CONFRONTANDO OS INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO
Texto Áureo: Fp. 3.14 – Leitura Bíblica: Fp. 3.17-21
INTRODUÇÃO
Após admoestar os crentes filipenses que o tenham como modelo a
ser imitado, Paulo os adverte quanto aos perigos daqueles a quem denomina de
“inimigos da cruz de Cristo”. Estudaremos, na aula de hoje, que esse não apenas
devem ser evitados, mas também confrontados, por comprometerem a veracidade do
evangelho. Ao final destacaremos que a perdição deles está prevista nas
Escrituras, e que nós, os crentes em Jesus, estamos fundamentados em uma viva
esperança, eterna que vem de Deus.
1. OS INIMIGOS DA CRUZ
Paulo, como pastor amoroso, protege suas ovelhas das ameaços dos
inimigos, dos falsos mestres, daqueles que se infiltravam no meio do povo de
Deus, somente para tirar proveito. Os inimigos da cruz de Cristo, a respeito
dos quais o Apóstolo trata em suas Epístolas, mais especificamente Gálatas e
Filipenses, são prioritariamente os judaizantes. Esse movimento se tornou servo
dos caprichos religiosos, achavam que dependiam de suas dietas alimentares para
serem salvos. Por isso “o deus deles era o ventre”, pois determinavam
previamente o que deveriam ou não comer para serem santos. A circuncisão,
conforme já destacamos anteriormente, era uma condição imposta por eles para o
pertencimento a Cristo. Esses, diferentemente de Paulo, e dos crentes de todas
as gerações, se gloriavam não na cruz, isto é, no sacrifício de Jesus, mas em
suas práticas legalistas (Gl. 6.12-15). Paulo destacou, assim como fez o autor
da Epístola aos Hebreus, que o véu do templo foi rasgado, e que o homem agora
tem livre acesso a Deus, por meio de Jesus Cristo (Hb. 10.19-25). A
circuncisão, como qualquer outra prática religiosa, é incapaz de conduzir o ser
humano à salvação (Ef. 2.8-16). Existem muitos evangélicos nestes dias que
acham que são salvos por algo que façam ou deixam de fazer. A vaidade de alguns
está no cumprimento do cabelo, ou de uma saia, restrições comumente
direcionadas apenas às mulheres. Mas havia outro grupo entre os crentes
filipenses, esses se voltavam para o lado oposto, eram totalmente liberais.
Esses não eram legalistas, mas libertinos, argumentavam que os crentes podiam
pecar, pois o corpo, a parte negativa do ser humano, seria destruído na
sepultura. Esse pensamento foi influenciado pelo dualismo grego, a crença
filosófica que a matéria era má, e por conseguinte, seria descartada no
sepulcro. Essa cosmovisão helenista tem assumido muitas formas no cristianismo
moderno, a mais perigosa é a do universalismo. Alguns líderes eclesiásticos
estão defendendo que todas as pessoas serão salvas, pouco importando se
receberam ou não a Cristo. Mas Paulo, em suas epístolas, tanto confrontou o
ascetismo legalista (I Co. 7.1) quanto à libertinagem anomista (I Co. 6.12), e
defendeu a produção do fruto do Espírito (Gl. 5.22).
2. O FIM DELES É A PERDIÇÃO
Esses falsos mestres estão investindo na destruição deles mesmos,
pois mesmo pensando que estão adorando a Deus, na verdade estão adorando a eles
mesmos (Fp. 3.19). Como o deus deles é o ventre, koilia em grego, apenas se
gloriam do próprio umbigo. A vida deles é centrada no eu, são incapazes de se
submeterem à autoridade da Palavra de Deus. Não admitem qualquer disciplina
espiritual: oração, jejum e meditação. Os púlpitos evangélicos estão repletos
de pregadores que tratam de assuntos que nada têm a ver com o evangelho. Os
supostos pastores, que na verdade querem ser chamados de bispos e apóstolos,
pregam apenas a si mesmos. Muitas igrejas, que não podem ser consideradas evangélicas
no sentido próprio do termo, estão alicerçadas apenas no amor ao dinheiro.
