A FAMÍLIA E A SEXUALIDADE
Texto
Áureo: Gn. 1.27 – Leitura Bíblica: I Ts. 4.3-5; 5.23; I Pe. 1.14-16
INTRODUÇÃO
Deus é o Criador do sexo, visando não apenas a
procriação, mas também o prazer dos cônjuges. Mas esse tem sido instrumento de
banalização na sociedade contemporânea, marcada pela erotização. Na lição de
hoje trataremos a respeito desse importante tema, ainda pouco compreendido, até
mesmo entre os cristãos. Inicialmente apresentaremos algumas abordagens
sociológicas em relação à sexualidade, em seguida, o significado bíblico da
sexualidade, e por último, destacaremos os princípios cristãos para a
sexualidade sadia.
1. ABORDAGENS
SOCIOLÓGICAS SOBRE A SEXUALIDADE
A sexualidade humana é um assunto bastante
completo, além de controvertido. Isso porque envolve fatores diversos, dentre
eles, o biológico, o gênero, as emoções, pensamentos, comportamentos, atitudes
e valores. As abordagens sociológicas modernas e pós-modernas tendem a rechaçar
a repressão à sexualidade. A teoria psicanalítica de Freud favoreceu o
liberalismo sexual que testemunhamos nesses últimos anos. A percepção do sexo,
para esse pensador, é uma expressão da sua animalidade. Assim sendo, sua
repressão não passaria de um condicionamento social. Após o período pós-guerra,
surgiu um movimento na sociedade com vistas à liberação dessa chamada
“repressão sexual”. Uma manifestação concreta dessa abordagem foi a criação da
revista Playboy, por Hugh Hefner. Essa atitude também resultou na coisificação
da mulher, transformando-a em mero objeto de desejo. A obsessão pelo sexo,
bastante comum nos dias atuais, mostra que existe algo errado em relação ao
sexo. A erotização exacerbada está transformando as pessoas em sexólatras. Há
inclusive uma indústria do sexo para alimentar os vícios, dentre eles a
pornografia, que pode levar à prostituição. As teorias sociais mais
equilibradas em relação à sexualidade reconhece que essa é tanto biológica
quanto social. As pessoas nascem homem ou mulher, mas carecem também de
desenvolvimento, para manifestar a sexualidade. Os aspectos psicológicos também
não podem ser descartados. O desenvolvimento do desejo sexual acontece no
cérebro como resposta ao estímulo social. Uma região do cérebro, denominada
córtex cerebral, determina o prazer sexual. A erotização da sociedade está
fazendo com que as crianças desenvolvam, cada vez mais cedo, o desejo sexual. A
mídia, principalmente a televisão, explora demasiadamente o corpo feminino.
Como resultado, a iniciação sexual dos jovens está acontecendo cada vez mais
cedo.
2. O
SIGNIFICADO BÍBLICO DA SEXUALIDADE
A sociedade contemporânea desconhece, e em alguns
casos, se opõe ao modelo bíblico de sexualidade. A negação da doutrina do
pecado, revelada na Bíblia, (Rm. 3.23), contribui para práticas contrárias ao
padrão divino. A doutrina da queda precisa ser enfatizada, ressaltando suas
implicações inclusive quanto à sexualidade. Práticas homossexuais, e também
heterossexuais, estão marcadas pelo pecado. O princípio bíblico da sexualidade
se encontra em Gn. 1.27,28, homem e mulher foram criados a imagem de Deus,
macho e fêmea. O propósito fundamental do ato sexual é a procriação. A
sexualidade, por conseguinte, é parte do projeto inicial de Deus, antes mesmo
do pecado. A complementação do homem e da mulher se concretiza com maior
propriedade durante a relação sexual. O homem e a mulher foram criados, por
Deus, para o prazer sexual. Após a queda, conforme atestamos em Gn. 3.17-19, a
sexualidade perdeu o equilibro inicial. Isso tem resultado em distorções, não
apenas no comportamento homossexual, reprovado na Bíblia (Rm. 1.24-27; I Co.
