Texto Áureo II Tm. 4.7 – Leitura Bíblica I Tm. 4.6-17
INTRODUÇÃO
Este é o capítulo final da II Epístola de Paulo a Timóteo, nele nos deparamos com informações bastante pessoais a respeito dos últimos dias do Apóstolo na terra. Inicialmente, conforme veremos na lição, ele mostra confiança em Deus diante da morte. Posteriormente, lamenta pelo abandono de alguns daqueles que se diziam companheiros de ministério. Ao final, demonstra sua firmeza em Cristo, que jamais o abandonou, também expressa suas considerações pelo fieis cooperadores de ministério.
1. O OBREIRO DIANTE DA MORTE
De acordo com a tradição, Paulo foi decapitado na Via Ápia, após trinta anos de trabalho como apóstolo do Senhor. Nessa Epístola encontramos aquelas que provavelmente foram as últimas palavras do Apóstolo: combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé (II Tm. 3.7). Por meio dessa expressão Paulo revela sua convicção no reconhecimento do Senhor em relação à obra que desenvolveu. É importante que o obreiro cristão tenha a realidade da morte sempre diante dele. Não pode se esquecer de que um dia prestará contas de tudo que fez ou deixou de fazer para o Senhor, isso traz seriedade ao ministério. No caso de Paulo, ele sabia que “a coroa da justiça” o aguardava, e que a maior recompensa viria de Deus, e não dos homens. Mas antes ele demonstrou preocupação com a continuidade da obra, como se costuma de dizer, em “passar o bastão” adiante. Nem todos os obreiros têm esse cuidado, resultando em dificuldade para a obra do Senhor. Há obreiros tão apegados ao cargo que não preparam seus sucessores, agarram-se demasiadamente à função, e às vezes, delegam-na a pessoas que não foram vocacionadas. É bastante comum em algumas igrejas que a sucessão aconteça sempre no âmbito familiar, sendo essa inclusive uma condição colocada pelo obreiro para se afastar do pastorado. Mas O cuidado de Paulo é com a pregação da palavra, para que a sã doutrina seja propagada, e o evangelho de Jesus Cristo não seja vituperado (II Tm. 4.2). A igreja cristã não pode abrir mão da pregação, nada substitui a exposição da Palavra de Deus. A fim de tornar o culto “mais agradável” alguns pastores estão retirando a pregação dos púlpitos, ou reduzindo-a uns poucos minutos. Nos dias atuais, os quais as pessoas não resistem à sã doutrina, há líderes que estão fazendo concessões, e deixando de ensinar a Palavra, substituindo-a por fábulas meramente humanas, que agradam os ouvintes (II Tm. 4.3,4).
2. O OBREIRO DIANTE DO ABANDONO
Paulo já estava velho, mas não deixou de pregar o evangelho genuíno, mesmo estando em prisão. De igual modo, aqueles que professam a fé em Cristo, devem continuar vivendo no “porém”, cumprindo o ministério com integridade (II Tm. 4.6-8). Timóteo deveria dar continuidade ao ministério que Paulo havia iniciado, pois o Apóstolo tinha consciência que sua vida já estava sendo colocada no altar, e sendo oferecida como libação, pois a hora da sua partida estava se aproximando. Mas ele está consciente do prêmio que o Senhor lhe dará, não apenas para ele, mas a todos quantos amam a Sua vinda. Ele sabe que guardou, com toda segurança, como bom despenseiro, o tesouro do evangelho, que foi confiado aos seus cuidados. Todo obreiro deveria trabalhar com esse propósito em mente, convicto de que está labutando não apenas para homens, mas, sobretudo, para Deus. Se assim fizessem, teríamos menos disputas pastorais, engradeceríamos mais o ministério. Por causa da política eclesiástica, aqueles que defendem o evangelho, como fez Paulo, acabam sendo abandonados pelos interesseiros. No final da vida Paulo estava sozinho, Demas, por amar o presente século, abandonou o Apóstolo. Pela necessidade do ministério, outros precisaram se deslocar para outras regiões. Mas Paulo não ficou totalmente só, Lucas, o médico amado, permaneceu com ele, certamente para auxilia-lo em suas enfermidades. Paulo lembra também de João Marcos, e pede para que o traga, reconhecendo sua utilidade para o ministério. João Marcos, que o havia abandonado em uma das viagens missionárias (At. 12.25), demonstrou ter amadurecido, tornando-se relevante para a obra de Deus (Cl. 4.10; Fm. 24; I Pe. 5.13). Os obreiros que fracassaram, principalmente os mais jovens, devem ter outra oportunidade, desde que se arrependam.
3. CRISTO EM DEFESA DO OBREIRO
Apesar do abandono de alguns que estavam com Paulo, ele não perdeu sua confiança no Senhor, principalmente porque Ele o assistiu, e o revestiu de forças (II Tm. 4.17). Jesus é o Confortador dos obreiros fiéis, eles sabem que quando incompreendidos, podem derramar suas lágrimas aos pés do Salvador. O conforto também pode vir através de companheiros autênticos, como era o caso de Timóteo, a quem Paulo pede para que “venha depressa”. É alentador saber que podemos confiar em obreiros genuínos, pessoas como Timóteo e Epafrodito, que auxiliaram a Paulo em suas necessidades. O Apóstolo sabia que o inverno se avizinhava (II Tm. 4.21), por isso pediu a Timóteo que trouxesse sua capa, que havia deixado em Trôade, na casa de Carpo (II Tm. 4.13). Os estudiosos explicam que essa se tratava de um vestuário de tecido grosso, em modelo circular com uma abertura para a cabeça. Há quem especule que Paulo teria sido preso na casa de Carpo, e que na ocasião da prisão não teve tempo para pegar seus pertences (At. 20). Paulo também sentiu falta dos seus livros, “especialmente os pergaminhos” (II Tm. 4.13), ao que tudo indica, a versão do Antigo Testamento em grego. É uma pena que alguns crentes desprezem a leitura, é triste constatar que alguns obreiros, que deveriam se dedicar ao estudo, o considerem desnecessário. Não devemos esquecer a instrução dada a Timóteo, em II Tm. 3.16,17, em relação à autoridade e proveito das Escrituras. A Palavra de Deus é o fundamento, não apenas para a pregação, mas para que esse encontre alento nos momentos de adversidade. Diante do julgamento, Paulo encontrou guarida nos pés do Senhor, e firmeza em Sua palavra. Principalmente quando Alexandre, o latoeiro, lhe causou muitos males, e na sua primeira defesa, quando ninguém o assistiu.
CONCLUSÃO
O obreiro cristão sabe que a morte não é o fim, por isso a enfrentam com coragem, sobretudo resignação. Há líderes que, influenciados pelo espírito secularista, ficam perplexos somente em pensar na possibilidade da morte. Evidentemente a grande esperança do cristão é o arrebatamento, que acontecerá logo após a ressurreição dos mortos em Cristo (I Ts. 4.13-18). Mas é possível que a morte chegue antes do arrebatamento, por isso devemos permanecer firmes, e esperançosos em relação ao futuro. Sabemos que quando esse tabernáculo terreno se desfizer, temos da parte de Deus uma morada eterna (II Co. 5.1) e que estaremos com Cristo, o que e consideravelmente melhor (Fp. 1.23).
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