segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A angústia das dívidas


LIÇÃO 9ª
A angústia das dívidas
26 de agosto de 2012

TEXTO ÁUREO

“Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! Pois comerás do trabalho das tuas mãos, feliz serás, e te irá bem”(Sl 128.1,2). – As bênçãos descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de adoração muitas vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1).

VERDADE PRÁTICA

Para ter uma vida financeira equilibrada e bem-sucedida, o crente deve administrar seus recursos com sabedoria, prudência e comedimento (Moderação,Prudência.).

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Timóteo 6.7-12.

7 - Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele.
8 - Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.
9 - Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.
10 - Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
11 - Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
12 - Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas.

OBJETIVOS

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Compreender quem é o dono do nosso dinheiro.
Discutir a respeito dos efeitos maléficos do consumismo e das dívidas.
Saber que é possível livrar-se das dívidas com sabedoria e planejamento.
Palavra Chave
Dívida: (latim debita, neutro plural de debitum, -i, dívida) s. f. 1. Coisa que se deve. 2. Dinheiro devido. 3. [Figurado]  Dever (que se cumpre ou por cumprir). 4. Ofensa (de que se espera tirar desforra). 5. Pecado. dívida ativa: a que nos é devida. dívida consolidada: a pública que vence juros sem prazo para reembolso do capital. dívida flutuante: a pública que tem vencimento determinado. dívida passiva: a que devemos. dívida pública: a do Estado.[a] Nesta lição: Quantia que se tem de pagar.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Vivemos numa sociedade extremamente consumista e não tem sido fácil lidar com o dinheiro, principalmente quando ele vem em doses homeopáticas e as despesas são enormes. Há uma grande pressão da sociedade consumista com um apelo visual que se dinamiza diariamente para atrair a atenção dos compradores, gerando em nós necessidades e até mesmo uma compulsão por coisas supérfluas e não essenciais. Uma verdade estampada em nossa leitura bíblica em classe é a de que um desejo inquieto de consumir sujeita as pessoas a um grande perigo espiritual. “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão”(v.11). No grego, o termo praotes significa uma disposição que é equilibrada, tranquila, balanceada em espírito, despretensiosa, que tem as paixões sob controle. O termo é melhor traduzido como “serenidade”, não como uma indicação de fraqueza, mas de poder e força sob controle. Não há termo melhor para descrever o homem ou a mulher crente, que sabe como administrar suas finanças para não incorrer na “bancarrota” das dívidas. Não é que o crente não possa contrair dívidas, aliás, não encontramos nenhuma diretiva condenando o ato de contrair dívidas, como se fosse um pecado. Na lei dada através de Moisés, que “é santa; e o mandamento, santo, justo e bom” (Rm 71.2), os empréstimos são normalmente regulados, o que não aconteceria se fossem pecado (Êx 22.25, Dt 24.6, 10-13), mas que o faça quando necessário e sob os auspícios da mansidão. O crente precisa ter alguns princípios elementares que devem reger a sua vida e hoje, temos a graça de compartilhar como utilizar nosso salário com sabedoria, a fim de honrarmos nossos compromissos, e glorificar ao Senhor em todas as áreas de nossa vida. Tenham todos uma abençoada e excelente aula!

