“Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns.” 1Co 9.22
VERDADE APLICADA
É inestimável o valor de uma alma para Deus. Por isso, devemos mover todos os nossos recursos e empregar todas as nossas forças para conduzi-las à salvação.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
● Expor a maneira correta de anunciar o Evangelho;
● Mostrar como o mensageiro deve ser exemplo e como deve amadurecer paulatinamente em Cristo;
● Discursar acerca da salvação e os passos para alcançá-la.
GLOSSÁRIO
Arquétipo: O modelo, o exemplo;
Cerne: Essencial;
Sinótico: Evangelho de Mateus, Marcos e Lucas, cujos relatos apresentam semelhanças significativas.
LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda: Terça: Quarta:
Is 59.2 Mt 9.37 Mt 16.13-16
Quinta: Sexta: Sábado:
1Tm 4.15-16 Hb 12.1-2 1Jo 1.9
TEXTOS DE REFERÊNCIA
At 2.46 – E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
At 2.47 – Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.
At 4.4 – Muitos, porém, dos que ouviram a palavra creram, e chegou o número desses homens a quase cinco mil.
At 5.42 – E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo.
MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que muitos tenham acesso às Escrituras em seu idioma.
Introdução
Evangelismo pessoal é a ação de comunicar o plano divino de salvação, a partir de um contato direto entre o evangelista e a pessoa a ser evangelizada. Falar de Cristo é uma tarefa que exige vida prática.
Comunicando a salvação
Há atualmente entre certos círculos religiosos, a crença de que o homem não está perdido enquanto não rejeita o Evangelho. Em outras palavras, quem nunca ouviu o Evangelho não está realmente perdido. Muitos alegam que Deus tem um segundo plano de salvação para estas pessoas.
Há duas respostas imediatas a este falso conceito. Primeiro, se Deus realmente tem outro plano, então é falsa a declaração de Atos 4.12 de que “... não há salvação em nenhum outro...”.
Segundo, se o pecador não está perdido, porquanto ainda não ouviu o Evangelho, conclui-se logicamente, que seria melhor que ele nunca ouvisse o Evangelho, permanecesse assim no seu estado de “inocência”, ao invés de ter que enfrentar a escolha de aceitar ou rejeitar a mensagem de salvação. Nesse caso, devemos encerrar todo trabalho evangelístico porque, pregando o Evangelho sem termos uma resposta da aceitação do mesmo, estamos causando a perdição de muita gente que, se não ouvisse o Evangelho, não se perderia.
Antes de tudo, consultemos a Palavra de Deus que é clara e inflexível nas suas advertências sobre o inferno: “Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado; porquanto não crê no nome do Unigênito Filho de Deus.” (Jo 3.18).
Concluímos que a Palavra de Deus deixa claro que, mesmo que não tenha ouvido a mensagem de salvação, em morrendo, a pessoa está perdida.
O raciocínio acima corrobora a primeira verdade angular acerca do evangelismo: ele é necessário sim, e necessita ser aplicado com urgência na humanidade para alcançar todos os que ainda não reconhecem o Senhor Jesus Cristo como seu único Salvador e Senhor.
Isto posto, temos duas formas básicas de evangelizar, ou seja, o evangelismo tem duas estratégias de formato bem distinto: a evangelização em massa e a evangelização pessoal.
Esses dois métodos não são competitivos e sim complementares. Constantemente os novos convertidos testificam que sua decisão de servir a Cristo foi influenciada por esses dois tipos de evangelismo.
Enquanto que o evangelismo em massa depende de um limitado número de evangelistas, o evangelismo pessoal pode ser efetuado por cada crente.
Em resumo, evangelismo pessoal significa buscar ganhar almas pessoalmente. Embora Jesus falasse muito às multidões, Ele nunca deixou de falar para alguém que d’Ele se aproximasse. O Evangelho de João é o que mais destaca o evangelismo pessoal de Jesus. No capítulo 1, Jesus levou André para sua casa e, quando este saiu, O havia aceitado como o seu Messias.
Ganhar almas uma a uma tem evidentes vantagens sobre o evangelismo em massa. Primeiramente, o evangelismo pessoal se adapta às condições espirituais de qualquer pessoa, enquanto que uma pregação pública pode estar acima da compreensão dos ouvintes.