Esses pseudoevangélicos usam a Bíblia apenas para cooptar as pessoas a
satisfazerem seus interesses. Não existe qualquer procedimento exegético na
exposição das Escrituras. Eles pincelam os textos a seu bel-prazer, de acordo
com suas conveniências, sem atentar para o sentido gramatical e contextual do
versículo. Paulo diz que “a glória deles está na sua infâmia” (Fp. 3.19), isto
é, eles deveriam se envergonhar do que estavam fazendo. Eles não apenas se
entregavam dissolutamente ao pecado, mas também se vangloriavam dos seus atos
libertinos. Eles falavam a respeito de Deus, mas a preocupação central deles
era com o terreno, “apenas para as coisas materiais”. O meio evangélico está
cheio desse tipo de pregador que não sabe mais o que significa ser salvo e ir
para o céu. Na verdade, eles não têm qualquer sentimento em relação ao céu,
pois o foco está exclusivamente nos valores terrenos. Eles pregam a ganância,
travestida de prosperidade terrena, como se fosse o único prêmio a ser buscado
pelos crentes. Eles ficam apavorados diante da morte, negam-se a tratar desse
assunto. Por isso, para eles, a saúde física é idolatrada, argumentam até que
um cristão de fé não pode adoecer. Muitos pseudoevangélicos estão se deixando
levar por essa ladainha antievangélica. Esses inimigos da cruz de Cristo
receberão sua paga na eternidade, o engano proliferado por eles não ficará
impune. O caminho deles os conduzirá à perdição, pois eles estão pregando
heresia, o que conduz à punição eterna (II Ts. 1.9).
3. MAS A NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS
Os crentes em Jesus não se apavoram diante da morte, pois sabem
que ela é apenas uma passagem para uma eternidade com Cristo. Estamos na terra
e devemos responder com responsabilidade a essa condição. Os cristãos, enquanto
cidadãos da terra, têm direitos e deveres. Precisamos estar conscientes dessa
situação, principalmente nos momentos de cobrar dos políticos. Há crentes que
defendem uma obediência incondicional às autoridades, mas isso não é ensinado
na Bíblia (At. 5.29). A democracia pressupõe diversidade de poderes e
fiscalização por parte do povo, para que os poderes governem a contento. O
respeito às autoridades é bíblico (Rm. 13.1), e deve ser considerado, mas não
irresponsavelmente. Devemos orar, e agir através do voto (Tt. 3.1), para evitar
que tenhamos autoridades que apenas governam para elas próprias. Por outro
lado, não podemos também perder o foco, há líderes evangélicos que apenas
enfatizam a dimensão temporal. Eles se engajam politicamente, mas se esquecem
de que são cidadãos dos céus (Fp. 3.20). Para não incorrer no equívoco dos
religiosos que apenas visualizam o terreno, devemos saber que “a nossa Pátria
está nos céus”. O substantivo para pátria, em grego, é politeuma, e significa a
conduta de alguém no mundo. O homem moderno está tão centrado no terreno, até
mesmo entre aqueles que se dizem evangélicos, que não conseguem olhar para
cima. Como cidadão do céu, o crente tem seu nome registrado naquele lugar (Lc.
4.3; 10.20), ele aguarda com expectação o momento que entrará no país celestial
(Ap. 20.15). Paulo diz que o crente tem uma bendita esperança, que é a segunda
vinda de Jesus Cristo (Ef. 3.20). Esse tema está desaparecendo dos púlpitos
cristãos, são poucos o que têm interesse de pregar o arrebatamento da igreja.
Mas essa é uma das doutrinas fundamentais da fé cristã, não podemos perder a
esperança na volta de Jesus para arrebatar os seus (I Ts. 4.13-18). Um dia a
trombeta soará e Cristo virá com os Seus anjos, para ressuscitar aqueles que
morreram no Senhor, e para transformar os que estiverem vivos (I Co. 15.43-53).
CONCLUSÃO
Os inimigos da cruz de Cristo pregam um evangelho que nada tem a
ver com a Palavra de Deus. Eles estão centrados em satisfazer seus apetites
carnais ou em cumprir suas tradições religiosas. Mas os crentes em Jesus não
perdem o foco, pois sabem que quando Cristo se manifestar serão semelhantes a
Ele (I Jo. 3.2). Nesses dias tão difíceis, nos quais as pessoas estão se distraindo
com o terreno, inclusive alguns denominados evangélicos, não podemos perder o
céu de vista. Jesus nos prometeu um lugar, o qual está preparado, para que
estejamos para sempre com Ele (Jo. 14.1).
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