Lição 05:
Texto Áureo I Jo. 3.11,12 –
Leitura Bíblica Gn. 4.1-10
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje estudaremos a narrativa de
dois irmãos, cujas vidas trazem implicações para a humanidade. A história de
Caim e Abel ensina a respeito dos fundamentos das relações humanas, bem como
sobre o verdadeiro culto a Deus. Inicialmente compararemos as intenções desses
irmãos no que tange ao culto, em seguida, mostraremos que as motivações de Caim
eram malignas, acarretando no assassinato do seu irmão, com o qual teve que
arcar com as consequências.
1. CAIM E ABEL, DOIS IRMÃOS
O nascimento de Caim trouxe a Eva a
expectativa de que esse filho seria a semente da mulher (Gn. 4.1), cumprimento
da profecia de Gn. 3.15. Mas esse se tornou um discípulo do Diabo, tornando-se
homicida do seu irmão Abel. A criação de filhos é sempre desafiadora, desde o
princípio Deus ordenou a procriação (Gn. 1.28), e o ensino a partir da Torah
(Dt. 6.4-7). A expectativa dos pais é a de que seus filhos se tornem bênçãos de
Deus, e vivam para a glória dEle (Sl. 127.3). Os textos de sabedoria, como em
Pv. 22.6, ensinam a orientar as crianças no caminho correto, para evitar que
esses se desviem. No entanto, nada garante que um filho ensinado seguirá as
orientações dos seus pais. Isso porque eles crescem com livre arbítrio, a
possibilidade de buscar o Senhor, como fez Abel, ou de centrarem neles mesmo,
como fez Caim. Este se tornou lavrador, enquanto aquele seguiu a profissão de
pastor. Aproveitamos para ressaltar que nenhum trabalho deve ser considerado
indigno, contanto que esteja de acordo com os princípios divinos, que
seja para a glória de Deus (Cl. 3.22; I Ts. 4.11) As opções profissionais de
Caim e Abel não são determinantes para caracteriza-los quanto ao relacionamento
com Deus. Tanto Caim quanto Abel viram seus pais cultuar a Deus, e decidiram
fazer o mesmo. Cada um deles trouxe o produto do seu trabalho, Deus aceitou a
oferta de Abel, mas rejeitou a de Caim. Segundo o autor da Epístola aos
Hebreus, a oferta de Abel foi feita pela fé (Hb. 11.4). Faltou a Caim
quebrantamento necessário na presença de Deus (Sl. 51.16,17). Ao invés de
buscar a Deus em submissão, Caim seguiu seu próprio caminho, a vontade própria
como manifestação da sua incredulidade (Jd. 11). Existem cultos
antropocêntricos, que ao invés de glorificar a Deus, enfocam apenas o homem.
2. CAIM, O MALIGNO HOMICIDA
As intenções de Caim eram do Maligno, pois o
seu caminho foi aquele de Satanás. Como Caim, muitos estão querendo se aproximar
de Deus de forma vã. Ao que tudo indica, Caim ficou rancoroso com seu irmão.
Ele não apenas entregou um culto superficial, sem o respaldo divino. O culto de
Caim ainda acontece atualmente em muitas igrejas supostamente evangélicas. Há
pastores que buscam a mera aprovação pessoal, transformam o culto em um
espetáculo. O culto genuíno é feito pelos adoradores que Deus busca, e esses
devem fazê-lo em espírito e verdade (Jo. 4.23,24). Algumas igrejas buscam
apenas entreter o público, não têm compromisso com a Palavra de Deus, até
parecem programas de auditório. Há líderes que fazem concessão dos princípios
bíblicos, a fim de angariar mais adeptos, e aumentar seus lucros. O caminho de
Caim também é marcado pela contenda, e pelo ódio. Precisamos ter cuidado, pois
muitos pastores estão disputando espaço, e na ânsia de agradar ao público,
escandalizam o evangelho de Cristo (I Tm. 2.8). A ira de Caim o levou a cometer
um crime, premeditando detalhadamente sua ocorrência. Paulo admoesta a irar-se,
mas a não pecar, o que não aconteceu com Caim (Ef. 4.26). A ira, ódio e rancor
são sentimentos destrutivos, causados pela inveja, e que resulta em pecado.
Caim era do Maligno porque ele cultivou a violência, ao invés do amor e
sacrifício pelo seu irmão (I Jo. 3.11,12). Essa cultura da morte está
impregnada na sociedade contemporânea, que não respeita mais o próximo. Há
homicídios acontecendo a todos instante, geralmente por motivos banais. A mídia
divulga diariamente crimes que aconteceram por razões torpes, com requintes de
crueldade. Mas é preciso ter cuidado, pois o homicídio pode ocorrer também por
meio das palavras (Mt.5.21-26). O ódio rancoroso, resultante da inveja, revela
distanciamento de Deus (I Jo. 2.9-11).
3. CAIM, O ERRANTE
Caim era do Maligno porque, além de premeditar
a morte do irmão, ainda mentiu a esse respeito (Gn. 4.9; I Jo. 3.12; Jo. 8.44).
Por causa do seu pecado, tornou-se errante, isso mostra que as decisões erradas
trazem consequências. Caim mostrou ser uma pessoa insensível, sem disposição para
o arrependimento. Por esse motivo foi amaldiçoado por Deus, para que se
torna-se andarilho, sem conseguir encontrar paz. É digno de destaque que ele, a
fim de encontrar um lugar de abrigo, construiu uma cidade. O habitat de Deus
para o homem começou no Jardim, mas o homem, na tentativa encontrar segurança,
construí uma cidade. A cidade é uma metáfora da proposta humana de viver sem
Deus. As cidades humanas fracassam porque falta Deus no centro delas. Os
cristãos são cidadãos da terra, devem fazer o melhor que puderem para o bem da
cidade. Porém, devem estar cientes que são cidadãos dos céus (Fp.
3.20,21), e não podem perder o foco na cidade celestial (Hb. 11.9-16). A cidade
construída por Deus é eterna, e tem como fundamento o próprio Cristo (21.11,23;
22.5). A cidade dos homens é resultante da queda, expressa a vontade de
governar sem Deus (Sl. 127.1-5). O resultado, na maioria das vezes, é
frustrante, pois, por causa do pecado, a maioria das cidades não funciona.
Precisamos orar e trabalhar para o bem das cidades nas quais habitamos,
participando do processo de reconstrução do reino de Deus. Mas precisamos ser
realistas, e assumir que essas, a menos que sirvam a Deus, estarão fadadas ao
fracasso.
CONCLUSÃO
A geneologia de Caim teve um final trágico, termina
com Lameque (Gn. 4.19-24), outro homicida prepotente. A maldade humana tem seu
fundamento em Satanás, que desde o princípio se opõe a Deus. Caim é um exemplo
de todos aqueles que seguem esse caminho, e se distanciam do Senhor. Os
cristãos devem seguir o exemplo de Cristo, que é o verdadeiro caminho (Jo.
14.6). A ética de Cristo está fundamentada no amor a Deus e ao próximo, sem o
qual nenhuma sociedade se sustenta (Mt. 22.34-40).
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