sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Diferença Entre Arrependimento e Remorso




"A tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação e não produz remorso, mas a tristeza segundo o mundo produz morte." (2 Co 7:10)

Meus amados e queridos irmãos em Cristo Jesus a Paz do Senhor!

Acompanhe comigo este surpreendente estudo bíblico sobre a diferença entre o verdadeiro arrependimento versus remorso. Vamos acompanhar.

• REMORSO OU ARREPENDIMENTO?

No remorso ficamos tristes, abatidos, mas vamos repetir o mesmo erro. No arrependimento, mudamos de rumo, mudamos de atitude. No remorso vamos para a morte.

No arrependimento para a vida. Há uma grande diferença, amados, entre sentir remorso e se arrepender. No remorso vamos para Satanás, no arrependimento para Deus. No remorso para o pecado, no arrependimento para a santificação.

• REMORSO OU ARREPENDIMENTO?

Pedro negou 3 vezes, arrependeu-se, vimos o que aconteceu, viveu. Judas uma vez, sentiu remorso, suicidou-se. No texto de Pedro podemos ver claramente o arrependimento de Pedro logo após ter negado a Jesus por 3 vezes , quando o galo cantou Pedro caiu em si, e viu a realidade de sua natureza humana e chorou muito em arrependimento. Logo após vemos Judas com tanto remorso que se suicidou.

Mt 26:69 a 75 - Pedro nega a Cristo 3 vezes e arrepende-se(Mt 27 3 - 5 - Judas após entregar a Cristo, sentiu remorso devolveu as moedas e suicidou-se. Vemos aqui dois exemplos um de vida outro de morte:

• 6. REMORSO OU ARREPENDIMENTO?

O remorso traz uma tristeza tão profunda que toma conta da alma e leva a morte, a separação de Deus,ao suicídio. O Espírito Santo de Deus não age no remorso O arrependimento, é a decisão de não cair novamente, é chorar com sinceridade diante de Deus pedindo perdão , então o Espírito Santo atua em nós, nos fazendo enxergar o mal que causamos à Deus.

É um sentimento que o Espírito Santo de Deus coloca em nós. E nos leva à vida, vida com Deus, é uma tristeza que é transformada em alegria pelo perdão de Deus. Há uma diferença muito grande entre remorso e arrependimento.

"Vejam o que esta tristeza segundo Deus produziu em vocês: que dedicação, que ansiedade para estarem isentos de culpa, que preocupação, que desejo de ver justiça feita! Em tudo vocês se mostraram inocentes a esse respeito." (2 Co 7:11).

No versículo que tomei como texto fala de duas classes de tristeza causada pelo pecado, uma obra arrependimento para salvação, a outra obra para morte. Paulo alude ao que se costuma chamar as duas classes de arrependimento. E este é o tema do que quero falar esta noite.

ARREPENDIMENTO VERDADEIRO E ARREPENDIMENTO FALSO


Sumário da matéria:

I. O que é o arrependimento verdadeiro.
II. Como se pode conhecer.
III. O que é arrependimento falso e espúrio.
IV. Como se pode conhecer.

Já é hora de que os que professam ser religiosos aprendam a discriminar muito mais do que fazem com respeito à natureza e ao caráter de vários aspectos da religião. Se fosse assim, a Igreja não estaria cheia de professos falsos e sem proveito.

Ultimamente tenho me dedicado a examinar, uma e outra vez, a razão pela que há tanta religião espúria, e tenho procurado averiguar a causa deste problema.

É notório que há multidões de pessoas que se consideram religiosas e que não são, a menos que a Bíblia seja falsa. Por que há tantos que se enganam? Por que têm a idéia de que tinham se arrependido quando todavia são pecadores impenitentes. A causa está, sem dúvida, na falta da instrução que lhe permitiria discriminar com respeito aos fundamentos da religião, e especialmente com respeito ao que é arrependimento verdadeiro e arrependimento falso.

I. Vou mostrar agora o que é verdadeiro arrependimento.

Implica uma mudança de opinião com respeito à natureza do pecado, e esta mudança de opinião vai seguida de uma mudança correspondente dos sentimentos com respeito ao pecado. O sentimento é o resultado do pensamento.

E quando esta mudança de opinião é tal que produz uma mudança correspondente de sentimento, se a opinião é reta e há o sentimento correspondente, isto é verdadeiro arrependimento.

Deve ter a opinião reta. A opinião adotada agora deve ser uma opinião semelhante a que Deus tem com respeito ao pecado. A tristeza segundo Deus, tal como Deus requer, deve proceder de um ponto de vista com respeito ao pecado como o que tem Deus.

Primeiro: Tem que haver uma mudança de opinião com respeito ao pecado.

1. Uma mudança de opinião com respeito à natureza do pecado.
Para o que se arrependeu verdadeiramente o pecado lhe parece algo muito diferente que a aquele que não se arrependeu. Em vez olhá-lo como uma coisa desejável ou fascinante, lhe parece algo aborrecível, detestável, e se assombra de que havia desejado algo assim.

Os pecadores impenitentes podem olhar o pecado e ver que está destruindo-os, porque Deus vai castigá-los por este pecado; mas, depois de tudo, parece tão desejável em si; o amam tanto, que não querem separar-se dele. Se o pecado pudesse terminar na felicidade, esta seria sua porção definitiva.

Mas, para o outro, o que se arrepende, é diferente; este olha sua própria conduta com algo aborrecível. Olha para trás e exclama: "Que detestável, que odioso, quão digno do inferno; e isto estava antes em mim!"

2. Uma mudança de opinião do caráter do pecado com respeito a sua relação com Deus. Os pecadores não vêem porque razão Deus ameaça o pecado com castigos tão terríveis.

O amam tanto que não podem ver porque Deus tem que considerá-lo merecedor de um terrível castigo. Quando são convencidos do pecado o vêem baixo a mesma opinião que um cristão, e só desejam a mudança de sentimento correspondente para chegarem a ser cristãos.

Muitos pecadores vêem sua relação com Deus como merecedora da morte eterna, mas seu coração não vai com sua opinião. Este é o caso dos demônios e dos espíritos maus no inferno. Note-se, no entanto: é necessária uma mudança de opinião para o verdadeiro arrependimento e sempre lhe precede. O coração nunca vai a Deus com um verdadeiro arrependimento a menos que haja uma mudança prévia de opinião sem arrependimento, mas não há arrependimento genuíno sem uma mudança de opinião.

3. Uma mudança de opinião com relação às tendências do pecado.
Antes o pecador pensa que é incrível que o pecado possa ser merecedor, por si só, de um castigo eterno. É possível que mude de ponto de vista quanto a esta opinião sem que se arrependa, mas é impossível que alguém se arrependa verdadeiramente sem uma mudança de opinião. O homem vê o pecado em sua tendência, como destruidor para ele, e para os demais, a alma e o corpo, para o tempo e a eternidade, e discrepando com tudo o que é bom e feliz no universo.

Vê que o pecado é apropriado em suas tendências para causar dano a todos e a ele mesmo, e que não há remédio para ele mesmo exceto o abster-se de modo universal ao mesmo. O diabo o sabe também. E é possível que saibam alguns pecadores que se encontram agora nesta congregação.

4. Uma mudança de opinião com respeito ao merecimento do pecado.
A palavra traduzida com arrependimento implica tudo isto. O pecador descuidado carece quase de idéias retas, inclusive quanto ao que se refere a esta vida, com respeito ao merecimento do pecado. Ainda supondo que admite em teoria que o pecado merece a morte eterna, não o crê. Se cresse seria impossível seguir sendo um pecador descuidado.

Está enganado se supõe que ele, de modo sincero, aceita a opinião de que o pecado merece a ira de Deus para sempre. Mas o pecador que foi despertado e convencido já não tem dúvidas mais disto do que da existência de Deus. Vê claramente que o pecado merece o maior castigo da parte de Deus. Sabe que isto é um simples fato.

Segundo: No verdadeiro arrependimento tem que haver a mudança de sentimento correspondente.

A mudança de sentimento se refere ao pecado em todos estes pontos: sua natureza, suas relações, suas tendências e seu merecimento. O indivíduo que se arrepende verdadeiramente não só vê o pecado como detestável e ruim, merecedor de aborrecimento, senão que realmente o aborrece, o odeia em seu coração. Uma pessoa pode ver o pecado como prejudicial e abominável; contudo seu coração o ama, o deseja, se adere a ele. Mas quando se arrepende verdadeiramente o aborrece de todo seu coração e renuncia ao mesmo.

Em relação com Deus seu sentimento com respeito ao pecado é tal como este merece. E aqui há a fonte desta torrente de tristeza no qual os cristãos irrompem, quando contemplam o pecado. O cristão o vê quanto a sua natureza, e simplesmente, sente aborrecimento. Mas quando o vê em sua relação a Deus, então chora; as fontes de sua tristeza seguem manando, e quer livrar-se dele, prostrar-se e deixar correr uma torrente de lágrimas por seus pecados.

Logo, quanto às tendências do pecado, o indivíduo que se arrepende verdadeiramente o vê tal como é. Quando olha o pecado em suas tendências, se desperta nele um desejo veemente de pará-lo, de salvar as pessoas de seus pecados, de fazer voltar para trás o curso do avanço da morte.

Acende-se seu coração, se põe a orar, a trabalhar, a arrancar os pecadores do fogo com toda força, a salva-los das terríveis tendências do pecado. Quando o cristão põe sua mente nisto, vai mover-se para que os homens renunciem a seus pecados. É como se visse aos homens beber veneno, que sabe que os destruirá, e levanta a voz, adverte-os que VIGIEM.