6.11), mas também heterossexual. Não apenas a prática homossexual é pecado,
também a relação com animais (Lv. Dt. 27.21); a prostituição (I Ts. 4.3); a
fornicação (I Co. 6.15), o estupro (Dt. 22.25,26), o incesto (Dt. 27.20-23); a
poligamia (Lv. 18.18) e o adultério (Dt. 22.22). A palavra grega porneia, no
Novo Testamento, comumente traduzida por imoralidade sexual, abrange toda essa
gama de pecados sexuais. A sexualidade, de acordo com a Palavra de Deus, é
digna de honra, pois “venerado seja entre todos o matrimônio, e o leito sem
mácula” (Hb. 13.4). Ainda que Paulo tenha recomendado que o melhor fosse ficar
solteiro, ele mesmo reconhece que nem todos têm esse dom (I Co. 7.7-8). Na
verdade, ao invés do abrasamento, e de um celibato imposto, o melhor mesmo é
casar (I Co. 7.9). E tem mais, marido e mulher têm obrigações sexuais a serem
cumpridas (I Co. 7.2-5). A negação do ato sexual, defendido pelo catolicismo, é
influência do platonismo grego. O livro bíblico de Cantares é uma expressão
poética da sexualidade vivida de acordo o padrão divino (Ct. 1.2; 16; 4.1-5;
5.11-16; 7.1-8).
3. ORIENTAÇÕES
CRISTÃS PARA A SEXUALIDADE
Existem muitas dúvidas em relação à sexualidade no
contexto cristão. Os crentes geralmente querem respostas para perguntas
específicas. Mas a Bíblia não apresenta respostas para todas as perguntas,
apenas alguns princípios gerais. A seguir destacamos algumas orientações para a
sexualidade cristã: 1) o grau de envolvimento sexual deve ser proporcional ao
grau de amor e compromisso, por isso o sexo antes do casamento não pode ser
motivado; 2) limites devem ser postos, a fim de evitar desejos desenfreados,
que viciam; 3) os cônjuges devem testar suas motivações pessoais para o
envolvimento e atividade físicas, não apenas o prazer individual; 4) a
comunicação, mais propriamente, o diálogo deve fazer parte do ato sexual, os
cônjuges devem conversar a respeito; 5) ambos os cônjuges são responsáveis de,
através do diálogo, determinar quais são os limites da relação; 6) nem tudo
pode ser permitido, ainda que, não necessariamente seja pecado, o respeito pelo
outro deve ser considerado. O princípio da mutualidade deve conduzir a relação
sexual, o marido e a mulher devem buscar a satisfação do outro. Como resultado,
ambos conseguirão extrair o melhor do relacionamento sexual, consoante a
orientação paulina em I Co. 7.4,5. A palavra-chave grega, nesse texto, é
symphomnou, isto é, em sintonia. A relação sexual entre um marido e uma mulher,
como respaldada pela Bíblia, é uma harmoniosa sinfonia. Isso acontece quando a
sexualidade está fundamentada em uma aliança incondicional, não em um mero
contrato, ou mesmo no desejo sexual desenfreado, que é pecado. Isso também
envolve graça, a aceitação das limitações do outro, inclusive na área sexual. A
erotização supervalorizou o orgasmo, ele foi escolhido como manifestação da
liberação sexual feminina. É natural que as mulheres o busquem, mas sem
transformá-lo em uma obsessão. Os cônjuges devem tirar proveito daquilo que um
pode oferecer ao outro no ato sexual, sem cobranças descabidas ou imposições. A
intimidade sexual deve aumentar na medida em que também aumenta o grau de
compromisso no casamento.
CONCLUSÃO
O sexo foi criado para o homem e a mulher não
apenas para a procriação, mas também para o prazer. Marido e mulher, diante de
Deus, e em conformidade com a Bíblia, devem investir no ato sexual. Nada há de
pecado na sexualidade sadia, dentro da aliança conjugal, firmada perante Deus e
os homens. A proibição do sexo, mesmo dentro do casamento, enfatizada em
algumas igrejas, é influência do dualismo grego. O ato sexual, se praticado dentro
dos princípios bíblicos, é também uma forma de glorificar a Deus (II Tm. 3.16).
Boa noite.
ResponderExcluirEstou retribuindo a visita que fez ao meu blog.
Volto depois com mais calma.
http://alienxpredador.blogspot.com.br/
Abraços
Álien a fera