I. QUEM É O DONO DO NOSSO DINHEIRO

1. Dê a Deus o que lhe pertence. É preciso ser responsável com o nosso salário. Como pessoas nascidas de novo para uma nova vida em Cristo, temos muitos deveres para com as nossas pátrias: a terrena e a celestial. Não é lícito para o crente sonegar o que lhes é devido. As Escrituras afirmam que reter mais do que é justo é pura perda! Somente sendo fiéis as janelas do céu se abrirão sobre nós, pois a bênção de Deus enriquece e com ela não traz desgosto. Na ânsia de consumirmos, acabamos por embutir em nosso orçamento aquilo que seria absolutamente dispensável e desnecessário. O crente deve possuir um estilo de vida simples. Muitas vezes gastamos muito em nossos próprios deleites, enquanto investimos tão pouco nas causas nobres do Reino de Deus.
2. Disciplina e orçamento financeiro. O crente deve envidar todos os esforços para não gastar mais do que ganha. Precisa ser criterioso no seu orçamento. Não podemos começar um projeto sem antes calcular o seu custo (Lc 14.28-30). Não podemos viver num padrão acima das nossas possibilidades. O mundo moderno tenta nos levar a comprar o que não precisamos, com o dinheiro que não temos, para impressionar as pessoas que não conhecemos. "O dinheiro atende a tudo" (Ec 10.19). O “X” da questão é, quem manda em minha vida, eu ou o dinheiro? Há uma máxima que diz: "O dinheiro é um bom servo, mas um péssimo patrão". Salomão registrou: "O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá" (Pv 11.25) e Jesus disse: "Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração" (Mt 6.21). Precisamos resolver quem vai mandar, pois sempre investimos naquilo que valorizamos. Somos senhores ou servos do dinheiro? Não importa a soma que se ganhe, mas como se administra esse ganho! Diante de tudo isso, a melhor forma de utilizarmos nosso dinheiro é fazê-lo nosso servo, pois assim, não correremos o risco de permitir que ele tire nossa tranquilidade, liberdade e testemunho.
3. Cuidado com a cobiça. A palavra-chave para o crente é moderação. Quanto mais ganhos materiais, mais as pessoas se encontrarão cercadas por coisas que as esvaziam. O homem não pode levar nada consigo quando for levado desta vida, de maneira que, todo o seu incansável trabalho é inútil (Ec 5.11). Deus dá ao homem suas bênçãos de forma material e este tem a obrigação de gozar estas dádivas e estar satisfeito com elas em moderação, gratidão e prazer (Ec 5.18-20), sem nunca esquecer que nosso contentamento deve estar em Deus e não nas coisas materiais. O dinheiro e as coisas que ele pode nos dar não nos satisfazem (Pv 27.20). Tendo o que comer e vestir, diz Paulo, com isto devemos estar contentes.
“E lhes proferiu ainda uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produziu com abundância. E arrazoava consigo mesmo, dizendo: Que farei, pois não tenho onde recolher os meus frutos? E disse: Farei isto: destruirei os meus celeiros, reconstruí-los-ei maiores e aí recolherei todo o meu produto e todos os meus bens. Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é o que entesoura para si mesmo e não é rico para com Deus” (Lucas 12:16-21). Assim falou Jesus à multidão reunida que tinha acabado de ouvi-lo reprovar um homem que não tinha visto nele mais do que um árbitro para uma contenda por dinheiro familiar. “Cuidado com a cobiça,” ele disse; e então contou a parábola acima para explicar o motivo. A Parábola do Rico Tolo é um espelho para a alma. O agricultor desta parábola não era algum homem pobre que conseguiu riqueza subitamente. Ele já era rico quando uma grande colheita fez os seus já grandes celeiros parecerem pequenos. Não há indicação de que nenhuma das riquezas do agricultor tivesse sido mal ganha. Por tudo o que sabemos, ele ganhou cada pedaço dela com trabalho duro e gerenciamento prudente. Esta história