida. Tenham
todos uma abençoada e excelente aula!
I. QUEM É O DONO DO
NOSSO DINHEIRO
1. Dê a Deus o que
lhe pertence. É preciso ser responsável com o nosso salário. Como pessoas
nascidas de novo para uma nova vida em Cristo, temos muitos deveres para com as
nossas pátrias: a terrena e a celestial. Não é lícito para o crente sonegar o
que lhes é devido. As Escrituras afirmam que reter mais do que é justo é pura
perda! Somente sendo fiéis as janelas do céu se abrirão sobre nós, pois a
bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto. Na ânsia de consumirmos,
acabamos por embutir em nosso orçamento aquilo que seria absolutamente
dispensável e desnecessário. O crente deve possuir um estilo de vida simples.
Muitas vezes gastamos muito em nossos próprios deleites, enquanto investimos
tão pouco nas causas nobres do Reino de Deus.
2. Disciplina e
orçamento financeiro. O crente deve envidar todos os esforços para não gastar
mais do que ganha. Precisa ser criterioso no seu orçamento. Não podemos começar
um projeto sem antes calcular o seu custo (Lc 14.28-30). Não podemos viver num
padrão acima das nossas possibilidades. O mundo moderno tenta nos levar a
comprar o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar
as pessoas que não conhecemos. "O dinheiro atende a tudo" (Ec 10.19).
O “X” da questão é, quem manda em minha vida, eu ou o dinheiro? Há uma máxima
que diz: "O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão". Salomão
registrou: "O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio
receberá" (Pv 11.25) e Jesus disse: "Onde estiver o seu tesouro, aí
também estará o seu coração" (Mt 6.21). Precisamos resolver quem vai
mandar, pois sempre investimos naquilo que valorizamos. Somos senhores ou
servos do dinheiro? Não importa a soma que se ganhe, mas como se administra
esse ganho! Diante de tudo isso, a melhor forma de utilizarmos nosso dinheiro é
fazê-lo nosso servo, pois assim, não correremos o risco de permitir que ele
tire nossa tranquilidade, liberdade e testemunho.
3. Cuidado com a
cobiça. A palavra-chave para o crente é moderação. Quanto mais ganhos
materiais, mais as pessoas se encontrarão cercadas por coisas que as esvaziam.
O homem não pode levar nada consigo quando for levado desta vida, de maneira
que, todo o seu incansável trabalho é inútil (Ec 5.11). Deus dá ao homem suas
bênçãos de forma material e este tem a obrigação de gozar estas dádivas e estar
satisfeito com elas em moderação, gratidão e prazer (Ec 5.18-20), sem nunca
esquecer que nosso contentamento deve estar em Deus e não nas coisas materiais.
O dinheiro e as coisas que ele pode nos dar não nos satisfazem (Pv 27.20).
Tendo o que comer e vestir, diz Paulo, com isto devemos estar contentes.
“E lhes proferiu
ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância.
E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os
meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros,
reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus
bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos;
descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te
pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que
entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas 12:16-21). Assim falou
Jesus à multidão reunida que tinha acabado de ouvi-lo reprovar um homem que não
tinha visto nele mais do que um árbitro para uma contenda por dinheiro
familiar. “Cuidado com a cobiça,” ele disse; e então contou a parábola acima
para explicar o motivo. A Parábola do Rico Tolo é um espelho para a alma. O
agricultor desta parábola não era algum homem pobre que conseguiu riqueza
subitamente. Ele já era rico quando uma grande colheita fez os seus já grandes
celeiros parecerem pequenos. Não há indicação de que nenhuma das riquezas do
agricultor tivesse sido mal ganha. Por tudo o que sabemos, ele ganhou cada
pedaço dela com trabalho duro e gerenciamento prudente. Esta história não é
sobre fraude. É sobre tolice. O agricultor, que tinha sido tão hábil gerindo sua
propriedade, tornou-se um simplório ao gerir a vida. Ele cometeu algumas
tolices muito óbvias. Primeiro de tudo, ele cometeu o engano de pensar que era
o proprietário de sua riqueza. “Minhas colheitas”, “meus bens”, “meus celeiros”
e até “minha alma”, ele disse. Que arrogância! Que ingratidão! Como se ele, e
somente ele, tivesse conseguido tudo isso. Não há nenhuma palavra pronunciada
