Lição 04
Texto Áureo Dn. 3.17 – Leitura Bíblica Dn. 3.1-14
INTRODUÇÃO
No capítulo 3 de Daniel
nos voltaremos para a instituição da religião humana. Veremos que Nabucodonosor
decidiu construir uma imagem e que essa deveria ser adorada. No entanto, os
servos de Deus, em obediência a Sua palavra, decidiram ser fiéis ao Senhor, e
não se prostraram diante dela. Além de ressaltar a fidelidade de Ananias, Mizael
e Azarias, destacaremos a providência divina, quando os jovens foram lançados
na fornalha de fogo, para serem mortos.
1. A RELIGIÃO DE
NABUCODONOSOR
Em Dn. 3, Nabucodonosor,
em sua embriaguez pelo poder, constrói uma estátua. Ele pensava ser um deus,
não se contentou em ser apenas humano. Esse é o princípio do pecado, tanto
Lúcifer (Is. 14.14) quanto Adão e Eva quiseram ser iguais a Deus (Gn. 3.5). A famigerada fome pelo poder tem levado alguns
líderes a atitudes insanas. Alimentados pela bajulação, até mesmo os líderes
evangélicos tem caído nesse pecado. Ainda bem que existem aqueles que não se
dobram diante desse servilismo. Os cultos às celebridades evangélicas estão
causando estragos às igrejas. Há aqueles que se negam a cultuar o ser humano,
dando-lhe a glória que somente pertence a Deus. A religião de Nabucodosor se
destaca pelo totalitarismo, apenas a sua palavra é final, com ninguém se
aconselha. A consciência dos seus súditos é controlada a fim de manter sua
opressão. Esse tipo de liderança é perigosa, porque escraviza as pessoas, e as coisifica
(Dn. 3.7,8). Esse tipo de religião não vê pessoas, apenas súditos a serem
usados, que podem ser descartados. Muitas pessoas estão sofrendo, algumas delas
fazendo tratamento médico, por causa de feridas causadas em nome de Deus. Uma
marca dessa religiosidade babilônica é a intriga, o pouco caso em relação aos
outros. Existem inclusive aqueles que trabalham para denunciar aqueles que não
se dobram diante do autoritarismo. A inveja é a principal moeda nessas
religiões neuróticas e adoecedoras (Dn. 3.12). Os vassalos do rei denunciaram
os jovens servos de Deus, a fim de tirar proveito daquela condição. A
fidelidade a Deus, no entanto, deve ser inegociável, ainda que venhamos a perder
privilégios. Mais importante que está no auge é se encontrar no centro da
vontade de Deus (Rm. 12.1,2). Nem sempre a maioria tem razão, a verdade está na
Palavra de Deus, essa é a voz de Deus. A religião de Nabucodonosor é farisaica,
e foi denunciada por Jesus, por causa do culto ao exterior, em detrimento do
interior (Mt. 23).
2. A FIDELIDADE DOS
SERVOS DE DEUS
Como testemunhas de Deus, devemos nos posicionar, mesmo diante de ameaças
(Dn. 3.15). Há crentes que têm medo de perseguições, por isso buscam
conveniências, às vezes fazendo concessões. A igreja não deixa de crescer
durante a perseguição, muito pelo contrário, temos testemunhos de fidelidade
justamente em tempos adversos. Devemos orar pela paz, e buscar viver bem em
sociedade, mas é preciso ter cuidado, para não transformar a comodidade em
comodismo. A defesa da nossa fé não precisa ser odiosa, devemos demonstrar
mansidão (I Pe. 3.15), e amor, até mesmo aos inimigos (Mt. 5.44-48). A igreja
de Jesus Cristo está susceptível às perseguições (II Tm. 3.12). Ainda que no
futuro leis sejam aprovadas, contrárias aos fundamentos da fé cristã, não
assumiremos os valores defendidos e praticados pelo mundo (I Jo. 5.19). As
consequências poderão ser desafiadoras, mas devemos permanecer firmes, como
fizeram os jovens na Babilônia (Dn. 3.17,18). Os cristãos continuarão a viver a
partir dos princípios divinos, independentemente das circunstâncias. A morte
não deve ser motivo de temor, pior que a morte é um cristianismo medíocre, que
não se compromete com a verdade divina (Mt. 10.28). Nesses dias que antecedem
ao pleito eleitoral, tenhamos cuidados para não nos dobrarmos diante de
ideologias humanas. Também sejamos cautelosos para não nos tornarmos meros
moralistas, julgando os pecadores sem dar-lhes a oportunidade de arrependimento.
Se por um lado, muitos estão se dobrando diante do deus-imoralidade, outros
estão, com a maior naturalidade, se deixando conduzir pelo deus-mamom. O mesmo
Deus que reprova os pecados sexuais (Mt. 5.32)
também censura os adoradores do dinheiro (Mt. 6.24; I Tm. 6.10). Somente Deus deve ser adorado, essa é a
mensagem contundente de Jesus, profética para os dias atuais (Mt. 4.10).
3. A PROVIDÊNCIA DO
SENHOR
Os jovens, fiéis servos
do Senhor, foram lançados na fornalha de fogo ardente, resultante da fúria
insana de Nabucodonosor (Dn. 3.15). Ele mandou aquecer a fornalha sete vezes
(Dn. 3.19) e mandou amarrá-los antes de lança-las no fogo (Dn. 3.20). Nem
sempre Deus livra os seus servos da fornalha, mas na fornalha (Is. 43.1-30). Os
cristãos que não querem mais sofrer, e que fogem da possibilidade de
perseguição, não compreenderam o preço do discipulado (Mt. 16.24). Há uma cruz
a ser carregada, com C. S. Lewis, não recomendamos o cristianismo a quem quer
uma religião confortável. A fé cristã nos tira do lugar comum, nos lança diante
da adversidade, também da incompreensão. Por causa da nossa fé, podemos ser
tratados como a escória do mundo, não poucas vezes assumidos como loucos (I Co.
1.17-23). Mesmo diante das perseguições, podemos confiar em Deus, Jesus
prometeu estar conosco (Mt. 28.20). Justamente nas horas mais adversas, quando
somos perseguidos por causa do amor a Cristo, sentimos mais de perto a Sua
presença. Aqueles que são perseguidos na defesa do evangelho são
bem-aventurados (Mt. 5.11,12). Deus promete, no meio da perseguição, nos dá o
escape, mesmo que esse venha com a morte. A galeria dos heróis da fé de Hb. 11
é uma demonstração dessa verdade. O Senhor pode decidir ser glorificado através
da passagem dos seus servos para a eternidade. Estevão se tornou o primeiro
mártir da fé cristã, mas para isso precisou sacrificar a própria vida, por amor
a verdade do evangelho de Jesus Cristo (At. 7.51-60). Mas o Senhor pode soberanamente
dar o livramento nesta vida, de maneira providencial como fez com os jovens
judeus na Babilônia (Dn. 3.24,25). Mas eles não foram salvos para a glória
pessoal, antes para dar glória a Deus (Dn. 3.26).
CONCLUSÃO
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