Ele sente o correto, quanto ao merecimento do pecado. Ele não tem apenas uma convicção intelectual que o pecado merece uma punição perpétua, mas ele sente que isso é tão certo e tão racionável, e tão justo para Deus condená-lo para a morte eterna, que está longe de encontrar falha na sentença da lei que condena ele, ele acha a maravilha do céu, a maravilha das maravilhas, que Deus pôde perdoá-lo.

Em vez de pensar que é duro, ou severo, ou cruel da parte de Deus, que pecadores incorrigíveis vão para o inferno, ele contempla uma excessiva indignação que ele não se enviou para o inferno ele mesmo, e que toda essa culpa do mundo já não foi há muito tempo lançada no fogo sem fim.

A última coisa do mundo que ele iria reclamar é que todos os pecadores não são salvos, mas Oh, é uma maravilha da misericórdia que todo o mundo não está condenado. E quando ele pensa que é um pecador salvo, ele sente uma gratidão que ele nunca conheceu semelhante até ele ser cristão.

II. Vou mostrar quais são os frutos ou efeitos do arrependimento genuíno.

Quero mostrar a vocês quais são as obras do verdadeiro arrependimento e deixar claro em vossa mente que podem saber de modo infalível se arrependeram ou não.
1. Se teu arrependimento é genuíno há em tua mente uma mudança consciente nos pontos de vista e nos sentimentos com respeito ao pecado.
Disto você será tão consciente como foi antes de uma mudança de vista e de sentimentos com respeito a qualquer outro tema na vida. Como se pode saber? Porque neste ponto houve uma mudança em você, as coisas velhas já foram abandonadas e tudo se fez novo.

2. Quando o arrependimento é genuíno, a disposição para voltar a pecar desaparece.

Se você se arrependeu de veras já não ama o pecado; não se abstém dele por medo, não o evita pelo castigo, senão que o odeia. O que você diz disso? Você tem a segurança que sua disposição de cometer o pecado desapareceu? Olhe os pecados que você costumava praticar quando era impenitente.

O que te parecem agora? Parecem-te agradáveis? Você gostaria de voltar a praticá-los se fosse desafiado? Se for assim, fica a você a disposição para pecar, e que só foi convencido do pecado. Tuas opiniões sobre o pecado podem ter mudado, mas se permanece o amor ao pecado, tenha a absoluta certeza de que é todavia um pecador impenitente.

3. O arrependimento genuíno obra uma reforma na conduta.
Entendo que esta idéia está principalmente indicada no texto onde diz: "A tristeza que é segundo Deus produz um arrependimento para salvação". O arrependimento segundo Deus produz uma reforma da conduta. De outro modo, é uma repetição da mesma idéia; ou seja, que o arrependimento produz arrependimento.

Por isso suponho que o apóstolo está falando de uma mudança na mente que produz uma mudança de conduta que termina na salvação. Permita-me agora perguntar se você está realmente reformado. Abandonou teus pecados? Ou está praticando eles ainda? Se for assim, ainda é um pecador. Não importa quanto haja mudado tua mente, se não trouxe uma mudança de conduta, tua reforma real não é arrependimento segundo Deus, ou seja, o que Deus aprova.

4. O arrependimento, quando é verdadeiro e genuíno, conduz a confissão e a restituição.
O ladrão não se arrependeu enquanto que guarda o dinheiro que roubou. Pode ter convicção de pecado, mas não arrependimento. Caso tenha se arrependido, devolve o dinheiro. Se você me defraudou e não me devolve o que me tirou injustamente, ou se injuriou ou prejudicou a alguém e não retificou o dano que causou pelo que te corresponde, não se arrependeu verdadeiramente.

5. O verdadeiro arrependimento é uma mudança permanente de caráter e de conduta.
O indivíduo que se arrependeu verdadeiramente, que mudou suas opiniões e seus sentimentos, já não mudará outra vez, não voltará a amar o pecado. Lembre isto bem, que o pecador penitente verdadeiro experimenta sentimentos dos que não voltará a arrepender-se. O texto diz que são "para salvação". Vai direto ao mesmo descanso do céu. A mesma razão pela que termina em salvação é que não volta a arrepender-se de havê-lo feito.

E aqui não posso por menos que fazer ressaltar que se vê porque a doutrina da Perseverança dos Santos é verdadeira, e o que significa. O verdadeiro arrependimento é uma mudança de sentimentos tão completo e o indivíduo que o experimenta chega a aborrecer de tal modo o pecado, que perseverará nele, e não voltará atrás de seu arrependimento para voltar ao pecado outra vez.

III. Vou falar agora do falso arrependimento.

O arrependimento falso ou espúrio nos é dito que é do mundo, a tristeza do mundo; isto é, a tristeza pelo pecado que procede de considerações e motivos mundanos, relacionados com a vida presente, ou no máximo, considera a "própria felicidade" num mundo futuro, sem olhos à verdadeira natureza do pecado.

1. Não se fundamenta numa mudança de opinião como o que se especificou que pertence ao verdadeiro arrependimento.
A mudança não é em pontos fundamentais. Uma pessoa pode ver as más conseqüências do pecado num ponto de vista mundano, e pode estar cheio de consternação. Pode ver a forma terrível em que afeta seu caráter, ou põe em perigo sua vida; que se algo de sua conduta escondida fosse descoberta, sofreria a vergonha e o opróbrio e isto lhe enche de temor e mal-estar. É muito comum que haja pessoas que tenham esta classe de tristeza do mundo, quando haja alguma consideração mundana no fundo de tudo.

2. O falso arrependimento está fundamentado no egoísmo.
Pode tratar-se de um forte sentimento de pena na mente do indivíduo, por haver feito o que fez, porque vê as más conseqüências que lhe vai produzir, porque lhe faz sentir desgraçado, ou lhe expõe a ira de Deus, ou prejudica sua família ou seus amigos, ou porque produz dano para ele, no tempo ou na eternidade. Tudo isto é puro egoísmo. Pode sentir remorso na consciência, um REMORSO que lhe rói e lhe consome, e não ser verdadeiro arrependimento. 

IV. Vou mostrar como se pode conhecer este arrependimento falso ou espúrio.

1. Deixa os sentimentos sem mudar.
Deixa no coração uma disposição para o pecado intacta e sem submeter. Os sentimentos em relação à natureza do pecado não mudaram, e o indivíduo ainda sente o desejo de pecar. Abstém-se de fazê-lo, não porque o aborrece, senão porque teme suas conseqüências.

2. Leva à morte.
Leva a uma dissimulação hipócrita. O indivíduo que passou por um verdadeiro arrependimento está disposto a que se saiba que se arrependeu que era um pecador. O que só tem um falso arrependimento dá toda classe de desculpas e mentiras para encobrir seus pecados e tem vergonha de seu arrependimento. Quando o chamamos para o banco dos penitentes cobre seus pecados com toda classe de desculpas, tratando de dissimulá-los, e de atenuar sua gravidade.

Caso fale-se de sua conduta passada sempre o faz em termos suaves e favoráveis. É visto nele uma constante disposição a encobrir seu pecado. Este arrependimento conduz à morte. O faz cometer um pecado atrás de outro. Em vez de uma sincera expressão sentida e franca, com o coração aberto, se vê um palavreado, um alisar e dissimular as coisas, atenuando-as de tal forma que a confissão se converte em não confessar nada.

O que você diz disso? Você se envergonha de que alguém te fale de seus pecados? Se for assim, tua tristeza é só tristeza do mundo, e obra para a morte. Quantas vezes se vêem pecadores que tratam de evitar a conversação sobre seus pecados e ao mesmo tempo se chamam buscadores ansiosos, e esperam fazerem-se cristãos desta maneira.

Esta classe de tristeza também se encontra no inferno. Não há dúvida que os desgraçados habitantes do abismo desejam escapar da presença de Deus. Não é esta a tristeza que se encontra no céu pelo pecado. Esta tristeza é franca, simples, aberta e plena.

Esta tristeza não está em desacordo com a verdadeira felicidade. Os santos transbordam felicidade, e contudo, sentem tristeza plena, franca, por seu pecado. Mas esta tristeza do mundo está envergonhada de si mesma, é pobre e mesquinha e leva a morte.

3. O falso arrependimento produz só uma reforma parcial da conduta.
A reforma que produz a tristeza do mundo se estende só às coisas das quais o indivíduo foi convencido com força. O coração não mudou. É visto que evita só aqueles pecados cardinais dos quais se tem mostrado a evidência nele.

4. Em geral, a reforma produzida por uma tristeza falsa é temporal inclusive naquelas coisas que foram reformadas.
O indivíduo está recaindo continuamente em seus antigos pecados. A razão é que a disposição a pecar não desapareceu, só está detida ou restringida pelo temor, e tão pronto como tem esperança e pertence à igreja, e está corroborando de modo que seus temores têm minguado, se lhe vê gradualmente recaindo em seus antigos pecados.

Queria que entendessem este ponto bem. Aqui está o fundamento de todas essas adequações e iniciações em religião que se vêem com tanta freqüência. As pessoas se sentem despertados, convencidos, pouco a pouco se lhes entra a esperança e se estabelecem em uma falsa segurança, e logo se deslizam. 

Você pode ir por todos os estratos da sociedade e nos casos em que há conversações a fundo verá que os pecados em que mais cometiam antes da conversão se encontram muito remotos agora.