de agradecimento ao grande Deus que nos dá “do céu chuva e estações frutíferas,
enchendo os vossos corações de fartura e de alegria” (Atos 14:17), para não
falar de “vida, respiração e tudo o mais” (Atos 17:25). Em qualquer tempo em
que pensarmos que merecemos as coisas que estamos usando, far-nos-ia bem
verificar a relação da terra ou da casa em que estamos. Somos todos inquilinos
aqui. A segunda tolice foi pensar consigo mesmo sobre que disposição ele
deveria dar a suas bênçãos inesperadas (12:17). Ele deveria ter consultado Deus
porque o mundo e toda a sua plenitude são dele (Salmo 50:12). Mas isso nunca
lhe passou pela cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das pessoas pobres e
lutadoras para quem suas sobras teriam significado livramento. Ele só pensou em
si mesmo. Sua terceira tolice está em supor que o que ele pudesse colocar num
celeiro fosse tudo o que ele precisava. Olhando sobre toda sua abundância, ele
disse consigo mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que estas coisas
significavam conforto assegurado, felicidade e segurança. Admiramo-nos sobre em
que mundo ele vivia. Como agricultor, praga, seca, inundação e roubo não lhe
eram estranhos. É preciso cegueira incomum para imaginar que haja qualquer
segurança em coisas materiais (Mateus 6:19). Mas é preciso estupidez ainda
maior para imaginar que espíritos formados à imagem do Eterno possam jamais
ficar satisfeitos e realizados com a mera matéria, mesmo que ela fosse eterna
(Eclesiastes 5:10-11; 6:7). Fomos feitos para “o Deus vivo” (Salmo 42:2; Atos
17:26-28) e a vida provém do coração, não do banco (Provérbios 4:23).
Finalmente, nosso agricultor “bem sucedido” esqueceu-se do tempo e da morte.
Ele estava pensando em muitos anos, mas Deus disse que não seria nem mais um
dia. Sua riqueza foi para um lado e ele foi para outro. Não há bolso numa
mortalha. Salomão fala freqüentemente desta verdade em Eclesiastes.“Também aborreci
todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho
eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio
ou estúpido?” (Eclesiastes 2:18-19). Não há tolice imperdoável maior do que
planejar a vida sem considerar a morte, e construir a vida sobre coisas que a
morte certamente tirará. A evidência de nossa mortalidade e incerteza da vida
não é apenas premente, é irresistível. Nenhuma verdade sobre nós mesmos é tão
evidente como o fato de que vamos morrer, e morrer em algum tempo imprevisível.
E a única coisa que sobreviverá à morte é uma relação segura com Deus.
Deveremos, portanto, derramar todas as nossas vidas e tesouros para ele,
amontoados, comprimidos, transbordando. Diz-se que Alexandre o Grande pediu
para ser enterrado com suas mãos colocadas de tal modo que todos poderiam ver
que elas estavam vazias. É também relatado que, quando a cripta do Imperador
Carlos Magno foi aberta, ele foi encontrado sentado em seu trono, uma figura
agora só ossos, apontando para um texto em uma Bíblia aberta: “Que aproveita ao
homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). É uma
pergunta muito boa.” [Extraído do artigo “Rico para com Deus”de autoria de Paul
Earnhart, disponível em http://www.estudosdabiblia.net/2004116.htm].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Como servos de Deus
precisamos ser fiéis na entrega dos dízimos e ofertas, fazendo uso do nosso
dinheiro com sabedoria.
II. O CONSUMISMO E AS
DÍVIDAS
1. Os males do
consumo inconsciente. “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois
aprendi a contentar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar
necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em
toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou
passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.11-13). O
texto que Paulo escreve em Fp 4.11-13 é um guia para compreendermos a vontade
de Deus para nossa vida financeira. Paulo ensina que o crente pode possuir
riquezas, contudo, não deve confiar nelas. Com a mente em Cristo, Paulo afirma
que a satisfação de suas necessidades materiais não era a medida nem o motivo
de sua alegria. Usando um termo muito empregado pelos filósofos de sua época
que a usavam para descrever uma pessoa que era auto-sufuciente em todas as
circunstancias, ele repudia a ideia da auto-suficiência, afirmado que ele a
tinha somente em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das
circunstancias.
