Introdução ao Livro de Obadias
Chave: Edom
Comentário: Este pequeno livro resume o significado da
relação de Edom e Israel (Esaú e Jacó) na história da salvação, e ao fazê-lo
revela um aspecto do dia do Senhor e do reino de Deus. Edom, a nação oriunda de
Esaú sempre se revelou hostil a Israel, a despeito dos laços fraternais
existentes, visto que eram filhos de Isaque. Deus confiou a muitos profetas a
mensagem de condenação dirigida contra Edom (Amós, Isaías, Jeremias, Ezequiel,
Malaquias), os quais freqüentemente chamaram a atenção para o orgulho e para a
auto-suficiência de Edom como as raízes de seu pecado. Em Obadias, o profeta
parece tomar uma profecia de juízo existente contra Edom (vers. 1-4 e frases incluídas nos vers. 5-9) - talvez o mesmo
oráculo que aparece em Jeremias 49:7-22
- e observe-se quão terrivelmente se cumpria e com que justa retribuição.
Obadias relaciona, portanto, este castigo particular com o
juízo de todas as nações no dia iminente do Senhor, quando o remanescente de
Israel que escapou será como esfera de salvação e instrumento do governo de
Deus sobre todas as nações. Embora muitíssimo curta esta profecia ressalta e
exemplifica as verdades fundamentais da revelação bíblica: o governo soberano
de Deus que será universalmente reconhecido (v.21); a eleição de Israel, o povo
de Deus, para ser abençoado (v. 17b); sua eleição cumprida mediante um
remanescente (v. 17a) que será a fortaleza do braço de Deus procedente do monte
Sião; a culminância dos propósitos de Deus no dia do Senhor que, enquanto
vindica a seu povo e lhe proporciona o júbilo da terra prometida de descanso,
condenará os inimigos e opressores, dos quais Edom é aqui um tipo (v. 15).
Embora o livro de Obadias seja somente um dentre os muitos
pronunciamentos proféticos relativos à Edom, é conveniente considerá-lo como o
ponto de concentração de todas as referências que no Antigo Testamento se fazem
concernentes a Edom, visto como não é possível, num comentário desta natureza,
tratar de outras passagens pormenorizadamente. Portanto, apresentamos aqui uma
lista das principais referências a Edom: Históricas: Gênesis 25-36 (Jacó e Esaú); Números 20:14-21, Deuteronômio 2:1-8
(o período do Êxodo); I Samuel 14:47
(sob Saul); II Samuel 8:14 (sob
Davi); II Reis 8:20-22 (sob Jeroão);
II Crônicas 20:10-23 (sob Josafá); II Reis 14:7, II Crônicas 25:11-13 (sob Amazias); II Crônicas 28:17 (sob Acaz); Salmos 137:7, Lamentações de
Jeremias 4:22 (queda de Jerusalém); Salmos
83:1-6 (geral). Profecias: Isaías11:
14; 34; 63:1-6; Jeremias 49:7-22, Ezequiel 25:12-14; 35; Joel 3:19; Amós
1:11-12; Malaquias 1:2-5.
Autor: Com exceção de seu nome (que é comum no Antigo
Testamento), nada se sabe do autor deste livro, o mais curto do Antigo
Testamento. Nem se sabe com certeza a época em que foi escrito. Obadias parece
descrever um desastre que sobreveio a Edom depois da queda de Jerusalém (vers.
5-7). Talvez seja este o primeiro ataque dos nabateus contra o monte Seir, os
quais derrotaram os edomitas em determinada época compreendida entre os séculos
VI e IV (compare Malaquias 1:3, 4).
Esta profecia pertenceria, portanto, à época do exílio ou logo após o regresso.
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