Texto Áureo II Tm. 4.5 – Leitura Bíblica At. 8.26-35; Ef. 4.11
INTRODUÇÃO
Em continuidade ao estudo dos dons ministeriais, estudaremos na aula de hoje o dom de evangelista. Inicialmente mostraremos o que o Novo Testamento revela a respeito desse importante ministério. Em seguida, ressaltaremos as características do ministério de evangelista. Ao final, abordaremos a atuação do ministério de evangelista nos dias atuais, destacando sua relevância para a igreja.
1. O DOM DE EVANGELISTA
A palavra evangelista (gr. euaggelistas) ocorre apenas três vezes no Novo Testamento em At. 21.8, em referência a Filipe, o diácono-evangelista; em Ef. 4.11, ao dom ministerial de evangelista; e II Tm. 4.5, orientando Timóteo a fazer o trabalho de evangelista. O significado literal de “anunciador de boas novas”, e nesse sentido, Jesus é o maior dos evangelistas, pois Ele deu testemunho de que havia sido enviado para pregar as boas novas aos quebrantados (Lc. 4.18,19; Is. 61.1-3). Ao que tudo indica essa era uma função ministerial na igreja primitiva, semelhante à de apóstolos, profetas, pastores e mestres. O evangelista, grosso modo, é alguém que tem amor pelas almas perdidas, um desejo de conduzir os perdidos a Cristo. Filipe é o único homem no Novo Testamento a ser denominado de evangelista. Ele era um dos sete diáconos que foram dispersos em virtude da perseguição que resultou na morte de Estevão (At. 6.5; 8.1-5). Filipe se destaca como um verdadeiro evangelista porque mesmo diante da perseguição não foge da responsabilidade de levar o evangelho adiante. Ele desfruta de íntima relação com Deus, ouvindo a Sua voz, com disposição para obedecê-LO. Como evangelista Filipe deixou o exemplo para aqueles que querem ganhar almas para Cristo. Isso somente poderá ser feito se não medirmos esforços para alcançar essa meta. É necessário também seguir as orientações do Espírito Santo. Identificamos o dom de evangelista na igreja sempre que vemos obreiros dedicados à tarefa de ganhar almas. Há pessoas que se gastam a fim de tirar os perdidos do caminho da perdição. Como Filipe, seu mote é a doutrina da salvação, a cruz de Cristo é seu tema central. Fundamentados na Bíblia, como fez Felipe diante do Eunuco, pregam a Cristo, e esse crucificado (At. 8.32-35), loucura e escândalo para alguns, mas o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, como bem expressou Paulo (Rm. 1.16). Felipe foi separado como diácono pela igreja, mas se revelou evangelista em atuação. Isso demonstra a possibilidade das pessoas serem escolhidas para assumirem uma posição eclesiástica, e se destacarem em outra, de acordo com o chamado de Deus.