Por outro lado, não nos esqueçamos de que é comum o evangelismo pessoal e o evangelismo em massa operarem juntamente para o pecador vir a Cristo.
Ponto pacífico é que, seja de uma forma, seja de outra, o Evangelho tem que ser pregado objetivando a salvação das almas perdidas, que não conhecem as verdades contidas nas Escrituras Sagradas. Para isso é necessário que sejamos não só conhecedores da Palavra de Deus, mas, sobretudo, exemplos vivos de uma vida pautada nos ensinamentos do Senhor Jesus. As nossas atitudes são mais eficazes e contundentes do que as palavras.
Temos que seguir, como bons cristãos, pregando a mensagem da cruz de Cristo e comunicando a salvação. É mandamento d’Ele!
Tenham todos uma semana abençoada, na Paz do Senhor Jesus!
Márcio Celso - Colaborador
1.1. Anunciando o Evangelho de Cristo
A comunicação do evangelho pode parecer simples, mas não é (1Co 1.17). Qualquer pessoa que deseje evangelizar precisa entender que as atitudes falam mais do que qualquer palavra. O corpo a corpo é diferente de um sermão, porque nele o evangelista será questionado, haverá barreiras preconceituosas por parte do ouvinte e muita resistência espiritual também. Por esse motivo, é preciso estar preparado para tal resistência e, principalmente, estar equipado com a Palavra (2Tm 2.15).
Para algumas pessoas, a comunicação é uma simples transmissão de informação, uma espécie de transferência de símbolos. No entanto, sabemos que pode existir comunicação até através do silêncio, porque as nossas atitudes revelam quem somos na realidade (1Pe 3.1). É preciso atenção para que nossa conduta não prejudique a percepção da mensagem da salvação por parte do ouvinte. A passagem bíblica de Atos 5.15-16 revela o caráter da influência de Pedro. O que ele possuía de especial? Por que as pessoas tinham essa expectativa? O apóstolo Pedro era um homem comum, mas sua vida em contato com a luz de Cristo produzia uma fé tão intensa que as pessoas se contentavam em apenas estar debaixo de sua sombra.
1.2. A conexão entre a mensagem e o mensageiro
Aqueles que anunciam o Evangelho não podem ser como atores de comercial de TV, que tentam convencer o público a adquirir um produto que eles mesmos não usam. O comunicador do Evangelho deve fazê-lo como um profeta, que apresenta a verdade de Deus tal como ele a vê e vive. Se o orador não acredita realmente no que diz, seu inconsciente comunicará uma mensagem negativa, que substituirá tudo de positivo que possa dizer. Porém, uma pregação sincera, e até mesmo mansa, pode chegar ao coração, quando anunciada com a totalidade do ser (1Rs 19.12). Se não houver nenhuma coerência entre o que dizemos ser e o que somos, podemos fazer com que nos ouçam, mas não seremos escutados.
Jesus Cristo nos comparou ao sal. Ele não disse que temos sal, disse que somos sal (Mt 5.13). O sal em si mesmo não é alimento, ele não é a parte principal de uma refeição, no entanto, todos percebem a sua presença. Se a nossa vida for semelhante à de Cristo, nossa presença fará os outros perceberem que Cristo está em nós. Nossa presença pode ser um mensagem mais importante do que tudo o que dissermos.
A falta de leitura devocional da Bíblia e a falta de oração explicam a crise que muitas igrejas experimentam no campo da evangelização. Esse é um sério problema que precisa urgentemente ser combatido (2Pe 3.18). Como anunciar aquilo que desconhecemos? O que nos adianta ter armas e não saber como manejá-las? (2Co 10.4). Devemos entender o que pretendemos comunicar e não há como entender algo sem dedicar tempo à leitura e meditação. Afinal, como iremos comunicar a salvação, se nem ao menos a conhecemos? Três coisas revelam o vigor da Igreja Primitiva: o ensino e a experiência ao lado de Jesus, e o poder do Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.8).