O convertido verdadeiro é o que com menos probabilidade vai cair neles de novo, porque os aborrece ao máximo. Mas o que vive enganado e orientado segundo o mundo, sempre tende a cair nos mesmos pecados.

A mulher que ama os vestidos volta a cair de novo com toda a sua glória, e fracassa como ela costumava fazer. A fonte do pecado não foi quebrada. Não purificou a iniqüidade de seu coração, senão que permaneceu neles em todo momento.

5. É uma reforma forçada.
A reforma produzida pelo falso arrependimento não é só uma reforma parcial e uma reforma temporal, é também uma reforma forçada e obrigada. A reforma do que se arrependeu de veras é de coração; já não tem disposição para o pecado. Nele se cumpre a promessa da Bíblia.

“Encontra em realidade que: Os caminhos do sábio são prazerosos; todas suas sendas são paz.” Encontra que o jugo do Salvador é fácil e a carga é ligeira. Tem notado que os mandamentos de Deus não são gravosos, senão que enchem de gozo. Que são mais desejáveis que o ouro, sim, mais que o ouro refinado; mais doces que o mel e que a colméia.

Mas esta classe de arrependimento espúrio é muito diferente: é um arrependimento legal, o resultado do temor e não do amor; um arrependimento egoísta, longe da mudança de coração voluntário, livre, desde o pecado à obediência. Se há alguns indivíduos aqui que têm esta classe de arrependimento sabem bem que não se abstêm do pecado porque estão decididos a fazê-lo, porque o odeiam, senão que o fazem por outras considerações.

Trata-se de que a consciência interfere e o impede, ou é o temor de que possam perder sua alma, ou perder sua esperança, ou perder seu caráter mais bem que o aborrecer o pecado ou amar o dever.

7. Conduz a falsa segurança.
O indivíduo supõe que a tristeza do mundo que teve é o verdadeiro arrependimento, e confia nela. É um fato curioso que, enquanto que pude averiguar o estado mental desta classe de pessoas, parece que dão por definitivo que Cristo as salvará porque sentiram tristeza por seus pecados, ainda que não são conscientes de que tenham sentido que descansam em Cristo.

Eles têm sentido tristeza, e isto lhes tem dado alívio. Têm se sentido melhor e agora esperam ser salvos por Cristo, quando sua própria consciência lhes ensina que nunca tinham confiado de coração em Cristo.

8. Endurece o coração.
O indivíduo que tem esta classe de tristeza se torna mais duro em seu coração, em proporção ao número de vezes que exercitou esta tristeza. Se tem emoções fortes de convicção de pecado e seu coração não foi quebrantado e fluído ao exterior, as fontes do sentimento vão se secando, e seu coração é cada vez mais difícil de alcançar.

Considere um cristão real, que se arrependeu de veras, e cada vez que se dá conta disto vai prostrando-se mais e mais diante de Deus, e se torna mais doce, mais emocionado, mais terno, e mais submisso à bendita Palavra de Deus, enquanto que vive, e por toda a eternidade. Seu coração entra no hábito de ir ao compasso das convicções de seu entendimento e se volta mais dócil e tratável, como um neném.

Aqui há a grande diferença. As igrejas ou os membros individuais, que tem só este arrependimento do mundo passam por um avivamento, se despertam e se embaraçam e logo se esfriam outra vez. O processo pode se repetir, e se encontrará que desta vez são mais e mais difíceis de despertar, até que finalmente se voltam tão duras como a pedra, e já não podem ser avivadas outra vez.

Em oposição a estas igrejas há as igrejas e os indivíduos que tem experimentado o verdadeiro arrependimento. Se estes passam por avivamentos sucessivos, se encontra que cada vez são mais ternos e maduros até que chega um momento em que quando ouvem o toque da trombeta do avivamento, já ficam elétricos e ardem, dispostos para o trabalho.

Esta distinção é tão evidente como a que há entre a luz e as trevas. Pode se observar entre as igrejas e entre os membros das igrejas.

O princípio se vê ilustrado nos pecadores que, depois de haver passado por vários avivamentos acabam desviando-se da religião, e ainda que os céus enviem nuvens de misericórdia sobre suas cabeças, não fazem caso ou as rejeitam.

É o mesmo nas igrejas e nos membros; se eles não têm o verdadeiro arrependimento cada nova experiência endurece mais seu coração e faz mais difícil que sejam alcançados pela verdade.

9. Cauteriza a consciência.
É provável que estas pessoas ao princípio sintam inquietude quando a verdade ilumina sua mente. Pode que não tenham tanta convicção como um cristão real. Mas o cristão real está cheio de paz ao mesmo tempo que as lágrimas fluem de sua convicção de pecado. E cada nova convicção lhe faz mais cuidadoso, vigilante, tenro, até que sua consciência se torna como a menina dos olhos, tão sensíveis que a simples aparência de mal lhes ofende.

Mas a outra classe de tristeza, que não conduz a uma renuncia sincera do pecado, deixa o coração mais duro do que antes, e pouco a pouco cauteriza a consciência como faria um ferro incandescente. Esta tristeza produz morte.

10. Rejeita a Jesus Cristo como base de sua esperança.
O depender da reforma, ou da tristeza, ou do que seja, não conduz a confiar em Jesus Cristo, de tal modo que o amor de Cristo lhe constrange para trabalhar todos os dias de sua vida por Cristo.

11. É passageiro, temporal. Esta classe de arrependimento é aquele do que quem se arrepende. Pouco a pouco, se encontrará que estas pessoas acabam envergonhando-se dos sentimentos profundos que tinham tido. Não querem falar deles, e se o fazem é de modo leviano e frio.

Pareciam muito emocionados durante o avivamento, e mostravam atividade e interesse, como os demais, ou até mais, e é provável inclusive que fossem extremistas. Mas, uma vez o avivamento tenha terminado se oporão a tomar novas medidas, irão mudando e se envergonharão de sua diligência. Na realidade se arrependem de seu arrependimento.

3. Aqui podemos ver o que passa aos cristãos professos que crêem que é uma cruz o ser muito rigoroso na religião.
Estas pessoas estão pondo sempre desculpas por seus pecados e defendendo certas práticas que não estão de acordo com a religião estrita. Mostram que ainda amam ao pecado e seguirão nele enquanto e até onde se atrevem. Se fossem verdadeiros cristãos, o aborreceriam e considerariam que é uma cruz o serem arrastados a ele.

4. Aqui se vê a razão pela que alguns não sabem o que é gozar da religião.
Não estão contentes e alegres na religião. Estão apenados porque têm que separar-se de tantas coisas que amam, ou porque têm que renunciar a certa quantidade de dinheiro. Encontram-se como em brasas constantemente.

Em vez de regozijar-se em toda oportunidade de negar-se a si mesmo, e gozar-se na verdade, por mais crua que seja, é uma grande prova que lhes digam que façam seu dever, quando este interfere com suas inclinações e hábitos. A pura verdade lhes molesta. Por que? Porque seus corações não desfrutam fazendo seu dever. Se gostassem dariam graças por cada oportunidade de fazê-lo, e isto lhes fariam felizes.

Sempre que você vê essas pessoas, se eles se sentem exprimidos e angustiados porque a verdade pressiona eles, se seus corações não se renderam e na prosseguiram com a verdade, HIPÓCRITA é o nome de todos esses professos de religião.

Se você vê que eles estão angustiados como pecadores ansiosos, e que quanto mais você indica os pecados deles mais eles ficam angustiados, você pode ter certeza, que eles nunca se arrependeram realmente de seus pecados, nem se entregaram para Deus.

5. Vemos porque muitos convertidos professos, que ao tempo de sua conversão davam mostras de encontrarem-se afetados por ela de grande maneira, depois se tornam apóstatas.
Sentiam-se profundamente convencidos e molestados, e depois que encontraram alívio seu gozo foi grande e foram felizes durante um tempo. Mas, pouco a pouco, declinaram, e finalmente se apartaram. Na realidade, ainda que alguns chamem isto o cair da graça, a verdade é que se apartaram dentre nós porque não eram dos nossos. Nunca tinham se arrependido com o arrependimento que destrói a disposição para o pecado.

6. Por isso os que tornam atrás são tão desgraçados.
Talvez alguém infira que eu suponho que todos os verdadeiros cristãos são perfeitos no que digo sobre a disposição ao pecado, que é destruída e mudada. Não pode-se tirar esta inferência. Há uma diferença radical entre o cristão que volta atrás e o hipócrita que volta de sua profissão. O hipócrita ama o mundo e se goza regressando ao mesmo. Pode ter algo de temor e de remorso, e de apreensão sobre sua perda de caráter, mas depois de tudo ama o pecado.

Não é este o caso do cristão que volta atrás. Este perde seu primeiro amor, logo cai numa tentação e entra em pecado. Mas não o ama; se sente amargurado por ele; infeliz e afastado do lar. Naqueles momentos não possui o Espírito de Deus, nem o amor de Deus em exercício que lhe impede cair em pecado, mas não ama o pecado; se sente desgraçado. É muito diferente do hipócrita.

Aquele, quando abandona o amor de Deus, pode ser entregue a Satanás durante um tempo, para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo, mas não pode voltar a gozar do pecado como antes, nem deleitar-se como antes nos prazeres do mundo. Não pode submergir na iniqüidade. Enquanto continua vagueando, é um miserável. Se há um assim aqui esta noite, você sabe disso.