não é sobre fraude. É sobre tolice. O agricultor, que tinha sido tão hábil gerindo sua propriedade, tornou-se um simplório ao gerir a vida. Ele cometeu algumas tolices muito óbvias. Primeiro de tudo, ele cometeu o engano de pensar que era o proprietário de sua riqueza. “Minhas colheitas”, “meus bens”, “meus celeiros” e até “minha alma”, ele disse. Que arrogância! Que ingratidão! Como se ele, e somente ele, tivesse conseguido tudo isso. Não há nenhuma palavra pronunciada de agradecimento ao grande Deus que nos dá “do céu chuva e estações frutíferas, enchendo os vossos corações de fartura e de alegria” (Atos 14:17), para não falar de “vida, respiração e tudo o mais” (Atos 17:25). Em qualquer tempo em que pensarmos que merecemos as coisas que estamos usando, far-nos-ia bem verificar a relação da terra ou da casa em que estamos. Somos todos inquilinos aqui. A segunda tolice foi pensar consigo mesmo sobre que disposição ele deveria dar a suas bênçãos inesperadas (12:17). Ele deveria ter consultado Deus porque o mundo e toda a sua plenitude são dele (Salmo 50:12). Mas isso nunca lhe passou pela cabeça. Nem ele pensou nos celeiros vazios das pessoas pobres e lutadoras para quem suas sobras teriam significado livramento. Ele só pensou em si mesmo. Sua terceira tolice está em supor que o que ele pudesse colocar num celeiro fosse tudo o que ele precisava. Olhando sobre toda sua abundância, ele disse consigo mesmo: “Consegui fazer!” Ele pensava que estas coisas significavam conforto assegurado, felicidade e segurança. Admiramo-nos sobre em que mundo ele vivia. Como agricultor, praga, seca, inundação e roubo não lhe eram estranhos. É preciso cegueira incomum para imaginar que haja qualquer segurança em coisas materiais (Mateus 6:19). Mas é preciso estupidez ainda maior para imaginar que espíritos formados à imagem do Eterno possam jamais ficar satisfeitos e realizados com a mera matéria, mesmo que ela fosse eterna (Eclesiastes 5:10-11; 6:7). Fomos feitos para “o Deus vivo” (Salmo 42:2; Atos 17:26-28) e a vida provém do coração, não do banco (Provérbios 4:23). Finalmente, nosso agricultor “bem sucedido” esqueceu-se do tempo e da morte. Ele estava pensando em muitos anos, mas Deus disse que não seria nem mais um dia. Sua riqueza foi para um lado e ele foi para outro. Não há bolso numa mortalha. Salomão fala freqüentemente desta verdade em Eclesiastes.“Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu havia de deixar a quem viesse depois de mim. E quem pode dizer se será sábio ou estúpido?” (Eclesiastes 2:18-19). Não há tolice imperdoável maior do que planejar a vida sem considerar a morte, e construir a vida sobre coisas que a morte certamente tirará. A evidência de nossa mortalidade e incerteza da vida não é apenas premente, é irresistível. Nenhuma verdade sobre nós mesmos é tão evidente como o fato de que vamos morrer, e morrer em algum tempo imprevisível. E a única coisa que sobreviverá à morte é uma relação segura com Deus. Deveremos, portanto, derramar todas as nossas vidas e tesouros para ele, amontoados, comprimidos, transbordando. Diz-se que Alexandre o Grande pediu para ser enterrado com suas mãos colocadas de tal modo que todos poderiam ver que elas estavam vazias. É também relatado que, quando a cripta do Imperador Carlos Magno foi aberta, ele foi encontrado sentado em seu trono, uma figura agora só ossos, apontando para um texto em uma Bíblia aberta: “Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Marcos 8:36). É uma pergunta muito boa.” [Extraído do artigo “Rico para com Deus”de autoria de Paul Earnhart, disponível em http://www.estudosdabiblia.net/2004116.htm].
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Como servos de Deus precisamos ser fiéis na entrega dos dízimos e ofertas, fazendo uso do nosso dinheiro com sabedoria.

