sexta-feira, 19 de julho de 2013

Exemplo Prático de Defesa da Fé O Caso de Saul e da Pitonisa de Endor


Texto: I Samuel 28:5-20


A.Introdução

Nas semanas anteriores vocês tiveram contato com alguns dos aspectos teóricos e conceituais da defesa da fé. Hoje veremos o lado prático desta questão.

Antes de entrarmos diretamente numa demonstração da defesa da fé, é necessário esclarecer que muitas seitas costumam fazer uso da Bíblia para fundamentarem suas doutrinas. Ao fazerem isso, costumam cometer alguns dos seguintes erros:

Interpretação fora de contexto. É o caso onde o versículo é interpretado de forma isolada e passa a ter um sentido completamente diferente do que teria se fosse interpretado dentro do contexto.

Introdução de sentidos distorcidos que mudam o significado natural do texto.

Outro erro comum, é a modificação da própria tradução do texto. É o que fazem os testemunhas de Jeová em sua tradução do Novo Mundo,

Escolhemos hoje, como exemplo prático da defesa da fé, o caso onde Saul vai a procura de uma necromante em Endor para consultar ao Espírito de Samuel. Este caso, tem gerado certa polêmica por parte dos Espíritas que procuram encontrar neste texto fundamento para defenderem duas de suas principais doutrinas: A da mediunidade e a comunicação entre mortos e vivos. 

Elaboraremos nossa defesa da fé, extraindo do próprio texto bíblico os argumentos para demonstrarmos que os Espíritas estão errados e procuraremos provar que não foi Samuel quem apareceu para Saul, mas ao contrário do que afirmam espíritas e até mesmo alguns evangélicos, ali houve uma manifestação de um espírito enganador. 

B. Não cremos que foi Samuel quem falou com Saul, mas sim um espírito de engano. Vejamos então, os argumentos Bíblicos que provam o que estamos declarando:

1) Foi o desespero, que Saul que o levou a procurar uma Medium. Saul havia visto o acampamento dos Filisteus, e foi tomado por um sentimento de medo (28:5). Quando alguém é dominado pelo medo, ela pode ser levada a fazer coisas erradas. Saul recorreu a uma prática que era errada porque estava sob o domínio da angústia e medo. 

Haviam proibições muito claras no Antigo Testamento em relação a consulta dos mortos:

“Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te dá, não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém, quanto a ti, o Senhor teu Deus não te permitiu tal coisa” (Deuteronômio 18:9-14).

Saul conhecia a palavra de Deus, e tinha consciência que era errado consultar os mortos. Mas, o medo o dominou levando-o a pecar contra Deus. 

2) Deus não havia respondido a Saul. Saul havia buscado a Deus, mas Deus não lhe respondeu nem por sonhos, nem por profecia, nem por Urim ou por Turim. Deus costumava revelar sua vontade através destas três formas que eram muito conhecidas. Saul recorreu a todos estes meios, que eram legalmente corretos e Deus não lhe respondeu. Se Deus não respondeu a Saul através dos meios corretos, será que mudaria de idéia mais tarde respondendo-o através de uma feiticeira? É claro que não. Deus não pode mudar sua palavra. 

3) Tanto a mulher como Saul tinham consciência que consultar mortos era uma prática errada. Saul foi disfarçado e a mulher, faz questão de lembrar que as leis de Israel proibiam a prática da consulta aos mortos. Veja os versos 8 e 9.
4) Todas as palavras e revelações dadas a Saul foram através da boca da médium. 1 Samuel 28:12 diz: “Vendo a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse a Saul: Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul.” 

Quem declara que vê alguma coisa é a mulher, em nenhum momento Saul viu coisa alguma. Ele foi influenciado apenas por aquilo que a mulher declarava ver e ouvir. O que nos garante que uma feiticeira envolvida com o poder maligno, estava dizendo a verdade? 

5) As descrições do suposto “Samuel” dadas pela feiticeira, eram imprecisas. Vejamos as suas declarações nos Versos 13 e 14. 