7. Compreende-se porque os pecadores convencidos temem prometer que vão a renunciar a seus pecados.
Dizem que não se atrevem a fazê-lo, porque têm medo de que não poderão cumprir a promessa. Esta é a razão: "Amam ao pecado". O alcoólico sabe que ele gosta de rum, e ainda que possa ver-se constrangido a cumprir sua promessa e abster-se do mesmo, contudo, seu apetite o deseja. E o mesmo ocorre com o pecador convencido. Sente que ama o pecado, que seu contato com o pecado não foi quebrado ainda, e não se atreve a dar sua promessa.

8. Por isso alguns que professam religião se opõem às promessas.
É pelo mesmo princípio. Amam tanto a seus pecados que sabem que seus corações procurarão encontrar satisfação e temem prometer renunciá-los.

É por isso que muitos que dizem ser cristãos recusam unir-se à igreja. A razão secreta é que sentem que seus corações ainda desejam o pecado, e não se atrevem a entrar sob as obrigações do pacto da igreja. Não querem estar submetidos à disciplina da igreja no caso que pequem. Este homem sabe que é um hipócrita.

9. Os pecadores que têm tristeza do mundo podem ver agora onde está a dificuldade, e qual é a razão pela que não se convertem.Se você está disposto a renunciar a teus pecados, você pode mostrá-lo na forma que disse. Mas se ainda ama a teus pecados e quer retê-los, você pode seguir sentado em teu assento.

E agora: "Vamos dizer a Deus em oração que estes pecadores não estão dispostos a renunciar a seus pecados, e que ainda que estejam convencidos de estar no erro, amam seus ídolos e querem segui-los?" Que o Senhor tenha misericórdia deles, porque seu destino é terrível.

Meu amado irmão entenda que nem sempre a tristeza pelo pecada é um claro sinal de arrependimento.

Necessário é que a tal pessoa além dessa tristeza sinta a presença e um conseqüente abandono do pecado, para que o Senhor através do seu Espírito Santo possa habitar em nossos corações, em nome de Jesus, amém! 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Divórcio à Luz da Bíblia




O divórcio deve ser empregado apenas em última instância, quando o adúltero não demonstrar arrependimento genuíno repetindo esse ato vil que abala a confiança do cônjuge, machuca-o e desestrutura o vínculo conjugal.

O índice de divórcios no Brasil cresce a cada ano. É comum ver casais que se casam rapidamente e se separam em uma velocidade maior ainda.

Divórcio não é algo recomendado por Deus e nem que O agrada, mas, à luz da Bíblia, há uma circunstância em que o divórcio é permitido.

O padrão divino para o casamento é, segundo as palavras de Jesus, que seja indissolúvel (Marcos 10.9). Mas há uma larga diferença entre o ideal e o real. Logo, conhecendo a dureza do coração humano e seus problemas de relacionamento, Deus permitiu exceções ao Seu projeto inicial, especialmente em casos de violência doméstica, abusos emocionais e sexuais e casos contumazes de adultério.
Quando foi indagado a respeito de o divórcio ser ou não permitido segundo a Lei mosaica, Jesus explicou: Moisés, por causa da dureza do vosso coração, vos permitiu repudiar vossa mulher; mas, ao princípio, não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério. Mateus 19.8,9

Não havendo infidelidade, o divórcio é ilegítimo, pois não põe fim ao vínculo do casamento. Mas, o mesmo não se pode dizer quando o motivo é o adultério. No caso de simples repúdio por motivo fútil, o divórcio é ilegítimo aos olhos de Deus.

De acordo com a Bíblia, para Deus, o ideal é que não haja traição e que, havendo, o perdão seja liberado. Mas, por causa da dureza do coração do homem (Mateus 19.8), da sua incapacidade de perdoar, o traído pode divorciar-se e casar-se de novo.

Entretanto, isso não significa que o divórcio deva acontecer automaticamente quando o cônjuge comete adultério. Aqueles que descobrem que seu parceiro foi infiel devem primeiro fazer todo o esforço para perdoar, reconciliar-se e restaurar o relacionamento.

O divórcio deve ser empregado apenas em última instância, quando o adúltero não demonstrar arrependimento genuíno repetindo esse ato vil que abala a confiança do cônjuge, machuca-o e desestrutura o vínculo conjugal.

Algumas pessoas empregam Romanos 7.1-3 para respaldar uma posição contrária a um novo casamento em qualquer hipótese. Afirmam que o que traiu e o que foi traído estão ligados até a morte. O contexto não permite tal entendimento. O objetivo do apóstolo Paulo era mostrar, especificamente aos judeus, a diferença entre a antiga e a nova aliança.

Utilizar esse texto para condenar o divórcio em qualquer hipótese é ser mais duro do que Jesus. É obrigar a pessoa a conviver com o outro sem jamais poder divorciar-se, ainda que seja traída ou agredida repetida e continuamente.

Se a nova aliança condenasse alguém a esse tipo de jugo, não se faria superior em nada à antiga, já que a Lei mosaica, nesse sentido, seria mais humana, tolerante e justa. Os judeus não tinham o casamento como indissolúvel. Eles conheciam as exceções. Jesus as interpretou de forma mais eficaz e restrita.



Fonte Autor: Pastor Silas Malafaia 

JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE



Texto Áureo: Fp. 2.5 – Leitura Bíblica: Fp. 2.5-11


INTRODUÇÃO
Na última aula destacamos que a humildade é uma das características do cristão, condição necessária para a unidade da igreja. Na de hoje aprofundaremos esse tema, apontando Cristo como o modelo ideal de humildade. Inicialmente destacaremos a humilhação de Cristo, em seguida sua exaltação, e ao final, a necessidade de vivermos, como cristão, na mesma humildade.

1. O CRISTO HUMILHADO
O texto bíblico tem sido amplamente debatido entre os estudiosos das Escrituras, muito usado para explanar a doutrina da kenosis, isto é, do esvaziamento de Cristo. Mas esse não é o foco principal dessa passagem, tendo em vista que Paulo estava orientando em relação a um problema prático na igreja de Filipos. Isso não deve ser motivo para desconsiderar o estudo teológico, apenas mostra que a teologia precisa está vinculada à prática. Os problemas não podem ser solucionados somente com base nas nossas experiências. A doutrina bíblica é o alicerce a partir do qual a liderança toma as decisões na igreja. É nesse sentido que a doutrina da kenosis (gr. Esvaziamento) tem como objetivo orientar os cristãos à humildade. Cristo abriu mão de usar seus atributos divinos em causa própria. Mesmo “subsistindo” (gr. hyparquein) em forma (gr. morphe) de Deus (Fp. 2.6), e sendo o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl. 1.16), “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”, isto quer dizer que Ele não considerou a sua igualdade a Deus, antes, por amor aos homens, decidiu esvaziar-se. Esse esvaziamento, verbo grego kenou, revela que Ele não deixou de ser Deus, nem mesmo que perdeu seus atributos, mas renunciou Sua glória celestial (Jo. 17.5). Isso para assumir a forma de servo (Fp. 2.7), nos evangelhos Ele se apresenta como um servo (Mt. 20.27; Mc. 10.45; Lc. 22.27). Quando os discípulos quiseram ser uns maiores do que outros, o Senhor radicalizou, pegou uma toalha e uma bacia e lavou os seus pés (Jo. 13.1-13). Cristo tomou a forma real de homem, não era apenas aparente, como defendiam os adeptos do docetismo gnóstico. Ele era homem tanto internamente quanto externamente, tornando-se semelhante a Adão, mas sem pecado. Ele também se fez semelhante (gr. homoioma), isso mostra que Cristo não tinha apenas sentimentos e intelecto humanos (gr. morphe), tinha também aparência humana. A realização extrema dessa humilhação foi demonstrada em Seu sacrifício (Fp. 2.8). Cristo foi obediente até a morte, e morte de cruz, para remover o pecado (I Pe. 2.24; II Co. 5.21).

2. O CRISTO EXALTADO
Para ser exaltado primeiramente Cristo precisou sacrificar-se, essa é uma lição para nós, o caminho da exaltação passa pelo vale da humilhação. A Bíblia revela que Deus exalta aqueles que se humilham (Mt. 23.13; Lc. 14.11; 18.14; Tg. 4.10; I Pe 5.6). Jesus não ficou na sepultura, Deus o ressuscitou de entre os mortos (At. 2.33; Hb.1.3), dando-LHE “toda autoridade no céu e na terra” (Mt. 28.18). A máxima bíblica, que não pode ser esquecida, principalmente nessa geração da projeção pessoal, é: “... todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado” (Lc. 18.14). Essa exaltação de Cristo não foi uma restituição da Sua divindade, pois essa Ele nunca perdeu, mas da Sua glória, que tinha antes que houvesse mundo (Jo. 17.5,6). Ele foi exaltado “sobremaneira” (gr. hyperhypsoun), tendo ultrapassado os céus (Hb. 4.14), feito mais alto que os céus (Hb. 7.26) e subindo acima de todos os céus (Ef. 4.10). A Sua exaltação demanda uma atitude daqueles que nEle creem, os quais devem reconhecer Seu senhorio (Fp. 2.10). A igreja, na condição de súdita do Reino de Deus, já se encontra diante do Senhor, mas, no futuro, quando o Reino for pleno, toda língua confessará que Jesus é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (Fp. 2.11; Ap. 5.13). Os apóstolos pregavam a respeito do senhorio de Cristo, mais que isso, eles viveram em submissão, reconhecendo Seu governo (At. 2.36; Rm. 10.9; Ap. 17.14; 19.16). Uma das primeiras confissões de fé da igreja cristã foi: Cristo é o Senhor, revelando Sua soberania. Isso significa que Ele está no comando de todas as coisas, nada ocorre sem Sua permissão. Muitos cristãos pregam a salvação, reconhecem Cristo como Salvador, mas não como Senhor. A igreja não pode esquecer essa doutrina fundamental das Escrituras: Cristo reina, portanto, devemos nos submeter à Sua voz. 