O que significa ser uma testemunha? Uma pessoa que não tem por hábito ler, que ora esporadicamente, e que tem pouquíssima experiência no campo espiritual, pode estar em sérios apuros ao tentar falar de Cristo: “Porque hás de ser sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido” (At 22.15). Jesus não enviou Seus discípulos para contar histórias. Ele mandou que eles testemunhassem acerca do que viram e ouviram.
2. A mensagem e o mensageiro
A Bíblia nos adverte a não se conformar com uma vida espiritual medíocre (2Pe 1.8-11). A meta é que todos alcancem a maturidade e se permitam moldar à estatura de Cristo (Ef 4.13). Por isso, devemos tomar consciência de quanto nos falta para que vejam Cristo em nós.
2.1. O mensageiro deve ser exemplo
O cristão não deve procurar ser completo em Jesus Cristo somente para seu benefício pessoal. A Palavra de Deus enfatiza repetidamente a necessidade de nos tornarmos um modelo para os outros. Os cristãos têm a Jesus Cristo como um arquétipo. Devemos servir como modelo para os outros (Fp 3.17). O apóstolo Paulo afirma que todos os cristãos de Tessalônica foram exemplos para todos os fiéis na Macedônia e Acaia (1Ts 1.6-9). Exemplo foi a palavra dirigida a Timóteo (1Tm 4.12); Tito (2.7); e aos líderes da igreja (1Pe 5.3).
Na passagem bíblica de João 20.25, o termo usado para se referir às marcas que os cravos fizeram nas mãos de Jesus é “tipos”, traduzida também por “sinal”. Assim como as marcas das mãos de Jesus Cristo são um sinal, nós também devemos ser sinais claros aos homens de uma vida dedicada a Deus, e em processo de transformação (1Tm 4.15-16).
2.2. A mensagem deve amadurecer espiritualmente
Os evangelhos sinóticos apresentam como os discípulos evoluíram até chegarem a refletir Cristo para as nações. Inicialmente, Jesus fez um convite (Lc 9.23). Depois, Ele deu elementos para análises e reflexões, como: milagres, para edificar a fé, e verdades acerca da vida. Quando já estavam aptos e maduros para decisões, lhes perguntou: “Quem sou eu?”. Após a confissão de Pedro (Mt 16.13-16), Jesus lhes fala pela primeira vez acerca da cruz. Era não somente necessário descobri-lo como Mestre, Senhor e Messias. Eles deveriam aceitá-lo também como Salvador. Por fim, Jesus leva-os ao monte e lhes explica que terão que negarem-se a si mesmos. Ou seja, serem dependentes do Mestre em tudo.
A cruz era terrivelmente assustadora. Tratava-se de uma sentença de morte vergonhosa e assombrosa. Eles compreenderam claramente qual seria o preço de testemunhar acerca da verdade. Foi por esse motivo que Jesus revelou-se paulatinamente. A boca deve falar daquilo que o coração está cheio, mas somente quando amadurecemos é que compreendemos o valor de cada coisa, inclusive o da vida. Ser testemunha é ser capaz de morrer pela verdade que se anuncia (At 1.8).
2.3. A grandeza da revelação divina
Um grande problema tem impedido que muitos cheguem ao conhecimento do plano divino de salvação; a cegueira espiritual (2Co 4.3-4). O “deus deste século” conserva a mente de muitos na escuridão. Porém, sabemos que o mesmo Deus “que disse que das trevas resplandecesse a luz” é Aquele que nos deu o Evangelho da revelação da glória de Deus, em Cristo (2Co 4.6). A mensagem do Evangelho continua sendo o meio pelo qual a luz brilha no coração das pessoas. Assim, o evangelismo continua sendo absolutamente indispensável(2Co 4.5).
A evangelização deve partir do pressuposto básico de que o pior dos homens pode ser restaurado e transformado por Deus. A Bíblia nos diz que todos os seres humanos foram destituídos da glória de Deus e, por isso, precisam de salvação (Rm 3.23). A salvação em Cristo Jesus é a religação de tudo o que antes havia se tornado em trevas. Cristo nos reconciliou com o Pai e devemos anunciar essa mesma verdade aos que estão ainda na escuridão do pecado (2Co 4.5-6).
O pecado trouxe sérios problemas à humanidade. O profeta Isaías descreve assim a condição do homem sem Deus: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.2).