II. O CONSUMISMO E AS DÍVIDAS

1. Os males do consumo inconsciente. “Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a contentar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece.” (Fp 4.11-13). O texto que Paulo escreve em Fp 4.11-13 é um guia para compreendermos a vontade de Deus para nossa vida financeira. Paulo ensina que o crente pode possuir riquezas, contudo, não deve confiar nelas. Com a mente em Cristo, Paulo afirma que a satisfação de suas necessidades materiais não era a medida nem o motivo de sua alegria. Usando um termo muito empregado pelos filósofos de sua época que a usavam para descrever uma pessoa que era auto-sufuciente em todas as circunstancias, ele repudia a ideia da auto-suficiência, afirmado que ele a tinha somente em Cristo, cuja paz e propósito ele desfruta apesar das circunstancias.
2. Adquirir o que se pode pagar. Somente o insensato compra o que não pode pagar (Pv 21.20). Paulo certamente não era um economista, mas seus conselhos nessa área são valiosíssimos! Ele diz em Romanos 13.8: “A ninguém fiqueis devendo nada, exceto o amor…”. Devemos ser muito cuidadosos para não nos envolvermos com dívidas, pois contraí-las sem saldá-las integralmente, no tempo devido, é comprometer o nosso nome, comprometer o nosso testemunho de cristão e a honra do Evangelho. Não é novidade para ninguém os abusos praticados pelo mercado financeiro, onde os juros são extorsivos, assim, nosso cuidado deve ser redobrado para não cairmos na teia de compromissos financeiros impagáveis. Lembremos que o cartão de crédito deve ser usado com parcimônia e inteligência afinal, comprar com ele quase sempre, é comprar o que não se precisa com o dinheiro que não se tem.
3. Aja com integridade, fuja da corrupção. Certa vez, João Batista exortou os soldados a se contentarem com seus soldos e que não aceitassem suborno (Lc 3.14). A honestidade e integridade de uma pessoa é avaliada pela sua capacidade de cumprir com suas obrigações, assim, as obrigações financeiras exigem muita atenção, pois o seu cumprimento é testemunho de nossa integridade e de nossa nova cidadania. O crente deve primar por cumprir estas obrigações, e é lamentável ouvir o número de casos em que o testemunho de crentes, que aparentam ter boa maturidade, tem sido comprometido por dívidas não pagas. Isso é fruto do descontentamento e ganância. Paulo diz em Filipenses 4.11: “Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho”. Nós temos contraído muitas aflições para nossa vida não por causa da fome, ou da miséria que aflige multidões mundo afora, mas por causa do consumismo desenfreado que nos é imposto pela sociedade. Talvez algum leitor deste comentário esteja passando por uma situação como essa: “aquele ímpio anda de carro nove e melhor do que o meu”. O conselho de João, o Batista, é que estejamos contentes com o que temos e não aceitemos pechas, pois, sem Cristo, o ímpio não poderá receber a mesma recompensa que nós nem participará da mesma eternidade.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Comprar mais do que se pode pagar, comprometendo as finanças, é tolice.