3. UM MODELO IDEAL
O triunfalismo está destruindo o modelo bíblico para a igreja cristã, não poucos líderes estão obcecados pelo poder temporal. Ninguém quer mais servir, alguns pastores acham-se quase deus, esqueceram que são, antes de tudo, diáconos (servos), tanto de Cristo quanto da igreja. Esse endeusamento acaba por provocar um desejo contido, uma neurose eclesiástica coletiva, implicando em doença no contexto da igreja. Os membros não querem ser diáconos, presbíteros nem pensar, evangelistas, talvez, mas a preferência nacional mesmo é a de ser pastor. Isso sem falar naqueles que são apóstolos, bispos, e se brincar, semideuses, em uma luta desenfreada para ser o maior. Paradoxalmente Jesus ensinou justamente o contrário, que quem quiser ser o maior deve ser o menor. A atuação dos membros na igreja deve está alicerçada no princípio da funcionalidade, isso porque somos partes de um mesmo corpo, com múltiplas funções, dependendo das necessidades (I Co. 12.12). O sistema eclesiástico torna-se doentio quando a hierarquia resulta em um fim em si mesmo. Os espaços são limitados, e as pessoas disputam as posições de poder. O resultado é pura carnalidade, conflitos infindos que se arrastam, na medida em que um derruba o outro, mirando assumir sua posição. Esse sistema alimenta muita inveja, faz com que as pessoas não estejam dispostas a servir, mas a bajular. Elas se aproximam das pessoas não porque as amam, ou porque lhes desejam bem, mas por interesse, a fim de tirar algum proveito. Diante desse quadro, precisamos recuperar o modelo bíblico da liderança servidora. Os pastores das igrejas locais precisam dar o exemplo, cultivar uma cultura bíblica do serviço, motivar os crentes a se colocarem a disposição uns dos outros, com genuíno amor cristão. As posições de liderança são bíblicas, e os pastores devem ser respeitados como tais, aqueles que se dedicam à Palavra, dignos de redobrada recompensa (I Tm. 5.17), mas devem ter cuidado para não se transformarem em celebridades evangélicas, alimentando um sistema fadado ao fracasso espiritual.

CONCLUSÃO
Cristo é o maior modelo de humildade, Ele conviveu com a disputa pelo poder nos tempos dos apóstolos. Os discípulos já sofriam da síndrome do espírito de grandeza, cada um queria ser maior que o outro. Paulo também teve que enfrentar esse problema em Filipos, e nós, nos deparamos com situações de disputas por posição a todo instante. Mas precisamos ter equilíbrio espiritual, e não esquecer, que, tal como Jesus, não fomos chamados para ser servidos, mas para servir (Mc. 10.45).

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O CRISTÃO E O USO DA INTERNET



Atualmente, um dos passa tempos preferidos de crianças, jovens e adultos é a internet.
Ela é uma ferramenta que pode ser usada para  o bem ou para o mal.Como você está usando?
Certamente você tenha orkut ou msn, que são os sites de relacionamentos mais usados  no Brasil.
Você como cristão, como está usando seu orkut?Com uma foto "bonitinha", com cara de "gatinho(a)"(VEJA TAMBÉM:NO REBANHO DO SENHOR NÃO EXISTEM GATINHOS(AS)).
 Muito se vê em jornais, pessoas que se passam por outras pessoas só para enganar crianças e jovens, afim de ter alguma relação com elas.Quem sabe alguma vez você estava navegando na internet, quando de repente lhe veio a curiosidade de acessar algum site que você ouviu falar que tem algum conteúdo impróprio, pelo fato de falarem que é impróprio, em nossas mentes gera uma curiosidade de saber o que tem lá.
Satanás usa alguns de seus discípulos para fazer o mal.Como? Veja um exemplo abaixo:
Uma pessoa coloca uma foto bonita que chame a atenção das pessoal, no orkut ou msn, daí lhe adiciona e começa com uma conversa que lhe agrade, vocês começam a ter uma certa intimidade, com um tempo essa pessoa lhe pede uma foto "sensual" sua, você manda e ela lhe retribui com uma suposta foto dela.Você cada vez mais confiando nela, acaba lhe dando informações na qual não devia, quando de repente ela tira a mascara pra você e coloca tudo na rede.
Isso foi só um exemplo, mas pode acontecer com qualquer um que não tenha ou não esteja em comunhão com Deus, devemos estar sempre vigilantes para não cair-mos nas ciladas do inimigo.
Que este blog seja um exemplo de como fazer o bem usando este vasto sistema que é a internet.
Envie diariamente versículos da Bíblia para toda a sua lista de contatos, e com certeza Deus vai lhe abençoar.

Exemplo Prático de Defesa da Fé O Caso de Saul e da Pitonisa de Endor


Texto: I Samuel 28:5-20


A.Introdução

Nas semanas anteriores vocês tiveram contato com alguns dos aspectos teóricos e conceituais da defesa da fé. Hoje veremos o lado prático desta questão.

Antes de entrarmos diretamente numa demonstração da defesa da fé, é necessário esclarecer que muitas seitas costumam fazer uso da Bíblia para fundamentarem suas doutrinas. Ao fazerem isso, costumam cometer alguns dos seguintes erros:

Interpretação fora de contexto. É o caso onde o versículo é interpretado de forma isolada e passa a ter um sentido completamente diferente do que teria se fosse interpretado dentro do contexto.

Introdução de sentidos distorcidos que mudam o significado natural do texto.

Outro erro comum, é a modificação da própria tradução do texto. É o que fazem os testemunhas de Jeová em sua tradução do Novo Mundo,

Escolhemos hoje, como exemplo prático da defesa da fé, o caso onde Saul vai a procura de uma necromante em Endor para consultar ao Espírito de Samuel. Este caso, tem gerado certa polêmica por parte dos Espíritas que procuram encontrar neste texto fundamento para defenderem duas de suas principais doutrinas: A da mediunidade e a comunicação entre mortos e vivos. 

Elaboraremos nossa defesa da fé, extraindo do próprio texto bíblico os argumentos para demonstrarmos que os Espíritas estão errados e procuraremos provar que não foi Samuel quem apareceu para Saul, mas ao contrário do que afirmam espíritas e até mesmo alguns evangélicos, ali houve uma manifestação de um espírito enganador. 

B. Não cremos que foi Samuel quem falou com Saul, mas sim um espírito de engano. Vejamos então, os argumentos Bíblicos que provam o que estamos declarando:

1) Foi o desespero, que Saul que o levou a procurar uma Medium. Saul havia visto o acampamento dos Filisteus, e foi tomado por um sentimento de medo (28:5). Quando alguém é dominado pelo medo, ela pode ser levada a fazer coisas erradas. Saul recorreu a uma prática que era errada porque estava sob o domínio da angústia e medo. 

Haviam proibições muito claras no Antigo Testamento em relação a consulta dos mortos:

“Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém, quanto a ti, o Senhor teu Deus não te permitiu tal coisa” (Deuteronômio 18:9-14).

Saul conhecia a palavra de Deus, e tinha consciência que era errado consultar os mortos. Mas, o medo o dominou levando-o a pecar contra Deus. 

2) Deus não havia respondido a Saul. Saul havia buscado a Deus, mas Deus não lhe respondeu nem por sonhos, nem por profecia, nem por Urim ou por Turim. Deus costumava revelar sua vontade através destas três formas que eram muito conhecidas. Saul recorreu a todos estes meios, que eram legalmente corretos e Deus não lhe respondeu. Se Deus não respondeu a Saul através dos meios corretos, será que mudaria de idéia mais tarde respondendo-o através de uma feiticeira? É claro que não. Deus não pode mudar sua palavra. 

3) Tanto a mulher como Saul tinham consciência que consultar mortos era uma prática errada. Saul foi disfarçado e a mulher, faz questão de lembrar que as leis de Israel proibiam a prática da consulta aos mortos. Veja os versos 8 e 9.
4) Todas as palavras e revelações dadas a Saul foram através da boca da médium. 1 Samuel 28:12 diz: “Vendo a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse a Saul: Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul.” 

Quem declara que vê alguma coisa é a mulher, em nenhum momento Saul viu coisa alguma. Ele foi influenciado apenas por aquilo que a mulher declarava ver e ouvir. O que nos garante que uma feiticeira envolvida com o poder maligno, estava dizendo a verdade? 

5) As descrições do suposto “Samuel” dadas pela feiticeira, eram imprecisas. Vejamos as suas declarações nos Versos 13 e 14. 

“Vejo um deus….” não é uma descrição objetiva de Samuel. “…Vem subindo um ancião e está envolto numa capa….” também é uma descrição igualmente muito imprecisa. Qualquer ancião de Israel costumava usar uma capa, que era uma parte do vestuário tão comum, como é a calça de Jeans para nós hoje.

