Lição 06
O TRIBUNAL DE
CRISTO E OS GALARDÕES
Texto
Áureo II Co. 5.10 – Leitura Bíblica I Co. 3.11-15
INTRODUÇÃO
Após a Igreja ser arrebatada para se encontrar com Cristo nos
ares (I Ts. 4.13-18), será estabelecido o Tribunal de Cristo, a fim de julgar
as obras dos crentes, bem como os galardões. Na aula de hoje estudaremos a
respeito desses eventos escatológicos, considerando, sobretudo, sua importância
para que não deixemos de trabalhar, e de fazer a obra de Deus, enquanto é dia,
por virá a noite, em que não mais será possível (Jo. 9.4).
1. O TRIBUNA DE
CRISTO
Quando a Igreja for arrebatada, todos os crentes comparecerão
perante Cristo, para que as obras sejam julgadas (II Co. 5.10; I Co. 1.8).
Faz-se necessário esclarecer que esse julgamento não será para a salvação. Os
crentes já foram salvos em Cristo, através do Seu sacrifício vicário (Ef.
2.8,9). Esse julgamento também não deve ser confundido com o Juízo do Grande
Trono Branco, que acontecerá depois do Milênio, com vista à condenação dos
ímpios (Ap. 20.11-15). No Tribunal (gr. bema) de Cristo, os fieis se
apresentarão a fim de receber o galardão, que está com o próprio Senhor, para
entregar àqueles que permaneceram firmes até o fim (Ap. 22.12). Aqueles que se
sacrificaram pela obra de Deus, a exemplo de Paulo, receberão naquele dia, a
coroa da justiça, reservada a todos que padeceram por amor a Cristo (II Tm. 4.8).
Muitos crentes são perseguidos em várias partes do mundo, principalmente nos
países que são inóspitos ao evangelho. Esses receberão do Senhor, quando Ele
vier para arrebatar Sua igreja, o galardão. Jesus é o Supremo Juiz que
entregará o prêmio àqueles que permaneceram fiéis, e que não negaram o nome do
Senhor, mesmo em condições adversas. Os crentes são responsáveis pelo que fazem
e deixam de fazer, isso quer dizer que o julgamento das obras não atentará
apenas para as obras feitas, mas também pelas obras que os crentes deixaram de
fazer. A esse respeito Paulo esclarece que “todos devemos comparecer ante o
Tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo tiver feito por meio do
corpo, ou bem ou mal” (II Co. 5.10).
2. O JULGAMENTO DAS
OBRAS
Esse será um julgamento justo, pois o Supremo Juiz é Cristo, e
Ele mesmo avaliará as obras de cada crente. De acordo com I Co. 3.11-15, as
obras serão provadas pelo fogo, isso porque esse revelará não apenas a
quantidade, mas a qualidade das obras realizadas. Existem muitas pessoas que
trabalham bastante nas igrejas locais, mas o objetivo não é a expansão do Reino
de Deus, antes a promoção pessoal. A motivação com a qual desempenham o
trabalho passará pelo crivo do Senhor. Há aqueles que buscam apenas as riquezas
materiais, o fim último do trabalho é o enriquecimento através do ministério.
Outros buscam fama e poder, querem o reconhecimento dos seus pares, e se ufanam
em seus cargos “ministeriais”. Esses já receberam seus galardões, alguns podem
até ser salvos, mas não receberão qualquer recompensa do Senhor. A famigerada
teologia da ganância, denominada por alguns de prosperidade, está ufanando
muitos crentes, esses apenas se interessam pelas riquezas materiais. A obra
desses não resistirá ao fogo divino, pois não são feitas em Deus (Jo. 3.21),
são madeira, feno e palha (I Co. 3.15). Os pastores que estão trabalhando na
seara de Cristo devem cuidar a esse respeito. A profissionalização do
ministério está fazendo com que alguns obreiros pecam o foco do serviço cristão,
querem subir ao trono, sem antes passar pela toalha (Jo. 13). Como nos tempos
do profeta Ezequiel, há pastores que apenas apascentam a si mesmos, em
detrimento das ovelhas (Ez. 34.7-10). É preciso acautelar-se para não se perder
no ministério, deixando de perseguir o modelo que é Jesus, o Supremo Pastor,
que entregou Sua vida pelas ovelhas (Jo. 10.10).
3. OS GALARDÕES
As obras dos crentes podem ser categorizadas, de acordo com a
explicação de Paulo, em madeira, feno e palha, bem como ouro, prata e pedras
preciosas. A madeira nas Escrituras tem a ver com a produção humana. Isso
porque há pessoas que trabalham apenas para ser vistas pelos homens. Não poucos
crentes nas igrejas labutam, e às vezes, incansavelmente, para ser reconhecidos
pelos pastores, e receberem deles algum cargo ou recompensa. O feno é uma erva
seca, que perece com facilidade. Isso diz respeito àqueles que querem receber a
glória terrestre, destaque no exercício ministerial. Esses, como antecipou o
Senhor em Seu sermão, “já receberam o seu galardão” (Mt. 6.2-16). A glória
terrestre é passageira, existem crentes, até mesmo obreiros, que já se
esqueceram do chamado, desviaram-se da vocação. Esses profissionais do
ministério, como a palha seca que é lançada ao vento, não subsistirão na congregação
dos justos (Sl. 1.4; Os. 13.3). Mas nem tudo está perdido, não podemos julgar
todos igualmente, pois certamente há obreiros, crentes que trabalham
denodadamente, a fim de satisfazer ao Senhor da obra. O trabalho desses é
comparado ao ouro e a prata, isso porque eles labutam não para si mesmos, ou
para serem reconhecidos pelos outros, antes para a glória de Deus (I Co. 10.31;
Mt. 5.16). Há vários obreiros que envergonham o ministério, e que sequer podem
ser associados ao Reino de Cristo. Outro, porém, ainda que desconhecidos da
mídia, e que não são destacados nas Convenções ministeriais, receberão do
Senhor o devido reconhecimento (Mt. 25.21-13).
CONCLUSÃO
Os crentes em Jesus devem trabalhar para o Ele, dedicarem-se
incansavelmente para a expansão do Reino de Deus, colocando-O sempre em
primeiro lugar (Mt. 6.33). Depois de labutarem, com afinco e esmero, precisam
reconhecer que fizeram apenas o que lhe era devido (Lc. 17.7-10). Tenhamos
cuidado para não enterrar o talento que recebemos do Senhor, e que o
desenvolvamos, não para ostentação humana, mas para a glória de Deus (Mt.
25.14-30).
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