2. CARACTERÍSTICAS DO EVANGELISTA
O verdadeiro evangelista tem amor pelas almas perdidas, Paulo assumiu que pesava sobre ele a obrigação de pregar o evangelho (I Co. 9.16). Geralmente a atuação do dom ministerial de evangelista é acompanhada por milagres. Filipe pregou o evangelho, mas certamente os milagres que Deus realizou através dele foram relevantes para a conversão de muitas vidas a Cristo (At. 8.6). É importante ressaltar, no entanto, que o ministério de Filipe não se reduziu a operação de milagres. Existem muitos pregadores atuais, principalmente os televisivos, que não pregam a mensagem. Eles apenas utilizam os milagres como um show, uma espécie de atrativo pessoal, como se fosse um fim em si mesmo. Alguns desses supostos evangelistas estão interessados apenas no dinheiro das pessoas. Elas não querem arrebatar almas da perdição, querem auferir lucros, e enriquecerem ilicitamente. Filipe não apenas fez milagres, o texto bíblico de At. 8.12 diz que as pessoas creram na sua mensagem. Isso quer dizer que elas ouviram a pregação, e foram convencidas e convertidas da necessidade do arrependimento (At. 3.19). Os evangelistas pregam o novo nascimento, a importância de deixar o pecado e se voltar para Deus, em novidade de vida (II Co. 5.17). Um verdadeiro evangelista não se aparta da Bíblia, na verdade ele prega a Palavra de Deus (II Tm. 4.2). Paulo quando esteve entre os coríntios não levou palavras persuasivas de sabedoria humana. Como evangelista, pregou a mensagem da cruz, pelo poder do Espírito Santo (At. 8.13; I Co. 1.4). O evangelista valoriza as vidas individualmente, por isso Deus conduziu Filipe para pregar ao eunuco de Candace. As maiores mensagens de Jesus foram pregadas para uma pessoa. Em João 3 O encontramos pregando para Nicodemos, expondo a doutrina do novo nascimento. Em João 4 nos deparamos com o mesmo Senhor ministrando para uma mulher samaritana, destacando o valor da água da vida. Aqueles que apenas querem pregar para as multidões não são evangelistas, alguns deles querem apenas visibilidade pessoal. O verdadeiro evangelista valoriza cada alma, sabendo o valor que elas têm, individualmente (Lc. 15.3-7).
3. O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA
O evangelista, como todos os dons ministeriais, são interdependentes, isto é, se complementam. Ninguém pode ser obreiro de Deus sozinho, dispensando a contribuição de outros para o seu ministério. Felipe foi usado por Deus como evangelista, pregando a mensagem da cruz, com autoridade espiritual. Mas dependeu do trabalho dos apóstolos, por isso Pedro e João foram enviados para Samaria, a fim de confirmaram o trabalho ali iniciado. Ao que tudo indica Filipe teria batizado Simão (At. 8.13), aquele que posteriormente quis comprar o dom de Deus (At. 8.18-23), sendo repreendido por Pedro. O evangelista, na ânsia de ganhar almas, pode se adiantar, e aceitar a todos, indistintamente, o que é compreensível. Às vezes o evangelista diz “vinde como estás”, mas o pastor-mestre complementa: “como estás não podes permanecer”. A doutrina apostólica é fundamental para orientar aqueles que se decidem por Cristo, por isso o discipulado é tão importante nas igrejas. Outra característica do evangelista é itinerância, é o que atestamos no ministério de Filipe. Após cumprir sua missão em Samaria, é conduzido imediatamente para outro lugar (At. 8.26). Talvez Timóteo achasse cômodo permanecer em Éfeso, como pastor residente, mas Paulo o admoesta para que cumpra o ministério de evangelista (II Tm. 4.5). Para tanto deveria exercitar-se a si mesmo, não tem como ser evangelista apenas na teoria, sem pôr em prática, e fazer o que é preciso (II Tm. 4.7). A negligência é o principal empecilho para que o evangelista se distancie da sua responsabilidade (I Tm. 4.14). O comodismo pode afastá-lo do seu trabalho, a busca por posição eclesiástica também. Por isso a igreja deve apoiar aqueles que exercem esse ministério, reconhecendo seu valor para a expansão do Reino. O evangelista, por outro lado, devem avivar o dom de Deus em suas vidas, buscando experiências com o Senhor, fundamentadas na palavra (II Tm. 1.6).
CONCLUSÃO
Vivemos dias tenebrosos, as perseguições estão sobrevindo sobre a igreja, mas o evangelho não pode ser calado. Para tanto precisamos do ministério de evangelista, pessoas-dons que são escolhidas por Deus para levar adiante as boas novas de Jesus. Essas pessoas-dons são corajosas, tendo em vista que Deus não lhes deu espírito de covardia, mas de poder, amor e moderação (II Tm. 1.7), para ganharem muitas almas para Cristo. Cumpramos, pois, no poder do Espírito Santo, o ministério de evangelista, para o qual fomos chamados.
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