6) Essa profecia não se cumpriu na íntegra, conforme passaremos a observar: Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus; ele se suicidou (1 Samuel 31:4) e seu corpo foi recolhido do campo de batalha pelos moradores de Jabes-Gileade (1 Samuel 31:11-13).

7) Também não morreram todos os filhos de Saul – este tinha seis filhos e três deles sobreviveram. Morreram na batalha Jônatas, Abinadabe e Malquisua (2 Samuel 31:8-10; 21:8). Esses fatos tornam essa profecia uma flagrante contradição com o testemunho divino a respeito de Samuel, pois está escrito que "o Senhor era com ele, e nenhuma das suas palavras deixou cair em terra" (1 Samuel 3:19).

O suposto Samuel disse a Saul, "… amanhã tu e teus fihos estareis comigo" (1 Samuel 28.19). Saul ao morrer, não foi para o mesmo lugar onde estava o verdadeiro Samuel. O verdadeiro Samuel estava no paraíso. Já Saul, morreu como um suicida, lançando-se sobre sua própria espada (31:5,6). Assim um suicida não poderia no mesmo lugar que um justo na eternidade. 

9) Saul não morreu por causa da previsão do espírito enganador, mas por causa do seu pecado contra Deus. "Assim morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante". 1 Crônicas 10.13

Estes 09 argumentos provam claramente que não foi Samuel quem verdadeiramente veio falar com Saul. Se Deus permitisse tal coisa, então os Espíritas estariam certos em ensinar a doutrina da consulta aos mortos, e nós como evangélicos não poderíamos ensinar que essa prática esta errada. 

C. Alguns dizem que no monte da transfiguração há um caso genuíno de contato entre vivos e mortos.

Esta é mais uma conclusão errada. Na experiência registrada no monte da transfiguração contada em Mateus 17:1-8:

“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me compra-zo; a ele ouvi. Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. Aproximando-se deles, tocou- lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais! Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus.”

No texto acima analisamos o seguinte:

1) Não houve qualquer contato entre os vivos e os mortos. Pedro falou apenas com Jesus, e Moises e Elias falaram apenas com Cristo. Em nenhum momento, houve diálogo entre vivos e mortos. Se Jesus permitisse tal coisa, entraria em contradição a palavra de Deus revelada no Antigo Testamento. 

2) Ali no monte, não houve um fenômeno mediúnico, mas uma transfiguração. Na mediunidade há alguém que incorpora um espirito. Este espírito se apropria da mente do médium para se comunicar com outra pessoa. No monte da transfiguração, não houve médium, ou incorporação de espíritos e muito menos contato de vivos com mortos. No monte da transfiguração houve ao contrário, uma evidenciação da glória de Deus presente em Cristo, quando Jesus transfigurou-se. A visão de Elias e Moises ao lado de Cristo, confirmam a autoridade de Jesus sobre os profetas e a lei. 

D. Conclusão

A desobediência sempre traz o juízo divino. A consulta aos mortos é proibida por Deus (Dt. 18. 9-12) e qualquer tentativa de se estabelecer contato com eles é desobediência aos preceitos de Deus, e suas trágicas conseqüências não se farão esperar.

Isaías nos adverte: "Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!" (Isaías 8:19,20)

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Que é a 'Sombra do Onipotente'?




Salmo 91:1 diz: “O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.”

Antes de comentar sobre este texto, consideremos os significados bíblicos da palavra sombra.
1. Sombra literal. Às vezes, o sentido é literal – a luz é bloqueada ou a escuridão resulta da ausência de luz (2 Reis 20:9-11; Neemias 13:19; Atos 5:15). A sombra traz alívio do calor do sol (Jó 7:2; cf. Isaías 34:15; Marcos 4:32).

2. Símbolo da brevidade. Davi falou da brevidade da vida terrestre do homem: “Como a sombra são os nossos dias sobre a terra, e não temos permanência” (1 Crônicas 29:15). “O homem é como um sopro; os seus dias, como a sombra que passa” (Salmo 144:4). Bildade disse: “Porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra” (Jó 8:9).

3. Símbolo da morte, do perigo ou das coisas tenebrosas. Jó falou sobre “a terra das trevas e da sombra da morte ...onde a própria luz é tenebrosa” (10:21-22). Davi falou do “vale da sombra da morte” (Salmo 23:4; cf. 102:11; 109:22-23; Jeremias 2:6; 13:16).

4. Símbolo de proteção e refúgio. Jotão falou, embora em tom de ironia devido à presunção de Abimeleque, da proteção que um rei oferece aos seus súditos (Juízes 9:15). Os judeus procuravam, em vão, refúgio na “sombra do Egito” (Isaías 30:2-3). O rei Nabucodonosor foi comparado a uma árvore dando sombra e proteção (Daniel 4:12). A idéia da sombra de proteção vem do alívio e proteção do calor citado acima (cf. Jonas 4:5-6; Isaías 25:4-5).

5. Símbolo da ignorância espiritual. Mateus citou a profecia de Isaías 9:2 quando falou da pregação de Jesus (4:16). Zacarias citou a mesma profecia quando falou do trabalho de seu filho como precursor do Messias (Lucas 1:79).

Uma imagem imperfeita de uma realidade maior. Paulo disse que as coisas do Velho Testamento eram sombra das coisas de Cristo (Colossenses 2:17; cf. Hebreus 10:1). O tabernáculo dos israelitas era uma sombra da aliança de Jesus (Hebreus 8:5-13; cf. 9:23).

Várias vezes, a Bíblia fala sobre a sombra de Deus. Em qual desses sentidos devemos entender a sombra do Senhor? Textos como Salmo 57:1 deixam claro o sentido de proteção oferecida aos homens: “Tem misericórdia de mim, ó Deus,... pois em ti a minha alma se refugia; à sombra das tuas asas me abrigo, até que passem as calamidades.” Veja Salmos 36:7; 63:7; 121:5; Isaías 4:5-6; 32:1-2; 51:16. A sombra do Onipotente é a proteção daquele que estende o seu tabernáculo de proteção sobre os fiéis (Apocalipse 7:15-17).

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Os 9 Dons Espirituais


         É importante salientarmos que na nossa convicção, os Dons Espirituais estão ativos e disponíveis a Igreja do Senhor Jesus Cristo para edificação dos santos, isto é, vigoram nos dias atuais, isso quer dizer que este expediente da comunicação sobrenatural de Dons por parte do Espirito Santo de Deus, não morreu com os Apóstolos, mas nos é dada hoje, segundo a vontade Daquele que distribui a cada um como quer e a quem quer.

         O apóstolo Paulo diz aos Coríntios:
 
“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. Portanto vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus, diz: Jesus é anátema! e ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! senão pelo Espírito Santo.
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra de sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra de ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a outro a operação de milagres; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a diversidade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer” (1 Cor. 12:1-11).

         Como podeis ver Paulo desejava que os crentes (não só os de Corinto) não estivessem na ignorância acerca dos dons espirituais. Ora, de qual ignorância fala neste caso? Da que ignora a existência dos dons espirituais ou da que ignora as suas funções no corpo de Cristo e o seu correcto uso? Considerando que aos Coríntios não faltava algum dom, porque isso o diz Paulo no início da sua epístola, e no meio deles havia quem falava em outra língua e quem profetizava (porque isso se evidência pelo discurso que Paulo faz a seguir), Paulo não queria que os Coríntios estivessem na ignorância acerca do uso dos dons.
         É claro porém que se crentes ignoram a existência dos dons espirituais (nada de admirar, se se considerar que ao tempo de Paulo haviam até crentes que por um certo tempo não sabiam da existência do Espírito Santo) é necessário instruí-los para que esta ignorância cesse de existir, sendo que os dons são para a Igreja, para a sua edificação e não para a sua destruição. Paulo o diz claramente: a cada um é dada a manifestação do Espírito para o que for útil. Se notem bem estas palavras “para o que for útil” porque elas anulam todos aqueles raciocínios que querem fazer crer que os dons do Espírito Santo hoje não são mais necessários.
         De fato se naquele tempo a manifestação do Espírito era útil à Igreja, consequentemente ela tem de ser útil também agora à distância de mais de mil e novecentos anos. Se o Espírito edificava a Igreja pelos seus dons, de certo Ele continuará a edificá-la mediante aqueles mesmos dons ainda hoje. Se o Espírito naquele tempo desejava edificar a Igreja de Deus por meio dos seus dons, de certo desejará edificá-la ainda hoje.
         Ou porventura alguém pode demonstrar que este não é o sentimento do Espírito? Não, não há ninguém que possa demonstrar que o sentimento e o operar do Espírito tenham mudado, e não há ninguém que possa mudar o seu sentimento e o seu operar.
         Ele ainda hoje distribui os seus dons como Ele quer, e não há ninguém que o possa impedir. Ora, como vimos o Espírito é um, mas os dons são variados. Em outras palavras o Espírito Santo concede manifestações diversas no seio da Igreja de Deus. E isto porque as necessidades são variadas na Igreja; um pouco em suma como no corpo humano, em que há diversos membros com diversas funções com base nas necessidades.
         Os olhos capacitam ver, os ouvidos ouvir, os pés caminhar, a boca comer, o estômago e o figado digerir o que se comeu, etc.
         Assim também no corpo de Cristo, dado que as necessidades são variadas o Espírito dá a cada um capacidades diferentes para suprir às diversas necessidades presentes no seio da irmandade. Ele não dá a todos a mesma manifestação do Espírito, mas a todos Ele dá uma manifestação de acordo com a vontade de Deus.
         A vontade de Deus porém que não exclui de modo algum o desejar por parte do crente estes dons, de facto Paulo diz várias vezes para ambicionar os dons espirituais: “Desejai ardentemente os maiores dons” (1 Cor. 12:31), “procurai abundar neles, para edificação da igreja” (1 Cor. 14:12), diz Paulo.
         A coisa é clara, estes dons devem ser objecto de busca por parte de todos nós, ninguém excluído. Não há uma categoria de crentes que está excluída desta busca. Todos devem estar envolvidos nela. Quem não os deseja na realidade não quer que a Igreja seja edificada pela manifestação do Espírito.
         Ele não quer que a Igreja de hoje seja edificada por meio dos dons, como o era a igreja antiga. Mas vejamos de perto estes dons de que fala Paulo, a fim de compreender o porquê de eles serem dados para a edificação da igreja, a fim de compreender a sua utilidade.