“Vejo um deus….” não é uma descrição objetiva de Samuel. “…Vem subindo um ancião e está envolto numa capa….” também é uma descrição igualmente muito imprecisa. Qualquer ancião de Israel costumava usar uma capa, que era uma parte do vestuário tão comum, como é a calça de Jeans para nós hoje.

6) Essa profecia não se cumpriu na íntegra, conforme passaremos a observar: Saul não foi entregue nas mãos dos filisteus; ele se suicidou (1 Samuel 31:4) e seu corpo foi recolhido do campo de batalha pelos moradores de Jabes-Gileade (1 Samuel 31:11-13).

7) Também não morreram todos os filhos de Saul – este tinha seis filhos e três deles sobreviveram. Morreram na batalha Jônatas, Abinadabe e Malquisua (2 Samuel 31:8-10; 21:8). Esses fatos tornam essa profecia uma flagrante contradição com o testemunho divino a respeito de Samuel, pois está escrito que "o Senhor era com ele, e nenhuma das suas palavras deixou cair em terra" (1 Samuel 3:19).

O suposto Samuel disse a Saul, "… amanhã tu e teus fihos estareis comigo" (1 Samuel 28.19). Saul ao morrer, não foi para o mesmo lugar onde estava o verdadeiro Samuel. O verdadeiro Samuel estava no paraíso. Já Saul, morreu como um suicida, lançando-se sobre sua própria espada (31:5,6). Assim um suicida não poderia no mesmo lugar que um justo na eternidade. 

9) Saul não morreu por causa da previsão do espírito enganador, mas por causa do seu pecado contra Deus. "Assim morreu Saul por causa da sua transgressão cometida contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a que ele não guardara; e também porque interrogara e consultara uma necromante". 1 Crônicas 10.13

Estes 09 argumentos provam claramente que não foi Samuel quem verdadeiramente veio falar com Saul. Se Deus permitisse tal coisa, então os Espíritas estariam certos em ensinar a doutrina da consulta aos mortos, e nós como evangélicos não poderíamos ensinar que essa prática esta errada. 

C. Alguns dizem que no monte da transfiguração há um caso genuíno de contato entre vivos e mortos.

Esta é mais uma conclusão errada. Na experiência registrada no monte da transfiguração contada em Mateus 17:1-8:

“Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz. E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele. Então disse Pedro a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas; uma será tua, outra para Moisés, outra para Elias. Falava ele ainda, quando uma nuvem luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me compra-zo; a ele ouvi. Ouvindo-a os discípulos, caíram de bruços, tomados de grande medo. Aproximando-se deles, tocou- lhes Jesus, dizendo: Erguei-vos e não temais! Então, eles, levantando os olhos, a ninguém viram, senão Jesus.”

No texto acima analisamos o seguinte:

1) Não houve qualquer contato entre os vivos e os mortos. Pedro falou apenas com Jesus, e Moises e Elias falaram apenas com Cristo. Em nenhum momento, houve diálogo entre vivos e mortos. Se Jesus permitisse tal coisa, entraria em contradição a palavra de Deus revelada no Antigo Testamento. 

2) Ali no monte, não houve um fenômeno mediúnico, mas uma transfiguração. Na mediunidade há alguém que incorpora um espirito. Este espírito se apropria da mente do médium para se comunicar com outra pessoa. No monte da transfiguração, não houve médium, ou incorporação de espíritos e muito menos contato de vivos com mortos. No monte da transfiguração houve ao contrário, uma evidenciação da glória de Deus presente em Cristo, quando Jesus transfigurou-se. A visão de Elias e Moises ao lado de Cristo, confirmam a autoridade de Jesus sobre os profetas e a lei. 

D. Conclusão

A desobediência sempre traz o juízo divino. A consulta aos mortos é proibida por Deus (Dt. 18. 9-12) e qualquer tentativa de se estabelecer contato com eles é desobediência aos preceitos de Deus, e suas trágicas conseqüências não se farão esperar.

Isaías nos adverte: "Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva!" (Isaías 8:19,20)

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