2. Adquirir o que se
pode pagar. Somente o insensato compra o que não pode pagar (Pv 21.20). Paulo
certamente não era um economista, mas seus conselhos nessa área são
valiosíssimos! Ele diz em Romanos 13.8: “A ninguém fiqueis devendo nada, exceto
o amor…”. Devemos ser muito cuidadosos para não nos envolvermos com dívidas,
pois contraí-las sem saldá-las integralmente, no tempo devido, é comprometer o
nosso nome, comprometer o nosso testemunho de cristão e a honra do Evangelho.
Não é novidade para ninguém os abusos praticados pelo mercado financeiro, onde
os juros são extorsivos, assim, nosso cuidado deve ser redobrado para não
cairmos na teia de compromissos financeiros impagáveis. Lembremos que o cartão
de crédito deve ser usado com parcimônia e inteligência afinal, comprar com ele
quase sempre, é comprar o que não se precisa com o dinheiro que não se tem.
3. Aja com
integridade, fuja da corrupção. Certa vez, João Batista exortou os soldados a
se contentarem com seus soldos e que não aceitassem suborno (Lc 3.14). A
honestidade e integridade de uma pessoa é avaliada pela sua capacidade de
cumprir com suas obrigações, assim, as obrigações financeiras exigem muita
atenção, pois o seu cumprimento é testemunho de nossa integridade e de nossa
nova cidadania. O crente deve primar por cumprir estas obrigações, e é lamentável
ouvir o número de casos em que o testemunho de crentes, que aparentam ter boa
maturidade, tem sido comprometido por dívidas não pagas. Isso é fruto do
descontentamento e ganância. Paulo diz em Filipenses 4.11: “Não digo isto como
por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho”. Nós temos
contraído muitas aflições para nossa vida não por causa da fome, ou da miséria
que aflige multidões mundo afora, mas por causa do consumismo desenfreado que
nos é imposto pela sociedade. Talvez algum leitor deste comentário esteja
passando por uma situação como essa: “aquele ímpio anda de carro nove e melhor
do que o meu”. O conselho de João, o Batista, é que estejamos contentes com o
que temos e não aceitemos pechas, pois, sem Cristo, o ímpio não poderá receber
a mesma recompensa que nós nem participará da mesma eternidade.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
Comprar mais do que
se pode pagar, comprometendo as finanças, é tolice.
III. É POSSÍVEL
LIVRAR-SE DAS DÍVIDAS
1. Cuidado com seu
cartão de crédito e com o cheque especial. Quem nunca "estourou" o
limite no final do mês e não conseguiu cobrir todo o cartão de crédito e o
cheque especial? É uma mal a que estamos sujeitos. O consumo mal planejado e a
utilização do crédito de maneira descontrolada são fatores de desestabilização
para a vida financeira de qualquer pessoa. É preciso aprender a consumir de
maneira inteligente e utilizar o crédito de maneira consciente. São muitas as
armadilhas postas para agarrar o incauto consumidor compulsivo. O cartão de
crédito é, sem dúvida, o mais perigoso: estimula a comprar por impulso; quando
somente o valor mínimo da fatura é pago, o juro que corre sobre a dívida é
abusivo e torna a dívida, em pouco tempo, impagável. Sobre este saldo devedor
em aberto são cobrados os encargos mensais e os juros remuneratórios costumam
variar de 7% a 15% ao mês. Aqui começa a insônia do antes “feliz consumidor”
que vê sua dívida se multiplicar com os juros sobre juros aumentando a dívida
mês a mês de forma a torná-la impagável. Não devemos condenar o uso do cartão,
mas sim, usá-lo com inteligência; usá-lo a nosso favor. O cartão é excelente
para pagar contas mensais planejadas, como a despesa com gasolina, farmácia e
supermercado. Bem utilizado, ele facilita nossa rotina, além do fator “segurança”,
já que evita o uso do "dinheiro vivo". Não seja levado, ou guiado,
por impulsos, pois Deus já nos concedeu um espírito de moderação e
autocontrole: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e
de amor, e de moderação” (2 Tm 1.7).