Palavra de Sabedoria.

         Este dom é a revelação de um facto que deve acontecer. Revelação que pode ser dada por meio de uma visão, de um sonho, ou por meio de uma voz escutada. Alguns exemplos da palavra de sabedoria na Escritura são os seguintes. Em Antioquia um certo profeta de nome Ágabo levantando-se “dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo; e isso aconteceu no tempo de Cláudio César” (Actos 11:28).
         Ainda Ágabo, alguns anos depois, desceu a casa de Filipe “tomou a cinta de Paulo, e ligando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito Santo: Assim ligarão os judeus em Jerusalém o varão de quem é esta cinta, e o entregarão nas mãos dos gentios” (Actos 21:11). Também neste caso a predição de Ágabo se cumpriu.

Palavra de Ciência ou Conhecimento.

         Este dom é a revelação de um facto que está acontecendo ou que já aconteceu. Também esta revelação pode ser dada em visão ou em sonho ou mediante uma voz. Alguns exemplos bíblicos em que encontramos a manifestação deste dom são os seguintes. Jesus disse à mulher samaritana:
 
“Vai, chama o teu marido e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isso disseste com verdade. Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és profeta” (João 4:16-19).

         A mulher compreendeu por esta palavra de ciência que quem lhe falava era um profeta. O apóstolo Pedro através de uma palavra de ciência veio a saber que Ananias e Safira tinham vendido a propriedade deles por um preço superior ao dinheiro que Ananias depois levou aos pés dos apóstolos de facto lhe disse:
 
“Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e retivesses parte do preço do terreno? Enquanto o possuías, não era teu? e vendido, não estava o preço em teu poder? Como, pois, formaste este desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (Actos 5:3-4).

        E por esta sua mentira foi morto por Deus, juntamente com sua mulher que mentiu depois dele.

Fé.

         A fé de que Paulo fala como dom, não é a fé que vem pelo ouvir a Palavra de Deus e pela qual se é salvo e se recebe o Espírito Santo.
         É uma fé especial concedida pelo Espírito Santo a alguns em certas ocasiões para fazer alguma coisa de particular. Por exemplo Jesus mediante este dom matou a fome a milhares de pessoas por bem duas vezes com poucos pães e poucos peixes (cfr. Mateus 14:15-21; Mar. 6:30-44; João 6:1-15, e Mat. 15:32-37; Mar. 8:1-9), caminhou sobre as águas do mar da Galileia (cfr. Mat. 14:25; Mar. 6:48), e fez secar num instante uma figueira (cfr. Mat. 21:18-19).

Cura.

         Os dons de curar são dons que capacitam quem os recebe de curar os doentes. Como no caso de Jesus, o poder do Senhor estava com ele para fazer curas (cfr. Lucas 5:17). Jesus deu o poder de curar os enfermos aos seus doze discípulos conforme está escrito:
 
“E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal” (Mat. 10:1; cfr. Lucas 9:1-2).

        E eles curavam os doentes, vivendo Jesus, conforme está escrito:
 
“E, saindo eles, percorreram todas as aldeias, anuncinado o evangelho, e fazendo curas por toda a parte” (Lucas 9:6).

         Também o apóstolo Paulo tinha dons de curar de fato em Malta está dito:
 
“Aconteceu estar de cama, enfermo de febre e disenteria, o pai de Públio; Paulo foi visitá-lo, e havendo orado, impôs-lhe as mãos, e o curou. Feito pois isto, vieram também ter com ele os demais que na ilha tinham enfermidades, e eram curados” (Actos 28:8-9).

         Se cuide bem porém para evitar pensar que quem tem os dons de curar pode curar indiscriminadamente quem quer porque a cura para que possa acontecer necessita da fé por parte do doente (recordai-vos que em Nazaré Jesus não pôde fazer muitas obras poderosas por causa da incredulidade que havia naquela cidade) e também da permissão de Deus, ou seja, que a cura do indivíduo entre no querer de Deus para com ele naquele tempo.
         A respeito disso façamos presente que Paulo quando escreveu a Timóteo a primeira epístola ainda não tinha curado Timóteo das suas frequentes enfermidades (cfr. 1 Tim. 5:23), e quando lhe escreveu a segunda epístola disse a Timóteo de ter deixado Trófimo doente em Mileto (cfr. 2 Tim. 4:20). Isto nos ensina que quem recebe os dons de curar se deve também ele submeter à vontade de Deus. Uma outra coisa a dizer a respeito das curas é que quando também um crente não tenha os dons de curar ele deve orar pelos irmãos doentes para que Deus os cure: Tiago diz de facto: “Orai uns pelos outros, para serdes curados” (Tiago 5:16). Note-se que é uma ordem e não algo de facultativo. A cura acontece pelo poder de Deus, mediante a fé por parte do doente no nome do Senhor Jesus. Para descrever isto não há melhores palavras do que aquelas que Pedro dirigiu aos Judeus depois de ter curado o coxo à porta do templo dita ‘Formosa’:
 
“E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este homem que vedes e conheceis; sim, a fé, que vem por ele, deu a este, na presença de todos vós, esta perfeita saúde” (Actos 3:16).

         Estas palavras as pode dizer todo aquele que recebeu os dons de curar depois de ter curado um doente. Se desejem ardentemente pois os dons de curar, e quem os recebe os ponha ao serviço dos homens sem pedir compensações de nenhum género e mantendo-se humilde e puro. Que o nome do nosso grande Deus seja glorificado através das curas feitas em nome de Cristo; e as obras do diabo destruidas.
         Que se reconheça ainda hoje que no meio da Igreja há um Deus que cura toda a doença, que pode fazer e faz o que nenhum médico pode fazer. A Ele seja a glória em Cristo Jesus. Amen.

Operação de Milagres ou Maravilhas.

         Como se pode bem ver este dom é distinto dos dons de curar, porque enquanto os dons de curar dizem respeito a curas de um mal o dom de poder de operar milagres diz respeito à operação de sinais e prodígios vários. Aquilo que se deve ter presente é que este dom é um poder de fazer determinadas coisas por ordem de Deus. Para explicar este dom com as Escrituras citarei os exemplos de Moisés e o das duas testemunhas que devem aparecer antes da vinda de Cristo.
         De Moisés é dito que quando Deus lhe apareceu na chama de uma sarça ardente lhe ordenou de descer ao Egipto para libertar o seu povo da mão de Faraó. Deu-lhe o poder para fazer sinais e prodígios diante de Faraó, de facto lhe disse:
 
“Quando voltares ao Egipto, atenta que faças diante de Faraó todas as maravilhas que tenho posto na tua mão; mas eu endurecerei o seu coração, para que não deixe ir o povo” (Ex. 4:21).

         No caso dos dois ungidos que devem aparecer está dito no livro do Apocalipse:
 
“Estes têm poder para fechar o céu, para que não chova durante os dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda sorte de pragas, quantas vezes quiserem” (Ap. 11:4-6).

        Como se pode bem ver a autoridade recebida por Moisés e a que receberão os dois ungidos diz respeito a fazer coisas que não estão relacionadas com curas físicas.

Discernimento de espíritos.

         Mediante este dom o Espírito Santo capacita o crente de discernir a presença de espíritos malignos em pessoas ou próximo de pessoas ou ver os espíritos enquanto operam malvadamente. Existem espíritos de vários géneros, isto é, ocupados a fazer várias formas de mal. Existem espíritos que provocam mudez e surdez como aquele expulso daquele menino epiléptico por Jesus, de facto Jesus lhe disse:
 
“Espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele” (Mar. 9:25).

        De modo que nestes casos para que a cura se faça é necessário discernir o espírito ou os espíritos que provocam as doenças para depois expulsá-lo ou expulsá-los em nome de Cristo Jesus. Existem espíritos enganadores que estão ocupados a enganar; Paulo diz de facto que em dias vindouros“alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores….” (1 Tim. 4:1).
         Destes espíritos os há muitos no seio do povo de Deus; mediante eles toda a sorte de falsa doutrina é feita crer a certos crentes. Existem espíritos que fazem sinais e prodígios; João viu alguns deles em visão de facto diz:
 
“E da boca do dragão, e da boca da besta, e da boca do falso profeta, vi sair três espíritos imundos, semelhantes a rãs. Porque são espíritos de demônios, que operam sinais; os quais vão ao encontro dos reis de todo o mundo, para os congregar para a batalha do grande dia do Deus Todo-Poderoso” (Ap. 16:13-14).

        Note-se que neste caso João diz ao que se assemelhavam estes espíritos, porque todos os espíritos têm uma semelhança. Há espíritos que se assemelham a macacos, outros a rãs, outros a crocodilos, outros a serpentes, outros a cabras, a porcos, etc.

