Lição 08
Texto Áureo II Tm. 2.15 – Leitura Bíblica I Tm.
2.1-18
INTRODUÇÃO
Nesta seção da II Epístola de Paulo a Timóteo,
somos instruídos pelo Apóstolo a viver em santidade, fundamentados na Palavra.
Veremos na aula de hoje que Paulo orienta Timóteo a ser obreiro aprovado, e que
não tenha do que se envergonhar. Em seguida, faz a distinção entre os obreiros
que honram e desonram o trabalho de Deus, comparando-os a vasos de ouro, prata,
madeira e barro. Ao final, faz advertências a Timóteo, bem como à Igreja, para
que não se envolvam em questões loucas, e contendas que a nada levam, e que não
resultam em edificação.
1. OBREIRO APROVADO POR DEUS
Paulo é um exemplo de obreiro aprovado por
Deus, isso porque suporta todas as coisas por amor dos eleitos (II Tm. 2.10).
Uma das características primordiais de um obreiro aprovado é sua disposição
para sofrer por causa de Cristo e Sua igreja, uma demonstração de amor ao
evangelho (II Co. 11.16-23; Rm. 8.35-39). Essa é uma mensagem que contradiz a
doutrina triunfalista comumente apregoada nos arraiais evangélicos. Há pastores
que não querem mais se sacrificar pelo rebanho. Diferentemente destes, Paulo
está disposto a suportar todas as coisas a fim de que, por meio de seu
ministério, as pessoas sejam salvas eternamente em Cristo (II Tm. 2.11-13). O
obreiro dedicado a Deus não pode fugir da sua responsabilidade, deve ser fiel,
mesmo diante das perseguições, pois o Deus a quem servimos permanece fiel, em
todas as circunstâncias. É preciso ter cuidado para não se envolver em
discussões loucas, contendas desnecessárias, totalmente inúteis (II Tm. 2.14).
Existem obreiros que estudam, mas tão somente para demonstrar erudição, sem
compromisso com a verdade exarada na Palavra de Deus. O conhecimento
bíblico-teológico é fundamental ao exercício do pastorado, mas não deve ser
instrumento de arrogância. Os falsos mestres que se infiltraram em Éfeso, como
alguns que conhecemos atualmente, debatam assuntos que desconhecem, e que não
estão revelados nas Sagradas Escrituras. Para demonstrarem uma espiritualidade
superior, arrogam sobre si um conhecimento especial, sem qualquer fundamentação
bíblica. O obreiro aprovado por Deus maneja bem a palavra da verdade, ele não
apenas conhece o texto bíblico, mas sabe também interpretá-lo, sem deturpar o
conteúdo da mensagem (II Tm. 2.15, 16).
2. VASOS DE HONRA E DESONRA NA IGREJA
O Senhor conhece aqueles que são seus, existem
muitos supostos mestres que andam pelas igrejas, que advogam serem
conferencistas, mas na verdade não passam de enganadores. Uma das marcas dos
verdadeiros mestres é a santidade, eles se apartam da injustiça e vivem para a
glória de Deus (II Tm. 2.18,19). Como em uma mesma casa existem vasos de ouro e
prata, bem como de madeira e barro, entre os obreiros existem aqueles que são
para honra, e outros para desonra. A característica de um vaso de honra na casa
de Deus é a pureza, a santificação, diferentemente daqueles que vivem na
hipocrisia, e se entregam à lassidão moral (I Co. 15.33). Paulo dá uma
orientação específica para Timóteo: “Fuja, porém, dos desejos da juventude, e
vá pós a justiça, a fé, o amor, a paz com aqueles que invocam o Senhor de
coração puro” (II Tm. 2.22). Os jovens pastores, ao que tudo indica, são mais
susceptíveis às tentações, por isso devem ter cuidado redobrado. Satanás tentou
a Cristo, de igual modo tentará distanciar os obreiros da comissão para a qual
foram chamados. Mas como o Senhor poderemos vencer através da Palavra de Deus
(Mt. 4.1-4), por meio dela fugiremos da tentação do prazer desenfreado, do
poder descontrolado, e das possessões terrenas. Infelizmente muitos obreiros
estão se deixando levar pelas propinas do Diabo, alguns deles justificam a
desonestidade tratando o pecado com naturalidade. A hipocrisia está solapando o
meio evangélico, há líderes que censuram determinadas práticas mundanas, mas
dentro da igreja são vasos de desonra. Pastores que amam o presente século, que
se dobram diante de Mamon, o deus deles não é o da Bíblia, mas o próprio
ventre. O evangelho de Jesus Cristo tem sido deturpado por causa de alguns
pastores televisivos, que por se encontrarem em evidência, passam para a
sociedade um modelo de cristianismo que nada tem a ver com Cristo.
3. CONTENDAS DESNECESSÁRIAS
Em seguida Paulo instrui Timóteo a rejeitar as
questões insensatas e ignorantes, isso porque servem apenas para gerar
contendas desnecessárias. Existem falsos mestres na igreja que semeiam intrigas
entre os irmãos, fundamentando-se em revelações particulares, distanciadas da
Palavra. É preciso ter cuidado com o experiencialismo que predomina em algumas
igrejas evangélicas, principalmente entre os pentecostais. Há crentes que não
leem a Bíblia, não frequentam a Escola Dominical, não querem saber da doutrina
e instrução na Palavra. Esses se tornam alvos fáceis dos falsos mestres, e
geralmente disseminam heresias no seio da congregação. Ainda por cima arvoram
serem mais espirituais do que os outros, alguns querem até ter maior autoridade
que os ministros da igreja. Ao contrário da arrogância demonstrada por esses,
os crentes devem ser amáveis com todos, qualificado para ensinar, paciente ante
as injúrias, e que com mansidão devem corrigir os oponentes. Não adianta entrar
em discussões infindas, que não levam à edificação espiritual, às vezes é
melhor calar (II Tm. 2.23,24; I Pe. 2.21-24). É possível que, através de um
comportamento de mansidão, até mesmo os falsos mestres venham a se arrepender
dos seus procedimentos. Não podemos perder a esperança de conduzir as pessoas a
Cristo, principalmente porque existem pessoas que estão sendo enganadas, e que
se forem alertadas a tempo poderão abandonar o erro. Essas pessoas precisam ser
constantemente advertidas, é importante que frequentem os trabalhos de ensino
da igreja. Mas é necessário fazê-lo com cautela, com sólida formação bíblica, e
equilíbrio espiritual, caso contrário, há o risco de se deixar conduzir por
aqueles que apregoam doutrinas falsas.
CONCLUSÃO
Por causa do evangelho Paulo passou por
adversidades, mas não fez concessões em relação ao conteúdo da mensagem. O
exemplo do Apóstolo deve servir de motivação para todos os obreiros que desejam
ser aprovados por Deus. Tal aprovação depende de uma vida alicerçada na Palavra
de Deus, demonstrada em santificação. Uma vida piedosa poderá surtir efeito até
mesmo entre os opositores. Na medida em que vivemos com amabilidade, poderemos
conduzir alguns a Cristo, principalmente aqueles que estão sendo vítimas do
engano.
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