Lição 07
Texto
Áureo Lc. 7.16 – Leitura Bíblica Lc. 4.38,39; 7.11-17
INTRODUÇÃO
O Evangelho segundo Lucas destaca o
poder de Deus sobre as doenças e a morte. Na aula de hoje nos voltaremos para
esse importante assunto. Inicialmente estudaremos essas duas realidades no
contexto bíblico. Em seguida, enfatizaremos esses temas especificamente na
teologia lucana. Ao final, mostraremos que o Deus da Bíblia continua tendo
poder sobre doenças e a morte.
1. DOENÇAS E MORTE NA BÍBLIA
As doenças e enfermidades resultam do
pecado, por causa da desobediência dos primeiros pais, herdamos essa condição
(Gn. 3.19; Rm. 5.12). Apesar dos esforços da sociedade moderna, no intuito de
evitar que as doenças cheguem, e que a morte seja postergada, essas são
inevitáveis (Hb. 9.27). Em algumas passagens bíblicas há fundamento para a
existência de enfermidade como consequência do julgamento divino (Dt. 28.21;
Jo. 5.14), ou mesmo por Satanás, quando permitido por Deus (Jó. 2.7). Mas essa
realidade não pode ser generalizada. Nem todas as doenças são decorrentes de
algum tipo de pecado, esse foi justamente o equívoco dos amigos de Jó (Jó.
42.7). Ao contrário do que defendem alguns movimentos, a Bíblia não se opõe à
consulta aos médicos (Jr. 8.22; Mt. 9.12; Lc. 4.23). Mas devemos também buscar
a cura divina, confiar que o Deus da Bíblia ainda cura (II Rs. 20.1-3; Tg.
5.14; Hb. 13.8). Em relação à morte, conforme já apontamos anteriormente, teve
seu início a partir do pecado de Adão (Gn. 3.19; I Co. 15.21,22), sendo,
portanto, consequência do pecado (Gn. 2.17; Rm. 5.12). A morte representa o
final dos projetos humanos na terra (Ec. 9.10), e o distanciamento dos bens
terrenos (I Tm. 6.7), a morte nivela todas as pessoas (Jó. 3.17-19). Cristo foi
o Único a vencer a morte (Rm. 6.9; Ap. 1.18). Por isso Ele mesmo aboliu a morte
(II Tm. 1.10), sendo esta a última inimiga a ser vencida (I Co. 15.26). Por
isso não temos mais motivos para temer a morte, pois Cristo a venceu na cruz
(Hb. 2.15). Mesmo aqueles que morreram ressuscitarão, para viverem eternamente
com Cristo (I Ts. 4.13-18).
2. DOENÇAS E MORTE NO EVANGELHO DE
LUCAS
No Evangelho segundo Lucas, Jesus é
Aquele que tem poder sobre as doenças e a morte. Há passagens em sua narrativa
que explicam o poder do Senhor sobre a doença e a morte. Em Lc. 4.38,
Jesus curou a sogra de Simão, que estava enferma com muita febre, de modo que
essa pode começar a servi-LO. Indo a cidade chamada Naim, Jesus encontrou uma
mãe angustiada, com a morte de seu único filho, sendo esta também viúva. Jesus,
movido de íntima compaixão, a consolou, em seguida tocou o esquife, e
ressuscitou o seu filho (Lc. 7.11-13). Em Lc. 8 lemos a respeito de Jairo, um
oficial da sinagoga, que sofria com a doença e possibilidade de morte da sua
filha, de apenas doze anos (Lc. 8.40). Mesmo sendo uma autoridade, Jairo se
humilhou aos pés de Jesus, implorando para que Ele resolvesse sua situação (Lc.
8.40-42). Ao mesmo tempo, uma mulher que estava próxima de Jesus, tinha uma
doença, que causava sangramento, e que duravam doze anos (Lc. 8.43). A situação
dessa mulher era de desespero, ela já havia gastado muito dinheiro com os
médicos, nenhum deles havia conseguido curá-la (Mc. 5.26; Lc. 8.43). Aquela
enfermidade a tornava impura, por causa do cerimonial de purificação judaico.
Mesmo assim, ela decidiu tocar em Jesus, e encontrou cura nele. Jairo também
recebeu a providência divina diante da doença da sua filha, ainda que o
pensamento humanista da época, dizia que o Mestre não deveria ser incomodado,
pois a menina já estava morta (Lc. 8.49,50). Mas Jesus, que tem poder sobre as
doenças e a morte, ressuscitou a menina (Lc. 8.51-53).
3. PODER DE DEUS DIANTE DAS DOENÇAS E
MORTE
Jesus continua tendo todo poder sobre
as doenças e a morte, milagres ainda podem acontecer nos dias atuais. Por isso,
os crentes podem clamar ao Senhor, pedindo cura das enfermidades, os presbíteros
da igreja devem ungir e orar pelos enfermos (Tg. 5.15). Na Antiga Aliança o
Deus de Israel era reconhecido como o Jeová-Rafah, ou seja, o Senhor-que-Cura
(Ex. 15.26). Jesus de Nazaré foi ungido por Deus, para curar as pessoas,
inclusive àquelas que eram oprimidas pelo Diabo (At. 10.38). O salmista
reconhece que o Deus de Israel é Aquele que cura as pessoas de todas as
enfermidades (Sl. 103.2,3). As curas são possíveis porque Jesus, o Servo
Sofredor de Jeová, foi ferido pelas nossas enfermidades (Is. 53.5; Mt. 8.16,17;
I Pe. 2.24). A cura pode ser recebida através da oração da fé (Sl. 30.2), ainda
que somente sejam curadas as pessoas a quem Deus soberanamente decide curar (II
Co. 12.9). Os crentes devem ser estimulados a buscar a cura divina através da
oração (Mt. 14.15,16). A fé em Jesus, não a fé na fé, como apregoa a Teologia
da Saúde, é a causa da cura (At. 3.16). É preciso saber também que a cura, às
vezes, não acontece imediatamente, precisamos “andar” um pouco mais, e ter
paciência (Lc. 17.12). Isso acontece porque o desenvolvimento do nosso caráter,
a produção do fruto do Espírito é mais importante que a cura divina (Gl.
5.21,22). A ressurreição, ainda que não seja comum em nosso meio, pode
acontecer. Vários irmãos e irmãs têm testemunhado essa experiência em suas
vidas.
CONCLUSÃO
A cura das doenças, e a ressurreição
dos mortos, é algo que ainda pode acontecer nos dias atuais. Mas esses
acontecimentos, que devem ser buscados pelos crentes, e submetidos à soberania
de Deus, apontam para uma dimensão escatológica. Isso porque aqueles que são
curados das doenças, ou mesmo ressuscitados, passarão pela morte, a menos que
sejam arrebatados. Mas quando Deus cura ou ressuscita alguém, está apontando
para o futuro, no qual não haverá mais morte nem dor (Ap. 21.3,4).
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