Profecia, Diversidade de línguas, Interpretação de línguas

         Examinaremos estes três dons à luz do quanto Paulo diz no capítulo 14 da primeira epístola aos Coríntios. O apóstolo Paulo diz qual o dom espiritual os crentes devem buscar primeiro, a saber, o de profecia de facto diz desejar “principalmente o de profetizar” (1 Cor. 14:1). Porquê exactamente este e não o dom da diversidade das línguas (ou seja a capacidade de falar várias línguas estrangeiras) por exemplo?
         Paulo o explica pouco depois.
 
“Porque o que fala em outra língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios. Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. O que fala em outra língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. Ora, quero que todos vós faleis em outras línguas, mas muito mais que profetizeis, porque quem profetiza é maior do que o que fala em outras línguas, a não ser que também interprete para que a igreja receba edificação” (1 Cor. 14:2-5).

         Eis explicado então porque é a profecia preferível às línguas (como dom naturalmente).
         Porque enquanto quem fala em outra língua fala a Deus (obviamente quem também fala em uma só língua estrangeira porque não tem o dom da diversidade das línguas, fala a Deus) porque ninguém o percebe e fala mistérios, e para que a igreja entenda o que ele disse e receba edificação é necessário alguém que tenha o dom de interpretação que interprete o seu falar estrangeiro; quem profetiza fala aos homens uma linguagem de edificação, consolação e exortação que como é falado na língua percebida por todos assim não tem necessidade de ser interpretado e edifica a igreja.
         Como vimos Paulo diz que queria que todos falassem em outras línguas, mas muito mais que todos profetizassem porque quem profetiza é superior a quem fala em outras línguas (pela razão adoptada antes). Mas esta superioridade cessa de existir se quem fala em outras línguas também interpreta, de facto Paulo diz: “A não ser que também interprete para que a igreja receba edificação”. Porquê aquele “a não ser que”? Porque no caso de quem fala em outras línguas interpretar, também a igreja entenderá o que o Espírito disse em outras línguas através dele a Deus, e receberá edificação.
         Façamos um exemplo explicativo: ponhamos o caso de no meio da assembleia um irmão orar em outra língua a Deus pedindo-lhe para libertar o irmão Fulano na Costa do Marfim de homens malvados que se preparam para matá-lo por causa da sua fé, e que depois de assim ter orado interprete a oração dirigida a Deus em outra língua. Que acontecerá na assembleia? Acontecerá que os crentes poderão dizer ‘Amen’ àquela oração porque terão percebido no que ela consistia. E naturalmente eles todos receberão grande edificação em saber que o Espírito pela boca daquele crente intercedeu por um filho de Deus a eles desconhecido que se encontra numa nação de um outro continente.
         No caso o falar em outras línguas antes consistisse num cântico a Deus então a igreja perceberá as palavras daquele cântico espiritual. Eis pois porque a igreja receberá edificação pela interpretação das línguas. Não é como alguns crêem, por falta de conhecimento, que as línguas mais interpretação é uma profecia, ou seja, um falar aos homens, e por isso a igreja receberá edificação. Porque a edificação não se recebe exclusivamente ouvindo falar uma mensagem de exortação, consolação e edificação dirigida aos homens, mas também ouvindo uma oração ou um cântico (neste caso interpretado de uma outra língua). Isto está fora de dúvida. Ora, Paulo depois de ter dito a não ser que ele interprete para que a igreja receba edificação diz:
 
“Se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar.
Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, e nenhuma delas é sem significado. Se, pois, eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala será bárbaro para mim. Assim também vós, já que estais desejosos de dons espirituais, procurai abundar neles para a edificação da igreja. Por isso, o que fala em outra língua, ore para que possa interpretar. Porque se eu orar em outra língua, bem ora o meu espírito, mas o meu entendimento fica infrutífero.
Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento” (1 Cor. 14:9-15). 
 
        Estas palavras do apóstolo têm o evidente objectivo de fazer perceber aos crentes que o falar em outra língua no meio da assembleia não será de alguma utilidade aos outros se não for acompanhado pela interpretação. Em outras palavras, o falar em outra língua privado da interpretação é como uma trombeta que dá um som desconhecido; é como alguém que fala uma língua bárbara da qual não se percebe nada. Aproveita sim a quem fala em outra língua porque o edifica (o edifica não porque percebe aquilo que diz, mas porque fala pelo Espírito), mas não aproveita à igreja porque ela não entende o que é dito. Eis porque Paulo diz: “Por isso, o que fala em outra língua, ore para que possa interpretar” (a fim de poder edificar a igreja, além de a si mesmo). Porque se eu oro em outra língua ora o meu espírito mas o meu entendimento fica infrutífero. Então que devo fazer, eu que oro em outra língua? pergunta Paulo.
         Orarei em outra língua (com o espírito) mas também interpretarei (orarei também com o entendimento); cantarei em outra língua (com o espírito) mas também interpretarei o meu cantar (cantarei com o entendimento). Isto para que a igreja receba edificação. E logo depois Paulo diz:
 
“De outra maneira, se tu bendisseres com o espírito, como dirá o amém sobre a tua ação de graças aquele que ocupa o lugar de indouto, visto que não sabe o que dizes? Porque realmente tu dás bem as graças, mas o outro não é edificado. Dou graças a Deus, que falo em outras línguas mais do que vós todos. Todavia na igreja eu antes quero falar cinco palavras inteligíveis, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida” (1 Cor. 14:16-19).

         Paulo em outras palavras diz: em caso contrário se tu não fazes como eu te digo, isto é, no caso de tu orares ou cantares em outra língua sem dar a interpretação como poderá quem te ouve dizer ‘amen’ à tua acção de graças (note-se que Paulo, falando assim, confirma que o crente quando fala em outra língua se dirige a Deus também quando se encontra junto a outros crentes)? Não poderá; sim realmente tu farás uma bela acção de graças mas o outro não será edificado. Eu dou graças a Deus que falo em outras línguas mais que todos vós, isso não obstante na igreja prefiro dizer cinco palavras compreensíveis que dez mil em outra língua. E depois ele diz:
 
“Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento” (1 Cor. 14:20).

         Como dizer, na simplicidade sede como as crianças, mas não sejais crianças quanto à inteligência, sede antes adultos quanto à inteligência. A este ponto Paulo cita estas palavras pronunciadas por Deus por meio de Isaías:
 
“Está escrito na lei: Por gente de outras línguas e por lábios de estrangeiros falarei a este povo; e nem assim me ouvirão, diz o Senhor” (1 Cor. 14:21).

        E depois diz:
 
“De modo que as línguas são um sinal, não para os crentes, mas para os incrédulos; a profecia, porém, não é sinal para os incrédulos, mas para os crentes. Se, pois, toda a igreja se reunir num mesmo lugar, e todos falarem em outras línguas, e entrarem indoutos ou incrédulos, não dirão porventura que estais loucos? Mas, se todos profetizarem, e algum incrédulo ou indouto entrar, por todos é convencido, por todos é julgado; os segredos do seu coração se tornam manifestos; e assim, prostrando-se sobre o seu rosto, adorará a Deus, proclamando que Deus está verdadeiramente entre vós” (1 Cor. 14:22-25).

        Aquele “De modo que” depois daquelas palavras de Isaías estão confirmar que com base no que Deus disse através de Isaías as línguas são sinal para os incrédulos e não para os crentes, enquanto a profecia é sinal para os crentes.
         Eis porque Paulo diz que se entra algum não crente e se ouve todos falar em línguas dirá que somos loucos, enquanto se todos profetizam o não crente terá os pensamentos do seu coração manifestos e reconhecerá que Deus está no meio de nós. Mas então o que se deve fazer?
         Paulo responde:
 
“Quando vos congregais, tendo cada um de vós um salmo, ou um ensinamento, ou uma revelação, ou um falar em outra língua, ou uma interpretação, faça-se tudo para edificação. Se há quem fala em outra língua, sejam dois, ou quando muito três a fazê-lo; e cada um por sua vez, e haja alguém que interprete. Mas, se não houver intérprete, estejam calados na igreja, e falem para si mesmos, e para Deus. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas se a outro, que estiver sentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos, um a um, podereis profetizar; para que todos aprendam e todos sejam consolados; e os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas; porque Deus não é Deus de confusão, mas de paz” (1 Cor. 14:26-33).

        Em relação às línguas dizemos que, se há quem fala em outra língua devem falar em línguas apenas dois ou no máximo três, e um depois do outro, e alguém deve interpretar; mas se não há quem interprete, os que falam em outras línguas devem fazê-lo em voz baixa e não como uma trombeta. Os profetas, os quais têm o dom de profecia, falem; também aqui porém dois ou três no máximo, e os outros examinem as profecias.
         No caso porém se for dada uma revelação a um profeta que está sentado o precedente deve-se calar. A conclusão do discurso de Paulo é esta:
 
“Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém quer ignorar isto, que ignore. Portanto, irmãos, desejai profetizar, e não proibais falar em outras línguas; mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Cor. 14:37-40).

        As coisas são claras, as palavras de Paulo são mandamentos do Senhor. Então, o profetizar deve ser desejado ardentemente, o falar outras línguas não deve ser impedido, mas tudo deve ser feito decentemente e com ordem.
         Que o Senhor possa encontrar corações dispostos em sua Igreja para receber os Dons Espirituais, que são úteis para o Corpo hoje.

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