III. É POSSÍVEL LIVRAR-SE DAS DÍVIDAS

1. Cuidado com seu cartão de crédito e com o cheque especial. Quem nunca "estourou" o limite no final do mês e não conseguiu cobrir todo o cartão de crédito e o cheque especial? É uma mal a que estamos sujeitos. O consumo mal planejado e a utilização do crédito de maneira descontrolada são fatores de desestabilização para a vida financeira de qualquer pessoa. É preciso aprender a consumir de maneira inteligente e utilizar o crédito de maneira consciente. São muitas as armadilhas postas para agarrar o incauto consumidor compulsivo. O cartão de crédito é, sem dúvida, o mais perigoso: estimula a comprar por impulso; quando somente o valor mínimo da fatura é pago, o juro que corre sobre a dívida é abusivo e torna a dívida, em pouco tempo, impagável. Sobre este saldo devedor em aberto são cobrados os encargos mensais e os juros remuneratórios costumam variar de 7% a 15% ao mês. Aqui começa a insônia do antes “feliz consumidor” que vê sua dívida se multiplicar com os juros sobre juros aumentando a dívida mês a mês de forma a torná-la impagável. Não devemos condenar o uso do cartão, mas sim, usá-lo com inteligência; usá-lo a nosso favor. O cartão é excelente para pagar contas mensais planejadas, como a despesa com gasolina, farmácia e supermercado. Bem utilizado, ele facilita nossa rotina, além do fator “segurança”, já que evita o uso do "dinheiro vivo". Não seja levado, ou guiado, por impulsos, pois Deus já nos concedeu um espírito de moderação e autocontrole: “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação” (2 Tm 1.7).
2. Vivendo de modo simples, porém tranquilo e santo. “[...] não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos;” (Rm 12.16). Este texto de Romanos aconselha aos crentes a estarem satisfeitos, tendo as coisas essenciais desta vida, como alimento, vestuário e teto. Certamente haverá necessidades financeiras específicas, e nesse caso, devemos confiar na providência divina (Sl 50.15), enquanto continuamos a trabalhar (2Ts 3.7,8), a ajudar os necessitados (2Co 8.2,3), e servir a Deus com contribuições generosas (2Co 8.3; 9.6,7). Também sugere que os crentes não devem ambicionar riquezas (vv. 9-11), já que no pensamento paulino, os ricos caem em muitas tentações. O Salmista também discorre sobre o ‘estar contentado’: ”SENHOR, o meu coração não se elevou, nem os meus olhos se levantaram; não me exercito em grandes assuntos, nem em coisas muito elevadas para mim. Decerto, fiz calar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada para com sua mãe, tal é a minha alma para comigo. Espere Israel no SENHOR, desde agora e para sempre” (Sl 131.1-3). O ensino do Novo testamento quanto ao acúmulo de riquezas é desencorajador. No original, riqueza é mamom (מָמוֹן), que significa literalmente ‘dinheiro’, um termo aramaico usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. O termo é pejorativo e faz referência a riquezas considerado-a como um objeto de culto e seu exercício ganancioso; à riqueza como um mal, mais ou menos personificado. Pessoas ávidas por dinheiro são aqueles que cultuam Mamom. Em Mt 6.19,24 apresentam-se à pessoa duas opções: um relacionamento com Deus ou com as riquezas. É por isso que muitos cristãos, apesar das aparências, não se enquadram no modelo apresentado pela Palavra de Deus. A avidez por acumular riquezas é tão envolvente que rapidamente passa a controlar a mente e a vida da pessoa, substituindo paulatinamente a glória de Deus (Lc 6.13). Para o mundo secular, sucesso e consumo são termos que definem o que se considera hoje uma vida próspera, pois o homem natural ignora que o “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.10). Para os judeus contemporâneos de Jesus, o pensamento predominante era de que as riquezas constituíam um sinal do favor especial de Deus, e que a pobreza era um sinal de falta de fé e do desagrado de Deus; Jesus muitas vezes foi escarnecido por ser pobre! (Lc 16.14). Esse pensamento é rejeitado pelo Mestre nas seguintes passagens: Lc 6.20; 16.13 e 18.24,25. No pensamento cristão, as riquezas são empecilho tanto à salvação como ao discipulado (Mt 19.24; 13.22). Jesus advertiu-nos: “Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.”. Ato contínuo, o Senhor contou aos seus discípulos a parábola do rico insensato que julgava ter segurança por causa de suas muitas posses (Lc 12.16-21). Cristo não condenou a posse de riquezas materiais, mas fez questão de realçar a loucura de viver em função daquilo que perecerá.
3. Confie em Deus. Na condição de filhos, Deus nos concede todas as bênçãos espirituais de que necessitamos (Ef 1.3; Fp 4.19; Tg 1.17) bem como as bênçãos materiais. Deus abençoa a todos sem distinção de raça, cor, credo, condição financeira, condição física ou educação. (Lc 9.23). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e enormes os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate e rejeitais os necessitados na porta. Portanto, o que for prudente guardará silêncio naquele tempo, porque o tempo será mau. Buscai o bem e não o mal, para que vivais; e assim o Senhor, o DEUS dos Exércitos, estará convosco, como dizeis.” (Am 5.12-14). Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados. Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global: “Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). O crente tem o dever de preocupar-se com o social, especialmente com os domésticos na fé (Gl 6.10) [Paulo de fato diz para ajudar “a todos.” Quando ele diz “especialmente” ou “principalmente é com ênfase, mas não exclusividade]. Boa parte do ministério de JESUS foi dedicado aos pobres e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos, necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém mais se importava a não ser JESUS (cf. Lc 4.18,19; 21.1-4; Lc 17.11-19; Jo 4.1-42; Mt 8.2-4; Lc 17.11-19; Lc 7.11-15; 20.45-47). Ele condenava duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e desconsideravam os pobres (Mc 10.17-25; Lc 6.24,25; 12.16-20; 16.13-15,19-31). Quantos de nós que, embora ricos espiritualmente, carecemos de bens materiais para a sobrevivência! Quantos irmãos nossos, co-herdeiros com Cristo, vivem em palafitas, ou estão desempregados? A estes não devemos fechar o coração, mas ajudá-los com alegria. É interessante e importante a palavra de Paulo quanto a este respeito em 1Tm 5.8: “se alguém não cuidar dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente”. A prosperidade legitima-se com a generosidade.

SINOPSE DO TÓPICO (II)
Com a ajuda de Deus, oração e sabedoria, podemos nos livrar das dívidas.

CONCLUSÃO
Deus deseja abençoar-nos, mas precisamos agir com sabedoria e sermos íntegros financeiramente. As bênçãos descritas em todo o Salmo 128 estão baseadas num elemento de adoração muitas vezes ignorado: o temor do Senhor (v.1). O crente precisa ser disciplinado na administração das suas finanças a fim de honrar os seus compromissos pois é conhecedor que sua infidelidade não prejudicará apenas a si, mas traz desonra ao Evangelho. O ato de comprar parece simples e prazeroso, e a mídia é cansativa para nos provar que isso é verdade, mas não é. Exige responsabilidade, planejamento e reflexão.
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),

 Publicado em 20 de Agosto de 2012.


Fonte-Francisco de Assis Barbosa

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