3.1. O vazio da alma humana
Desde que o pecado entrou no mundo, o homem perdeu a comunhão com o Pai. Desde então, o homem tenta encontrar a Deus por obras, religiosidade ou suas próprias invenções (Ec 7.29). A realidade universal é que todo o ser humano sente um vazio existencial causado por sua natureza pecaminosa. A realidade do pecado tem causado esta inquietação que o ser humano sente. Somente Deus pode saciar esta fome que há no coração da pessoa e preencher o vazio. Como escreveu Agostinho, em “Confissões”: “Tu nos fizeste para ti, e inquieto está o nosso coração enquanto não repousa em ti”.
Jesus é o único que pode libertar o homem do pecado. Ele é o autor e consumador de nossa fé (2Co 4.4; Cl 1.15-19); Ef 4.1314; Hb 12.1-2). Sem Jesus Cristo, o homem jamais encontrará plena liberdade e paz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei...” (Ap 3.20). A morte de Jesus Cristo na cruz nos oferece a salvação, por meio da qual deixamos de ser homens distanciados de Deus por causa do pecado para nos tornarmos filhos (Jo 1.12), mediante a fé (Ef 2.8-9).
3.2. O plano de Deus para a salvação do homem
Uma vez que iremos testemunhar para as pessoas acerca da salvação, é de suma importância que conheçamos bem o caminho que estaremos anunciando, para que possamos ser claros à alma sedenta que nos ouve. Por mais que a pessoa seja pecadora, nossa missão não é julgá-la, mas, sim, fazê-la compreender que Cristo morreu por nossos pecados (Rm 5.8; 1Co 15.3). É importante estarmos atentos para que o assunto principal não seja deixado de lado, principalmente quanto ao evangelismo pessoal. É comum a pessoa que está sendo evangelizada tentar aproveitar o tempo para apresentar dúvidas e curiosidades que nada contribuirão para que o plano divino de salvação seja conhecido.
No tempo em que Jesus esteve aqui, nem todos O recusaram. Muitos O receberam e lhe deram as boas-vindas. A eles Jesus deu o direito de serem chamados filhos de Deus (Jo 1.12). O apóstolo João afirma que não podemos nos tornar filhos de Deus por nossos próprios meios. Devemos entrar em uma relação que Deus nos oferece. Jesus Cristo bancou tudo. Ele pagou com a própria vida, para que hoje pudéssemos desfrutar de uma salvação que nada nos custou. Tudo o que devemos fazer é crer (At 16.31).
3.3. Jesus, o tema central
Diante de tantas críticas e acusações recebidas, o apóstolo Paulo apresenta em 2 Coríntios, capítulo 4, como ele conduz e proclama o Evangelho: “pregamos...a Cristo Jesus, o Senhor..” (2Co 4.5). Em Samaria, Filipe “lhes pregava a Cristo” (At 8.5). Ao eunuco, no caminho para Gaza, Filipe, começando no texto que o mordomo-mor de Candace estava lendo, “lhe anunciou a Jesus” (At 8.35). O Evangelho que devemos anunciar hoje é o mesmo que Paulo anunciava: “Cristo morreu por nossos pecados... foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia” (1Co 15.1-4).
Não cessou a necessidade de evangelização. Vivemos num tempo desafiador. Somos tentados a nos calarmos diante da indiferença e da erosão crescente dos valores cristãos. Parece que Paulo está escrevendo para nós: “Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor...” (2Tm 1.8). Assim, somos exortados pelo Espírito Santo a continuarmos o anúncio do Evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus (Rm 1.16). E este Evangelho de Cristo afirma que a justificação é pela fé somente; o perdão tem como única base a morte de Cristo na cruz; e a insubstituível necessidade de novo nascimento para entrar no Reino de Deus, por obra do Espirito Santo e da Palavra de Deus.
A vontade de Deus é transformar o ser humano e nós estamos aqui para anunciar essa verdade a todos aqueles que ainda não a conhecem (Jo 8.32; At 4.12). Por isso, nos esforcemos para testemunhar de Cristo, porque a seara é realmente muito grande, mas ainda são poucos os ceifeiros (Mt 9.37).
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