2. Vivendo de modo
simples, porém tranquilo e santo. “[...] não ambicioneis coisas altas, mas
acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” (Rm 12.16). Este
texto de Romanos aconselha aos crentes a estarem satisfeitos, tendo as coisas
essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Certamente haverá
necessidades financeiras específicas, e nesse caso, devemos confiar na
providência divina (Sl 50.15), enquanto continuamos a trabalhar (2Ts 3.7,8), a
ajudar os necessitados (2Co 8.2,3), e servir a Deus com contribuições generosas
(2Co 8.3; 9.6,7). Também sugere que os crentes não devem ambicionar riquezas
(vv. 9-11), já que no pensamento paulino, os ricos caem em muitas tentações. O
Salmista também discorre sobre o ‘estar contentado’: ”SENHOR, o meu coração não
se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes
assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim. Decerto, fiz calar e sossegar
a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para
comigo. Espere Israel no SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl 131.1-3). O
ensino do Novo testamento quanto ao acúmulo de riquezas é desencorajador. No
original, riqueza é mamom (מָמוֹן), que significa
literalmente ‘dinheiro’, um termo aramaico usado para descrever riqueza
material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como
uma divindade. O termo é pejorativo e faz referência a riquezas considerado-a
como um objeto de culto e seu exercício ganancioso; à riqueza como um mal, mais
ou menos personificado. Pessoas ávidas por dinheiro são aqueles que cultuam
Mamom. Em Mt 6.19,24 apresentam-se à pessoa duas opções: um relacionamento com
Deus ou com as riquezas. É por isso que muitos cristãos, apesar das aparências,
não se enquadram no modelo apresentado pela Palavra de Deus. A avidez por
acumular riquezas é tão envolvente que rapidamente passa a controlar a mente e
a vida da pessoa, substituindo paulatinamente a glória de Deus (Lc 6.13). Para
o mundo secular, sucesso e consumo são termos que definem o que se considera
hoje uma vida próspera, pois o homem natural ignora que o “Porque o amor ao
dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10).
Para os judeus contemporâneos de Jesus, o pensamento predominante era de que as
riquezas constituíam um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um
sinal de falta de fé e do desagrado de Deus; Jesus muitas vezes foi escarnecido
por ser pobre! (Lc 16.14). Esse pensamento é rejeitado pelo Mestre nas
seguintes passagens: Lc 6.20; 16.13 e 18.24,25. No pensamento cristão, as
riquezas são empecilho tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22).
Jesus advertiu-nos: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de
qualquer não consiste na abundância do que possui.”. Ato contínuo, o Senhor
contou aos seus discípulos a parábola do rico insensato que julgava ter
segurança por causa de suas muitas posses (Lc 12.16-21). Cristo não condenou a
posse de riquezas materiais, mas fez questão de realçar a loucura de viver em
função daquilo que perecerá.
3. Confie em Deus. Na
condição de filhos, Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que
necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus
abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira,
condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas
transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e
rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará
silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para
que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como
dizeis.” (Am 5.12-14). Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres,
freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm,
explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2,
9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a
dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao
revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se
eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida,
o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR
abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por
herança, para a possuíres” (Dt 15.4). O crente tem o dever de preocupar-se com
o social, especialmente com os domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato diz
para ajudar “a todos.” Quando ele diz “especialmente” ou “principalmente” é com ênfase, mas não exclusividade].
Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na
sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas,
ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19;
Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava
duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os
pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31). Quantos de nós que,
embora ricos espiritualmente, carecemos de bens materiais para a sobrevivência!
Quantos irmãos nossos, co-herdeiros com Cristo, vivem em palafitas, ou estão
desempregados? A estes não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria.
É interessante e importante a palavra de Paulo quanto a este respeito em 1Tm
5.8: “se alguém não cuidar dos seus e especialmente dos da própria casa, tem
negado a fé e é pior do que o descrente”. A prosperidade legitima-se com a
generosidade.
SINOPSE DO TÓPICO
(II)
Com a ajuda de Deus,
oração e sabedoria, podemos nos livrar das dívidas.
CONCLUSÃO
Deus deseja
abençoar-nos, mas precisamos agir com sabedoria e sermos íntegros financeiramente.
As bênçãos descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de
adoração muitas vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1). O crente precisa ser
disciplinado na administração das suas finanças a fim de honrar os seus
compromissos pois é conhecedor que sua infidelidade não prejudicará apenas a
si, mas traz desonra ao Evangelho. O ato de comprar parece simples e prazeroso,
e a mídia é cansativa para nos provar que isso é verdade, mas não é. Exige
responsabilidade, planejamento e reflexão.
N’Ele, que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus” (Ef 2.8),
Publicado em 20 de Agosto de 2012.
Fonte-Francisco de Assis
Barbosa
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